Polarized

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Minha universidade...

Aquilo estava parando de parecer um mistério a lá Sherlock e tava se transformando cada vez mais em um Scream.
Eu estava exausto, havia andado só Deus sabe lá quantas milhas naquele maldito dia. As pistas me levavam de um lado para o outro sem nunca me apontar nada concreto. Mas eu sabia que aquele caderno de capa de couro seria minha resposta pra algo.
Ainda não havia olhado esse caderno e nem sei dizer o porquê não. Parecia tão misterioso, não sei como essa ideia não tinha aparecido na minha mente. Eu me inclinei para pegar o caderno, de repente meu celular fez um barulhinho de sino, eu então o tirei do bolso e resolvi olhar. Era uma notificação do Snapchat. Abri o app e de cara dei com uma imagem enviada diretamente pra mim, com o remetente sendo: Blurry.
Fiquei paralisado imediatamente.
A imagem era escura quase completo breu, eu imediatamente tirei um print da imagem no último segundo. Por que alguém me enviaria uma imagem no completo breu? Eu de longe não era especialista em fotografia e semiótica, mas com certeza conhecia alguém que era.
Afastando esses pensamentos por um segundo eu peguei o caderno e desenrolei a fita para poder finalmente ver o que tinha naquele diário. As página eram lisas e sem linhas, tudo estava escrito a mão, era a letra de Tyler, tudo em tinta preta e alguns raros lugares com tinta vermelha. Desenhos melancólicos e perturbadores ocupavam as páginas e no meio deles poemas e frases. Cada página tinha escrito o dia e o mês. Conforme folheava as páginas eu via recortes de Creepypastas impressos, colados as páginas e coisas do tipo. Os recortes todos se referiam ao Blurryface. Eu comecei a ler mas as coisas que diziam eram confusas e fora de ordem, a maioria em morse e código binário. Não seria tão impossível de descodificar, o impossível seria achar ordem e sentido em meio ao caos daquilo tudo. Eu ia precisar de ajuda, mas de quem? Meu único amigo era o Tyler e ele estava morto. A relação mais próxima disso era a que tinha com Madison. Mad era 1 ano e meio mais nova que Tyler e tinha acabado de entrar na mesma faculdade que eu, Ohio State University, cursando Arquitetura. E consequentemente, estava ligado a sua melhor amiga, Iara, uma garota prodígios que entrou na faculdade um ano antes que todos. Ela também estava na OSU cursando Jornalismo, eu e ela tínhamos aula de ética juntos, mas nada mais que isso. Entretanto, ela tinha aulas de fotografia e pelo seu Instagram era realmente boa nisso, o que para mim poderia ser de grande ajuda.
Eu peguei o caderno e o coloquei em um lugar seguro. Havia uma parte da parede atrás da cabeceira de minha cama onde os tijolos podiam ser removidos. Ali eu guardava meus mais profundos segredos e também minha coleção de moedas super raras. Eu escondi o diário para que ninguém pudesse por as mão nele, vai que minha mãe 'dar a loka' e decide fazer uma faxina? Deus me livre ela achar esse diário. Parando pra pensar, eu acho engraçado como a Sra. Joseph nem deve ter visto e/ou nem se deu ao trabalho de tentar ver esse caderno. Enquanto ao computador eu simplesmente o coloquei debaixo do travesseiro. Enfim, toda essa confusão estava quase me dando um derrame, minha cabeça estava doendo e eu precisava de um descanso. Eu desci as escadas pra assaltar a geladeira, afinal, eu não havia comido nada o dia todo. Depois da minha boquinha, escovei os dentes e esperei o Sandboy me trazer os bons sonhos. O que não aconteceu.

***
Eu estava na floresta, meu coração batia forte e minha respiração estava acelerada.
Olhava para as minhas mãos e elas estavam ficando negras, da ponta dos dedos ela estava começando a subir para as costas da minha mão.
Ouvi o barulho do vento nas árvores e então galhos se quebrando sob o peso de passos que eu não conseguia identificar de onde vinham.
O barulho foi se tornando mais forte... se aproximando.

***
Quando acordei subtamente, as janelas do meu quarto estavam abertas e o vento forte as estavam fazendo bater freneticamente. Eu me levante rapidamente, o vento gelado que consigo carregavam gotas de chuva mais geladas ainda, me castigava enquanto eu fechava as janelas e passava o trinco para assegurar-me que não mais se abririam. Eu estava prestes a voltar para cama quando dei uma olhada em volta e vi tudo revirado, a caixa, minhas coisas... aquilo não tinha como ter sido obra do vento, desde quando vento abre gavetas?! Eu olhei em volta e não vi ninguém mas voltei a dormir com a uma grande sensação, quase uma certeza, de que meu quarto havia sido invadido.

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