Entre Hipocrisias Dissimuladas

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Corações, afortunados ou infelizes,
Porém, nada é pior do que um coração inabitado,
Mas nem mesmo o mais flagelado dos corações vêm ao mundo
Para ser singular, os acasos, as consequências
Ou até mesmo a vida o prepara algo, sempre!
E mesmo que o sempre não seja ininterrupto,
Sentimos, sempre sentimos que quando um coração nasce
A sua metade nasce do outro, e mesmo que as metades
Sejam distintamente distantes, diante do amor o destino pode os juntar.

Um coração em meio a ardências e paixonites repentinas,
O anseio sem convicção o toma como camarada
Repentinamente e logo a decepção se aproxima
Lucida e soberana, tendo em mente
Que aquele ardor de verão não duraria, e não durou!

Chorou copiosamente e
Depois disso, coberto pelo desgosto que a vida lhe proporcionou
Ele jurou que jamais voltaria a se apaixonar, passou anos trancado
Em um escuro chamado:
Si mesmo.
Eis que então, um dia pôde ouvir uma delicada voz a murmurar
E caindo em si, sentiu que os anseios
Lhe puxava pelas mãos.

Desta vez é, desta vez é a minha metade!
E pela primeira vez após anos, o coração
Abriu um extenso sorriso,
Por fim havia encontrado o que lhe causava ausência
Um frio e certa dormência,
E sem perder tempo, ele se foi,
E foi amor à primeira vista
Foi a primeira vez que ele se sentiu verdadeiramente
Amado.

Os corações se uniram em um sagrado matrimônio
E enfim foram felizes, jubilando por um longe tempo,
Certo dia, o coração chegando em casa deu de cara com seu filho
Que vinha correndo de encontro a ele, e devido a saudade pertinente
Que apertava o peito do pequeno, não foi capaz de perceber que o tempo havia virado
E fortes ventos acampavam sobre a imensa estrutura abrumada,
Seguidos de trovões tétricos,
Foi quando um relâmpago declinou do céu, num clarão
Rasgando as nuvens carregadas
E abrindo uma imensa cicatriz em toda extensão escura do céu,
E tirou tudo o que era sorriso e alegria, atingindo um dos corações,
O coração que há muito tempo procurava a sua metade está agora
Estirado ao chão, podendo apenas ver a sombra corrompida de seus amores
E com um sorriso de canto ele disse em um tom consternado:
Ame pela última vez,
Quebre os preceitos,
Pois assim, quem sabe
O dia venha a amanhecer,
Então você venha a perceber,
Que para se amar precisa se;
Viver, suportar e talvez se arrepender,
Mas nunca,
Nunca volte atrás,
Pois um amor perdido com o tempo se desfaz.

Inquietudes de OutremOnde histórias criam vida. Descubra agora