Perpétuo Inexistente

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Cada carta que não recebo me faz lembrar das noites
Que juntos passamos,
Lá fora a neve cai e descolore o ambiente,
O frio que faz é medíocre perto da chama que se mantem
Em nossos corpos e almas,
E eu me perco no infinito dos teus olhos,
Olhos pintados na mais divina aquarela criada
Pelo dedo de Deus.

E agora eu vejo que minha eternidade passou num instante
E os meus segundos tão vastos se ampliam ainda mais
Esticando este coração e o rasgando de dentro para fora,
E dolorosamente a noite cai e o que sobeja é a incerteza
Se sua existência é mesmo existente,
Pois,
Assim como a sombra se faz por meio da luz
E o fogo necessita de ar
Eu anseio por você.

Eu abro está porta e vou a andar pela neve,
Minhas lágrimas me traem e começam a entornar,
Unindo-se ao chão nevado,
Paixões, despedidas,
Amor é amar
E morrer é deixar,
Vamos aproveitar que só somos lembrados enquanto vivos,
Após a morte nada fica, nada além de poeira.
Vivamos intensamente e que a vida a conduza até mim.

No pôr do sol, o cenário mais clichê de todos os apaixonados,
Ele será testemunha de todo o amor que guardo para você
E que o nosso amor seja eterno, que seja perpétuo enquanto dure,
O para sempre existe se acreditarmos e
Por mais que a ame eu ando tão cético.

Eu te amo,
Simplória sentença, mas de valedouro inestimável,
Espero que um dia a vida dê uma volta e me deixe junto a ti,
Não importa o dia e tampouco o lugar,
Já que o que sinto levo comigo e dele faço minha morada,
Almejo apenas a quietude
O sossego dos apaixonados.

Que a maior distância entre nós seja um cobertor,
Ensejando que nesse dia repudiemos o ceticismo
E vivamos inexoravelmente,
Então caminharemos de mãos dadas,
Vedadas com um laço eterno e nó feito por
Querubins etéreos a cantar a nossa canção
Até que o nada nos separe,
Mas até lá
Que nosso amor dure e dure o quanto durar
Desde que seja para sempre.

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