Inquietudes de Outrem

Luz Na Escuridão

E desde criança o medo crescente nos acompanha,
A escuridão é um grande vilão da infância,
O "Não vá lá", isso é o que dizem, mas por que,
Por que correr de algo que não se mexe? Sombras,
Escuridão, eu não temo,
O que realmente nos remete a ver coisas é a luz, a luz do sol
A brecha na janela, e culpamos muitas vezes os seres inanimados
E vamos assumir, assumamos os nossos erros, os que plantamos,
O mal que não está, ele não pertence a escuridão, tampouco a luz,
A perversidade pode crescer em nós, intrínseco em nós.
Como uma daninha que cresce e alastra,
Que deve ser vigiado e arrancado
Para que não floresça e estilhace
Causando mal a si e aos outros.

Transeunte em nós é a hipocrisia,
Quando algo nos fere somos os primeiros a reclamar,
Ato indubitável, pois só quem sente o calo é quem o veste,
Todavia, quando não nos risca a moral, que deixe, abafe-o,
E então assim vamos vivendo nessa sordidez,
Alimentando os lobos e punindo as ovelhas,
Sigamos para o precipício que não está tão longe,
A viseira posta e imposta, quem não a veste não se destaca,
E quem a veste se iguala aos porcos que na lama se lambuzam.

E doravante iremos preservando todo o lixo obsoleto,
E descartando o novo, o reciclável, utilizável,
E na sonsice em nós vamos seguindo para o fim inevitável,
E disso sim, disso eu temo.