Cenas do passado e presente.

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ED POV

É impressionante a capacidade que eu tenho de sempre acabar com tudo, de sempre fazer merda na hora errada.
Estava indo tudo tão bem com Katherine e como sempre eu fodi com tudo.

Ela fica brava tão facilmente que chega a ser irritante. Não acho que eu tenha falado algo tão terrível para ela voltar a me ignorar e simplesmente fingir que eu não existia naquela droga de quarto.

Ela passou o resto da semana me tratando como se eu fosse apenas mais um móvel daquela casa e quando elas voltaram para Londres Katherine nem sequer me deu selinho para fingir que estávamos bem.

E agora enquanto elas estão voando para Londres e eu e tio Mark voando para Nova York, ela simplesmente não sai da minha cabeça.
Eu odeio o que estou sentindo por ela.

Vamos passar 4 dias em Nova York para uma conferência que não dou a mínima, e acho desnecessária a minha presença. Nunca participei dessas coisas, mas tenho certeza que é uma chatice.

...

Nos dois primeiros dias parece que as horas vão se arrastando numa lentidão absurda. Tio Mark é para cima e pra baixo e ainda me carrega junto.
Eu preferia ficar no hotel fazendo nada.

No terceiro dia, que seria o mesmo dia que Katherine começaria a trabalhar na empresa, Daniel liga para tio Mark.
Eles conversam sobre vários assuntos, mas o que realmente prende a minha atenção é que ele pergunta por Katherine.

- Amanhã? Não me lembrava da data... Como ela está?... - ele conversa enquanto procura alguns papeis numa pasta. - É bom ela ficar com a família mesmo. Eu sei como não é fácil... Vamos deixar para semana que vem então. Seja um bom amigo e não deixe minha menina ficar triste. Katherine é da família agora.

Não a deixe ficar triste?
Por que motivo Katherine ficaria triste?
O que aconteceu?

- Katherine está bem? - pergunto quanto ele encerra a ligação.
- Sim, só um mal estar. Nada de mais. Semana que vem ela já estará melhor e começará seu trabalho na empresa.
- Tem certeza? O que ela tem?
- Nada de mais, Ed. Agora levanta que vamos naquele almoço com os acionistas majoritário da EMI engenharia.

...

De volta a solo inglês. São umas 18 horas e Katherine deve está em casa. Quero chegar lá e pedir desculpas pelas coisas que falei em Martha's Vineyards. Quero lhe dá um beijo e tentar ficar bem com ela outra vez.

Enquanto o táxi me leva para casa, imagino as várias formas que vou encontrá-la. Na cozinha bebendo uma água ou seja lá o que for. Ou no quarto concentrada naquelas apostilas chatas e tediosas. Ou na sala lendo uma revista ou um jornal.

Mas quando entro pela porta da sala, não a encontro lendo porcaria nenhuma.
Encontro Katherine nos braços de Daniel.

Essa cena me leva para outra cena. Uma cena do passado que eu não queria lembrar de novo.
A cena da minha primeira Katherine com esse filho da puta no meu quarto. Os dois se beijando, enquanto ele falava pra ela se controlar.
Naquele dia eu estava com tanto ódio pelo meu melhor amigo está com minha namorada no meu quarto que eu simplesmente não ouvi nada do que eles diziam. Tudo o que entrava na minha cabeça era a imagem dela por cima dele, da mão dele na cintura dela e das risadas que ela dava.

Pisco algumas vezes e eles ainda estão abraçados. A mão dele ainda está na cintura dela. E as mãos de Katherine ainda estão em volta do pescoço dele, como se ele fosse o que a mantivesse no chão. 

Katherine e Daniel.
Esses dois nomes mais uma vez para foder com a minha cabeça.
As cenas do meu passado e do meu presente se embaralham na minha cabeça e deixam minha visão turva de raiva.

Daniel passa uma mão pelo cabelo dela e diz algo pra ela, depois lhe dá um beijo na testa e ela sorri. Isso já me faz chegar ao meu limite de paciência.

- Então você está mais uma vez atrapalhando a minha vida. - embora eu tento não ficar puto, minha voz sai um pouco descontrolada e alta. Katherine me olha levemente assustada.
- Nunca atrapalhei sua vida. - É o que ele responde se afastado um pouco de Kathy.
- Será que dá pra você não fazer uma ceninha agora? - Katherine pergunta, mas finjo que não escuto. 
- Nunca mais a toque. Você não tem nada que ficar abraçando-a. Ela é minha mulher! - Falo com possessividade e Katherine para na minha frente.
- Você não é nada para dizer quem deve ou não me abraçar ou me tocar.
- Cala a boca e fique quieta.

Eu sei. Eu fui mais uma vez um idiota.
Isso vai para o lado da balança dos motivos para ela me odiar ainda mais.

- Cala a boca você seu babaca. - Ela grita.
- Fica calma, Kathy. - O filho da puta coloca as mãos no ombros dela.
- Tire as mãos dela seu merda. - grito empurrando-o. - Por que você é um filho da puta que sempre quer tomar o que é meu? Por que você quer tirar as duas de mim?
- Será que não passa pela sua cabeça que tudo o que você acha que aconteceu é apenas fruto da sua imaginação?
- Será que você é tão mal caráter que se finge de bom moço? Um merda que sempre vai estragar a minha vida?
- Calem a boca! - Katherine grita e nos calamos. - Seja lá o que ouve entre vocês no passado me deixem fora disso.

Ela sobe a escada correndo e nós vamos atrás dela. Katherine se tranca no quarto e diz que não quer falar com nenhum de nós.

...

E depois de mais essa, eu passo a ser apenas mais um nada para ela.
Mas não é isso que me deixa inquieto, e sim o fato de ela passar os dois dias seguintes triste. Nem eu tentando provocá-la faz ela mudar seu estado de espírito.

E então, quando eu chego da empresa a encontro chorando. Ela está sentada no chão do quarto ao lado da cama com o notebook ao seu lado com um email aberto.

- O que houve? Por que você está chorando? Olha só, se foi algo que eu fiz ou falei nos últimos dias me perdoa. Não quero que você chore por idiotices minha. - digo me agachando ao seu lado. Ela começa a rir sem emoção alguma.
- Ah, por favor, me poupe! Você acha mesmo que estou chorando por você ou por algo que você fez? - Se levanta, pega o notebook e continua: - Está aí uma coisa você nunca vai ver: Eu chorar por qualquer motivo relacionado a você.

Katherine sai sem olhar para trás.

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