O homem mais velho era alto, e apesar da idade avançada realçada nos cabelos grisalhos e na estrutura cansada, parecia ainda ser forte para alguém tão deteriorado. Mas a atenção de Khiera não se deteu muito tempo na figura do Rei Henrique, mas deslizou velozmente para o jovem ao seu lado.Abadia não estivera mentindo em absolutamente nenhum aspecto quando descrevera Rhajaran para si na noite anterior.
O Príncipe era mais alto que seu pai, e dos seus ombros largos pedia um longo manto azul escuro, que contrastava ferozmente com os profundos olhos cor de safira. A pele dourada e bronzeada reluzia contra os cabelos escuros, que davam leves voltas atrás das orelhas e da nuca. Mesmo que tivessem sido aparentemente penteados para trás, eles caíam teimosamente á frente da testa, lhe dando um ar curiosamente... interessante. O nariz reto e longo parecia ser simétrico, traçando as coordenadas certas em direção ao queixo quadrado, que delineava uma boca arredondada de lábios vermelhos. Á primeira vista, a figura de Rhajaran a lembrou de... uma fera. Uma fera selvagem que mantém seu foco em estraçalhar o que se põe em seu caminho.
Era insultante dizer que ele era apenas belo.
Mas quando os olhos do Príncipe encontraram os seus, o encanto se desfez, e Khiera se sentiu caindo em um buraco, como se tivesse estado dentro de uma bolha que estourara de repente.
Os olhos azuis de Rhajaran permaneceram nela por alguns segundos, até que ele elevasse as sobrancelhas negras em um tom entediado.
Khiera desviou os olhos para as paredes do Salão, como se dissesse silenciosamente ao príncipe que as achava muito mais interessante que ele.
"Fadas, abutres, morcegos... aceito qualquer ajuda extra nessa hora...".
E se?
Enquanto o Rei Henrique e o Príncipe Rhajaran se aproximavam, Khiera não podia impedir que as palavras brotassem espontaneamente em sua mente.
E se ela pudesse realmente amar o príncipe? O critério beleza, ao menos, fora preenchido com maestria. Talvez, o resto viesse com o tempo. Haveriam possibilidades? Khiera sabia muito bem que o fato de o príncipe ser bonito não era uma garantia de que um dia ela ainda poderia vir á amá-lo, mas era um fator que poderia ajudar muito na hora da tentativa.
O Rei Henrique se aproximou dos Tronos com uma vênia respeitosa.
- Vida Longa aos Reis de Alladien, e a minha querida nora!
Khiera engoliu em seco, se contendo em lhe enviar um aceno educado enquanto seus pais o recebiam de maneira quase exagerada.
Depois, o Príncipe Rhajaran se aproximou dos Tronos de seus pais.
- Vida longa ao Reinado do eterno Reino de Alladien. - ele curvou o pescoço, e Khiera não pode deixar de reparar no timbre impressionante de sua voz.
Depois da troca de saudações, ele finalmente parou diante do Trono de Khiera, se colocando de joelhos nos degraus sem nem mesmo olhar para ela.
- Saudações, minha noiva.
Rhajaran disse a palavra como se estivesse degustando algo azedo, o que deixou Khiera momentaneamente sem palavras.- H-ham... eu, quer dizer, Saudações, Príncipe Rhajaran. - ela brigou com as palavras, tentando se lembrar com clareza do que deveria dizer. Droga... não era como se ela tivesse ensaiado isso. - Eu, como Princesa do Reino de Alladien, desejaria, quero dizer... gostaria de lhe desejar as Boas Vindas... ham, ao Reino de Alladien... - "Droga, isso soou horrível! Quantas vezes eu repeti 'Alladien'"?!?".
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Meu Príncipe Nada Encantado _ DEGUSTAÇÃO
Historical FictionDisponível completo e revisado na Amazon! Khiera odeia o principal ponto que a torna uma princesa: ter de se casar com um príncipe desconhecido, pelo qual nem mesmo é apaixonada, mas que lhe é prometido desde o berço inescrupuloso. No entanto, sua...