Capítulo 1

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Meu nome é April Lewis, tenho 17 anos. Moro em Denver,Colorado, com minha mãe, minha irmã caçula e... O babaca do meu padrasto.

Denver é uma cidade relativamente grande, com aproximadamente 650.000 habitantes.

Allan, o marido da minha mãe, só quer o dinheiro dela, aliás, o nosso que o meu pai deixou antes de falecer.
E eu odeio esse cara por isso.

Minha mãe está cega de amor e não enxerga o que ele realmente quer. O cara também não gosta de mim.A única coisa que me segura nessa casa é a minha irmã Julie, que tem 6 anos.

Não sou de sair muito, não tenho muitos amigos, então na maior parte do tempo fico no meu precioso quarto. Arrumei esse cômodo com praticamente tudo o que preciso para não ter que sair dele. Tem uma cama de casal no meio, uma estante grande o suficiente para abrigar os meus livros, uma escrivaninha com o meu computador, um guarda-roupa de madeira, um frigobar e um sofá pequeno.A pintura da parede feita recentemente me deixa satisfeita, uma parede preta e as outras cinzas. Há pôsteres pregados na porta também.

Eu tinha um rato de laboratório de estimação, que se chamava Stuart Little em homenagem ao filme, porém o gato do meu vizinho engoliu ele e eu o matei com uma enxada, para tirar o rato de lá e dar a ele um enterro digno.

A vizinhança me olha torto agora e eu estou de castigo e sem celular. Mas tudo bem, não converso muito com ninguém além do meu namorado Josh que passa as tardes comigo, já que minha mãe não o incluiu no castigo.

Estou lendo Belo desastre quando a campainha toca e o idiota do Allan me grita para atender, ele está na sala e as pernas dele iriam cair se atendesse, esse merda não faz nada além de ver televisão, comer e beber. Minha mãe trabalha o dia inteiro feito uma condenada e esse palerma aí.

Para a minha sorte é o Josh e subimos para o quarto. Ele me olha com uma preocupação evidente. E pergunta:

- Aconteceu alguma coisa? Sua raiva está estampada...

- Só não aguento mais esse nojento na minha casa... Ele me dá nos nervos.

- Relaxa meu bem,  a ficha da sua mãe vai cair  mais cedo ou mais tarde.

Ele beija a minha testa. Josh sempre foi muito bom comigo, me apoiou quando mais precisei depois da morte do meu pai. Ele é atencioso e carinhoso, muito paciente também, ao contrário de mim.

Passamos a tarde assistindo filme e no fim dela o Josh vai embora. Meu padrasto me pede para pegar uma cerveja e eu me recuso. Discutimos uns quinze minutos até que subi para o meu quarto, me troquei e fui buscar a Julie na escola.

Minha mãe chegou às sete e ouvi o Allan dizer que tentei estrangular minha irmã, o que é um absurdo, jamais faria isso... Que retardado. Ela entra apressada no meu quarto e pega a Julie no colo perguntando:

- Você está bem? Ela te machucou?

- Quem mamãe?

- A sua irmã...?

- Não!

Ela olhou para mim desconfiada. Digo:

- O que foi? Não fiz nada!

Ela desceu e ouvi meu padrasto gritar:

-Você vai acreditar nelas? É óbvio que a Julie está protegendo ela! Devíamos levá-la ao reformatório, o comportamento dela está estranho há tempos, quem mata um gato com uma enxada?

Minha mãe permanece em silêncio, nem acredito que está ponderando sobre isso, que ridículo!

-Vou pensar direito. Ela diz.

Não, isso não está acontecendo. Ela não está falando sério... Eu nem fiz nada. Que absurdo!

Perigosa AfeiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora