Capítulo XXVII: Não consigo.

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Apertava a cinta na minha mão e não conseguia acreditar no que eu estava fazendo. Parei na sua frente e ele não me olhou,parecia desiludido,humilhado. Mas o ver assim me fez estremecer.

A Liamar não era assim. A Liamar não era um monstro. A Liamar era superior não precisava fazer isso.

Eu não precisava fazer isso,eu não precisava. Repeti várias vezes para mim mesma,sou uma pessoa boa,não seria agora que ia me tornar alguém ruim.

Soltei a cinta que caiu no chão fazendo um barulho alto,que vez com que ele olhasse para mim curioso. Ele parecia que havia aceitado o que eu ia fazer com ele.

-Porque desistiu?- disse autoritário,assumindo a forma que falava antigamente comigo.

-Porque eu não quero ser um monstro como você! - Gritei para ele,que me encarou.

-Você é uma fraca Liamar,você não consegue nem levantar a mão para mim!- cuspiu furioso.

Levantei minha mão para bater na sua cara,mas abaixei novamente.

-Se ser fraca significa não ferir as pessoas, não humilha-las,não usar da força com elas,sim eu sou uma fraca!- gritei para ele nervosa.

-Você sempre vai ser assim,sempre vai estar aos meus pés, você precisa de mim!- disse apontando o dedo para mim.

-Sim eu vou sempre ser uma pessoa boa...Não vou mais lhe obedecer. E eu não preciso de você estou aqui pelo meu filho,pelo maldito contrato que me fez assinar,só assim para uma pessoa como você ter alguém por perto, seu desprezível!- apontei também o dedo para ele. Leonardo de calou mss logo voltou a me olhar furioso.

-Quero que saia da minha casa,quero ver você se virar na rua,ser mendiga. Thomas fica comigo!- disse firme.

-Não! Thomas vai ficar comigo,você já o tirou de mim durante 6 anos seu idiota!- falei já chorando, não conseguia me controlar.

-Liamar ou você sai da minha casa,ou ficará aqui pelas minhas regras!- o olhei aterrorizada. Novamente com isso?

-O maldito contrato? - Ele assentiu.

-Como se agora nem andar você consegue?  -Disse ríspida.

-Você não disse isso vadia!- falou me olhando daquela forma dominante.

-Se ajoelha puta!- Gritou nervoso.

-Se não se ajoelhar, vou pedir que meus empregados a expulsem de casa,nunca mais verá Thomas!- o olhei e pensei um pouco. Eu quero o meu filho. Ele não pode fazer isso.

-Eu tenho os meus direitos!- ele sorriu debochado.

-E eu tenho dinheiro!-disse me fazendo calar.

-Sim ou não Querida?- disse já sem paciência.

Assenti com a cabeça. O odeio.Argrrrrrrrr.

-Se ajoelha porra!

Me ajoelhei. E ele soltou uma gargalhada. Permaneci em silêncio.

-Se divertiu hoje Liamar? Me fazendo todas aquelas coisas?- disse se movendo na sua cadeira,o senti parando atrás de mim e senti medo.

Não respondi,ele não havia dado permissão para isso.

-Responda!- falou agarrando meu cabelo fortemente.

-Eu não me diverti,me sinta mal.-disse a verdade. Ele pareceu surpreso com a resposta. Afrouxou o aperto no meu cabelo.

-Tira a roupa.

Tirei,ficando nua. Senti seu olhar queimar meu corpo.

-Me entrega a cinta que ia usar em mim agora!- falou raivoso.

Caminhei de quatro até a cinta e a levei até ele,seu rosto estava pálido por alguma coisa.

O que o fez abaixar a cabeça. O que havia acontecido?

Mesmo assim coloquei o sinto no seu colo e aguardei pacientemente.

Ele me olhou de novo e olhou para baixo,em direção ao seu membro. Foi aí que eu notei. Ele não estava excitado,seu pênis também sofreu com o acidente,não conseguia o tornar duro para transar. Senti um pouco de pena dele. Porque ele estava com uma cara de que estava morrendo. Se sentindo impotente. Menos homem.

-Me deixa sozinho.-disse num fio de voz. Parece que se segurava para não chorar na minha frente.

Vesti minha roupa rapidamente e sai do quarto. Acho que isso erabo pior castigo para ele. Não poder fazer sexo.

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- Porque eu não posso ver o meu pai Lia?- Thomas falava comigo chateado,pelo seu pai não querer ver ninguém.

-Ele está mal pelas coisas que aconteceram,de não poder andar.- disse calma.

-Mas ele nunca me negou atenção, isso não é motivo por não querer me ver!- falou revoltado.

-Calma meu...Filho,logo ele vai te ver.-disse receosa,não havia chamado ele de filho ainda. Ele me olhou com os olhinhos brilhando.

-Pensei que nunca fosse me chamar assim mamãe.-me abraçou,e eu não consegui segurar as lágrimas ele era um menino tão bom,tão amável comigo. Eu o amava tanto. Daria minha vida por ele.

-Eu tinha medo.
-Porque mamãe? -Não conseguia não sorrir com essa pronúncia.

-De você não gostar...Não querer ser meu filho.

-Porque você acha isso mãe? -Perguntou com carinha de curioso.

-Porque...porque eu fiquei tanto tempo longe de você filho.- disse o abraçando de novo.

-Mamã eu sempre via a senhora dormindo no hospital,eu amava você muito.- disse sorrindo.

-A mãe te ama muito também, você não sabe como.- Eu faria qualquer coisa por você, até me submeter ao seu pai. Respirei fundo.

O levando no colo até o deu quartinho,todo em desenho de carros,sorri,era um quarto muito bonito,combinava com ele.

-Mãe,boa noite, fala pro pai que eu amo ele também,e que tenho saudade.- assenti. Pelo jeito Leonardo o tratava muito bem e o amava. O que eu achava impossível.

Para um garotinho de 5 anos,Thomas era muito inteligente e ainda por cima uma copiá idêntica do seu pai.

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Me virei a quinta fez na cama não conseguindo dormir pelo calor que estava no quarto. Abri os olhos e decidi,ir beber água. Passei do lado do quarto de Leonardo e a luz estava acesa,e logo ouvi a sua voz falando com alguém.

-Eu quero o melhor...Isso...Pra amanhã...Ok...certo...Boa noite Richard.- disse por fim. Ele falava no telefone. O que não entendi o que,mas parecia algo sério.

Desci bebi minha água e voltei para o meu quarto. E enfim dormi.

Senti uma mão no meu cabelo,mas não abri os olhos. Logo ouvi barulho de algo se arrastando. Uma cadeira. Leonardo estava no meu quarto. O que não liguei de imediato por estar muito sonolenta.

Alguma coisa ele tramava. E de alguma forma eu descobriria se tivesse haver comigo.

Sim ou Não?Onde histórias criam vida. Descubra agora