Capítulo 32

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Três meses depois.

Enquanto minhas mãos suavam frias segurando uma rosa vermelha e a gravata borboleta causava leve desconforto, fechei os olhos por alguns segundos, percebendo então, que em minha tela mental se projetavam cenas de momentos que se foram; más sempre estarão presentes!

Dessa vez acalentavam minha alma dando a certeza de que sempre fui amado, me faziam sentir forte ao projetar à memória tamanha quantidade de amigos que me impulsionaram a cada etapa que precisei transpor.

E tendo um suave sorriso nos lábios, abri os olhos deliciando-me com a cena do lindo chafariz na propriedade de Rick; que dessa vez, podia se visto através de um belo altar de vidro.

A minha direita havia uma pequena orquestra de violinos e de um belo piano de calda. Uma menina de aproximadamente doze anos segurava o microfone; que após linda introdução feita pelos músicos, graciosamente se pôs a cantar somewhere over the rainbow.

Nesse momento minha visão se tornou turva e me lembrei de que se mamãe Ana estivesse ali, teria dito que as delatoras translucidas estavam prestas a se manifestarem através das janelas da alma; seu jeitinho discreto de dizer que era o momento das lágrimas.

Olhei para traz e vis que as duas fileiras de bancos que se estendiam por cinquenta metros até o portão já estavam repletas de convidados.

Nesse momento os fotógrafos direcionaram seus cliks em direção ao portão, a musica arrebatadora havia somado à cena de uma imponente limousine cadillac 1990.

E enquanto a musicava tocava, o senhor Mauricio abriu a porta do belo veiculo e como um abio cavalheiro conduziu sua filha para fora; momento em que a musica já abria espaço para a clássica marcha nupcial.

Renata estava maravilhosa e a cada passo que dava em minha direção o mundo parecia ficar cada vez mais perfeito.

Eu já tinha ouvido muitos utilizarem a frase, "sou o homem mais feliz do mundo".

Eles que me desculpem, más, esse titulo era meu agora!

Já a meu lado, Renata irradiava o maravilhoso brilho de seu sorriso acompanhado de olhos lagrimejoso; eu estava fazendo o possível para não chorar.

A final de contas, eu jamais havia chorado até o momento!

Para que iniciar agora?

A magia do momento era indescritível e uma surpresa tanto para Renata quanto para mim, a final de contas, Rick e sua esposa providenciaram todos os preparativos e a única coisa que fizemos foi experimentar nossas roupas.

Só nos retara agora, trocarmos as alianças sob as bênçãos de Deus; porem, este seria outro maravilhoso mento que iria me surpreender!

Mais uma vez ao som de piano e violinos a doce voz da cantora se fez ouvir e os fleches foram novamente direcionados para a limousine.

E para minha grande alegria, após o senhor Mauricio novamente abrir a porta do carro o pequeno Luan saiu portando um lindo cestinho.

Nada seria mais perfeito!

O pequeno menino de sapatos brilhosos, terno preto, camisa branca e gravata borboleta parecia uma replica minha.

Ele andou em nossa direção e seu sorriso não se desfazia por um segundo sequer.

Os convidados observavam sorrindo, mas isso era indiferente para ele, não parecia se sentir importante ao ser observado, tão pouco estava encabulado por isso.

Luan estava determinado!

O tempo que ele levou para percorrer o trajeto até nós me pôs a refletir no quanto havia sido triste para ele nossa primeira aproximação; e como eu ainda me sentia mal por isso.

Mas ele estava ali se sentindo honrado por me entregar aquele presente.

Quando se aproximou, seu incansável sorriso estava lá e seus olhos brilhavam mais que as próprias alianças, para ele, o cenário não existia.

Tudo que havia sido projetado para vislumbrar os olhares não estava ali, seus olhos se detinham sobre mim e me levaram a cair de joelhos ante a grandiosidade e amor daquela criança.

Já da altura do garoto, sem a pretensão de ser tão grande quanto ele, o abrasei desejando envolve-lo com todo amor que existia em minha alma.

E pude sentir a verdadeira extensão do que sugere a palavra redenção, definitivamente me senti redimido e agradeci a Deus e ao próprio Luan; após telo encharcado com minhas lágrimas.

Enquanto me levantava portando na alma a única coisa que faltava para que me sentisse um novo homem, Renata beijou a testa do Luan e ele se aproximou de onde estava sua mãe.

Já de pé Renata puxou o lenço que estava em meu próprio bolso, enxugou-me as lágrimas e me deu um rápido beijo nos lábios; ao que o padre falou:

-Epa! Não é hora ainda!

O portador do segredoOnde histórias criam vida. Descubra agora