O portador do segredo

capítulo 5

Após respirar profundamente com os olhos fixos em um quadro preso na parede contende a foto de uma senhora moreno de cabelos lisos e semblante doce, ele olhou para mim e disse:

-Na verdade eu sei o que estava tentando fazer lá Filipe!

Ou tenho relativa noção!

Também já cheguei a ter completo desprezo por minha própria vida:

Ao ser informado que minha mãe havia sido assassinada quando voltava do trabalho; um típico robô seguido de morte que levaria um garoto de doze anos ao completo desespero.

Minha mãe, a única pessoa que me amava com todas as suas forcas e incondicionalmente, havia partido; seu amor por mim era tudo o que eu tinha e suficiente por toda eternidade.

De minha vida, só sobrara, "agora," o que havia se tornado em, minha desprezível vida.

E um padrasto em que o objetivo de vida era beber vinte quatro horas por dia.

O álcool só se ausentava de sua maldita boca nos momentos em que dormia ou quando dava uma pausa para resmungar ou falar seus palavrões.

O destino tinha despejado em minha taça seu amargo líquido e também havia deixado à impressão de que em sua adega possuía um estoque para incontáveis porções do mesmo. Com isso passei a consumir drogas, realizar pequenos furtos e arrumar muita confusão; até que recebi a proposta para estar ligado de forma mais exclusiva à facção.

Ainda me recordo daquele dia como se fosse hoje; Luiz, um homem que controlava o tráfico na região disse:

-Esteja ao meu lado garoto e terá toda atividade e adrenalina que precisar para manter seus monstros longe o bastante para que não lhe alcancem e dinheiro suficiente para bancar suas mordomias ou até mesmo seus desejos mais loucos.

-Eu sequer sei segurar uma arma!

-Você sempre estará protegido e ficara a maior parte do tempo ao meu lado, mas por precaução poderá aprender a atirar, nós temos professores de tiro aqui nesse momento.

-Qual seria minha função?

-Digamos que você é um simples investimento para o futuro dos negócios...

Naquele momento pensei:

Não é o futuro que mamãe havia sonhado para mim, mas na situação psicológica em que me encontrava, se o diabo tivesse me oferecido um lugar ao seu lado, teria aceitado.

Olhei para ele disse:

-Quando a aventura começa?

-Logo! Vamos, vou te apresentar a alguns de meus homens.

Saímos na porta e após alguns passos Luiz gritou:

-Pessoal, me deem sua atenção.

Esse é Andre, o mais novo membro da família; façam o que for preciso para que se sinta em casa.

Flavio ensine o Andre acertar alguns alvos.

-Pode deixar, farei do rapaz um perito!

Andre venha comigo.

Vou te ensinar manusear alguns tipos de armas, mas a princípio nos deteremos as de baixo calibre, esse é o tradicional trinta e oito, o segure com a mão que pretende atirar e apoia-a com a outra mão, segure o punho firmemente e não toque nas outras extremidades da arma.

Os gases que saem pela lateral de algumas armas podem te ferir gravemente ou até arranca-lhe um dedo.

Vou lhe mostrar como se faz!