"Talvez nós sejamos como o sol e a lua. Apaixonados, mas são obrigados a viver separados. Só nos encontrando de tempos em tempos, como em um eclipse."Aaron Johnson
Não podia acreditar que havia beijado Sam. Ou melhor. Samantha! Porque ela é minha a aluna, nada mais que isso. Aliás, porque fiz isso? Devo estar muito bêbado para fazer uma merda dessas depois do que aconteceu em Seattle.
Nada mais que isso.Levanto a cabeça do meu volante e me olho no retrovisor. Definitivamente não existe a possibilidade de eu dirigir está noite, estou visivelmente e terrivelmente bêbado. Mas o único dinheiro que tinha, torrei em tequila, então não tem como pegar um taxi. Suponho que ao menos, uma dessas garotas pode me dar uma carona.
Saio do carro e pareço um bêbado sem rumo. Minha visão está um pouco borrada e estou levemente tonto, mas ainda assim consigo ver uma chama azul cintilante parada em minha frente. Apoio-me em um carro que estava do meu lado.
"Aaron? Você precisa de uma ajudinha, ou talvez uma carona? Acho que você bebeu demais." Ah, você acha? É Samantha, tinha certeza. Não consigo ver sua expressão por conta da minha visão, mas consigo ouvir sua risada.
"É, ach-o melhor nã-o, de-de-pois do que aconteceu nã-o acho que se-eja uma boa ideia" digo em meio a sussurros, pois além de minha visão estar fraca, percebo que minha voz está também.
"Há-há-há. Querido, você não está em condições de recusar! Olha para você, está parecendo um mendigo! Venha, eu te levo para sua casa, não bebi tanto quanto você" é talvez seja melhor ceder. Mas mesmo antes de eu perceber, ela já está me arrastando para o seu carro sem que eu possa contestar.
Ao entrarmos no carro, ela me oferece água e eu tomo numa golada só. Ela coloca o cinto em mim, e ao sentir sua mão raspar em meu abdômen, fico arrepiado e ela percebe. O que diabos eu tenho com essa garota? Provavelmente medo.
Isso. Medo. Só medo.
Samantha pergunta o endereço da minha casa e eu, certamente, dou. Ela tem um GPS em seu carro, portanto não foi difícil achar a minha casa. Fico prestando atenção na mania chata que ela tem de ficar lambendo o lábio inferior. O engraçado é que ela nem percebe que esta fazendo isso. Ao dirigir ela fica completamente focada na rua e no volante. Não para um segundo sequer para olhar pra mim. Mas eu olho para ela durante o trajeto todo.Acho que vejo uma lágrima escorrendo por sua bochecha, mas ela não percebe que estou olhando. Queria saber o porquê das lágrimas, afinal... A garota é praticamente perfeita. Enfim, não é hoje que vou descobrir o motivo da lágrima.
Chegamos a minha casa, espero que Melissa não esteja mais lá. Espero que ela tenha sumido deste planeta. Não quero olhar para a cara dela nem por um segundo.
Samantha me acompanha até a porta porque estou cambaleando, não andando. Paro enfrente a porta de madeira da qual está apoiada uma escada para a reforma que eu estava fazendo.
Que eu estava fazendo para ela. Melissa."Você vai ficar bem? Ela ainda está ai?" Quase me esqueço de que havia contado tudo sobre Melissa para ela. Que droga!
"É... É um inferno no começo, mas sabe como dizem não é? O tempo cura..." alguém me interrompe abrindo a porta. É melissa. Ela não diz nada, só olha para nós com uma cara de quem viu um fantasma. Aliás, quem está parecendo um fantasma é ela! Seus cabelos loiros estão presos em um coque bagunçado no topo de sua cabeça e seus olhos castanhos estão borrados de rímel enquanto sua camisola de ursinhos não cobre nem suas coxas finas. Tomara que essa escrota tenha chorado bastante. E tomara que esse rímel seja a prova d'água para essa desgraçada só conseguir tirar as unhadas.
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Prohibited
RomanceSamantha é uma adolescente de dezessete anos aparentemente perfeita. Mas todos temos problemas, o que ninguém sabe é que os problemas de Samantha são muito piores do que os dos outros. Ela esconde sua vida conturbada de forma quase imperceptivél, da...