Quinze

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Samantha Hart

Sinto-me um pouco fria demais por ter mandado Aaron embora ontem daquele jeito, não deixei ele se explicar, mas por mais que eu quisesse uma explicação, não seria o bastante para voltar a confiar nele. Aliás, eu confiava nele? Essa é uma dúvida interessante, confiança é algo que se conquista aos poucos, não algo que se tem por inteiro no começo, e ao longo do tempo se perde, então acho que posso dizer que não confiava nele, estava começando a confiar e agora ele perdeu alguns pontos nesse jogo.

Apesar de tudo, estou feliz por ter descoberto isso, ele provavelmente nunca iria me contar, felizmente a verdade sempre aparece, não importa quanto tempo demore, mas ela aparece.

Já é terça-feira e minha mãe ainda não voltou para casa, estou preocupada em relação a isso, ela normalmente volta no dia seguinte quando vai para lá, vou visita-la, Joseph não está em casa, espero que ele não esteja lá.

Já tinha planejado faltar na escola para ver minha mãe, mas mesmo assim acordei cedo, acho que é o costume, ainda são oito horas e eu já tentei dormir de novo cinco vezes, acho melhor eu acordar de vez mesmo.

Vou até a cozinha do mesmo jeito que acordei, cambaleando enquanto descia as escadas e coçando o olho cheio de remelas, eca. Pego o suco de laranja que estava na geladeira e tomo da caixa mesmo, faço um lanche de presunto queijo e mel, sim, mel.

Escovo os dentes e tomo um banho rápido e quente. Coloco uma calça de moletom, uma regata básica e um tênis, não me preocupo em me maquiar e pego as chaves do meu carro.

A clinica não é tão longe daqui, mas o nível de gasolina está pra lá de baixo. Paro no posto mais perto e espero e encho meu tanque de gasolina. Estava saindo do carro para ir até a loja de conveniência quando vejo Melissa com um cara, da mesma idade que ela. Escondo-me atrás de um poste para ouvir a conversa.

"Melissa nos não podemos adiar mais isso!" O homem de terno resmunga e faz uma expressão de preocupação.

"Eu sei que não! Mas preciso de algum tempo pra conseguir fazer isso! '' Melissa sussurra preocupada.

"Quanto tempo?" Bill pergunta, esse será seu nome provisório até eu saber o nome dele.

"Até o final o ano." Melissa abaixa a cabeça.

"O que? Você esta louca Melissa? Isso é inadmissível." Bill grita.

"Fale baixo Christopher. Por favor, temos uma pedra no caminho." Ela diz em tom preocupante.

"Que tipo de pedra Melissa?" Christopher pergunta.

"Uma pedra mais bonita e mais nova." Ela revira os olhos. Como assim?

"Ah Melissa, por favor, você passou por cima de Sarah, acho que consegue passar por cima dessa ai também." Ele se acalma.

"É mais difícil do que pensei Chris, Aaron está obcecado!" Ela se esbraveja.

"Já que é tão difícil assim sugiro que você volte a fazer academia, arrume seus cabelos e compre um belo lingerie para mantê-lo interessado, você é bonita e sabe disso." Por estar prestando atenção na conversa chuto uma pedra sem querer, que faz barulho ao bater no bueiro.

"Vamos embora Christopher, tem alguém aqui." Os dois estram num carro preto dirigido por outra pessoa e eu saio rapidamente do meu esconderijo e esqueço completamente de comprar o chiclete.

Que merda foi aquela? Eu realmente gostaria de descobrir do que tudo aquilo se trata, mas eu preciso parar com essa mania de me envolver com problemas de outras pessoas, principalmente nos de alguém que ficou me espionando atrás de um arbusto.

Chego ao hospital e vou até a recepção falar com algum médico.

"Boa noite, gostaria de visitar minha mãe que está internada aqui." Sorrio impaciente. A enfermeira loira percebe minha pressa tenta ser rápido.

"Qual o nome dela?" Ela pergunta.

"Veronica. Veronica Hart." Ela assente e faz alguns telefonemas.

"Pode subir, segundo andar, quarto 214. Boa visita." Ela sorri e chama o próximo cliente.

Entro no quarto e vejo minha mãe deitada na cama, de olhos fechados e com o cabelo desarrumado. Sento ao seu lado e afago sua cabeça e então ela desperta.

"Samantha? É você?" Ela diz ainda abrindo os olhos.

"Não, é meu fantasma Veronica, estou morta." Ela ri e eu também, ela me olha por algum tempo, sem falar nada.

"Desculpe-me, eu sei que sou uma mãe horrível, mas eu vou melhorar, prometo que vou tentar filha, mas você tem que me ajudar. Sei que Joseph é um idiota, mas ele cuidou de mim..." ela pega na minha mão e uma lágrima escorre pelo meu rosto.

"Cuidou de você? Mãe você está louca? Aquele homem te drogou e te machucou e você ainda o defende? Eu espero que você comece a enxergar as coisas quando sair daqui! Não tem porque você ainda estar com ele, você tem muito dinheiro! Não precisa dele para isso!" Grito, em prantos.

"Samantha! Não grite aqui! Eu sei muito bem da nossa situação, só preciso de mais algum tempo para dar um fim nisso." Ela murmura.

"Quanto tempo? Mais dez anos? Quer esperar ele ser preso? Bom isso nunca vai acontecer ninguém vai nos ajudar!" As lágrimas não param de escorrer pelo o meu rosto até que alguém entra pela porta... São policiais?

"Samantha Hart, por favor, nos acompanhe." Olho para minha mãe e ela faz um gesto para que eu vá. Levanto da cama e acompanho os policiais.

Notas da autora

Mil desculpas pela demora pessoal! Não abandonei vocês não! Não se esqueçam de votar e comentar! Fico muuuuito feliz.


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