Parte VI

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Não contava com o vento. Não aprendi essa parte da escola de piratas ainda. Mas a situação não me deixava errar. Em alguns segundos, o próximo iria pular, um membro da minha tripulação, e eu precisava estar em posição.
Estou caindo.
O primeiro grande problema é ficar reto em pé, depois que consigo, luto contra o vento – que, felizmente, não lutou muito de volta – e me viro. Com as duas facas, fico preso na madeira do navio. Agora só preciso aguentar até a chegada do Earl.

O vovô não é tão rápido quando eu penso.
Olhando para cima, percebo que Lily é a próxima. Ela olha para baixo e percebe o que eu estou fazendo.
Lily se joga e luta bem melhor que eu e, em poucos segundos, está em posição de grudar na madeira. Ela pega no meu pé e fica pendura.
- Hey, Lily. Sou eu, Leo!
- Era para rir?
Quebrar o gelo... feito.
Minha mão está soada. Estou escorregando. Lily percebe e começa a gritar umas sérias grosserias.
Estamos caindo... estamos caindo... caímos.

Earl sabia exatamente a hora de passar com o navio. Maldito velho, que alívio!
Nos levantamos rapidamente porque o trabalho não estava feito.
- Arrume uns pesos, rápido!
- O que?
- Nesse ponto, eles já devem estar desconfiados. Dois se jogaram e nenhum barulho de impacto com a água. Rápido. Walter é o próximo.

Quando Walter se jogou, jogamos um saco de farinha na hora. O barulho foi convincente o suficiente para eles não olharem. A noite estava nos escondendo. Tudo estava indo como esperado.
Gary se jogou e fizemos o mesmo.
Steve demorou cinco minutos para se jogar – alegou estar fazendo o testamento. "Eu desejo deixar tudo que tenho para o Harry, meu parceiro da vida"
Seria lindo se ele não fosse louco. E quando ele caiu, fizemos o mesmo.
- Levantem a âncora! Agora!
Quando a âncora foi levantada, com o vento da noite e a sorte – que sorte!- dada pelos deuses, saímos correndo.
- RAIOS E TROVÕES – Foi a última coisa que escutamos antes de entrarmos nas neblinas e mudarmos a rota por razões de segurança.

No meio da noite, saio da minha cabine e Lily está na proa.
- Não consegue dormir?
- Se o capitão não consegue, quem sou eu para conseguir?
Rimos juntos.
- O que me diz de roubarmos algumas lojas amanhã? – pergunto com um sorriso no rosto.
- Você achou que tinha chance de não roubar? – e com o rosto sorridente, Lily se retirou;
E ali estava eu, Leo Darly, capitão do Fantasma de Roger Taylor, pronto para a missão!


O Fantasma de Roger TaylorOnde histórias criam vida. Descubra agora