Estavas a tremer literalmente com medo da pergunta que o Harry estava prestes a fazer.
Harry- Bia magoaste-te?
Tu- Não foi nada. Caí em casa, mas nada de especial.
Harry- (notou que escondias qualquer coisa) Deixa lá ver isso. (aproxima-se de ti)
Tu- Não é preciso. Eu estou bem. (tentavas a todo o custo que ele descobrisse)
Harry- Bia que me estás a esconder?
Tu- Nada. (sentes culpa por ter de mentir)
Harry- Posso não te conhecer à muito tempo, ou melhor conheço de vista embora não tenhamos estado juntos pessoalmente. Mas esse tempo já dá para perceber quando estás a mentir.
Tu- por favor não me faças perguntas. (levantas-te e aproximas-te da janela)
Harry- Sê sincera comigo. Que segredo é esse que escondes que te faz mentir?
Tu- Não é segredo nenhum.
Custava-te mentir, mas não querias de todo que ele visse as tuas marcas. Apenas a tua mãe sabia da violência do teu pai para contigo, embora não lhe contasses os casos mais graves.
Harry- Eu só te quero ajudar e já percebi que escondes alguma coisa que te magoa mesmo. A tua mãe falou em “ele” ser violento contigo. Agora eu dou-te um abraço e tu gemes de dor com alguma coisa. Dizes que caíste e não me deixas ver o que se passa. Isso só me leva a crer que alguém te fez ou faz mal.
Tu- (viras-te para ele e uma lágrima cai-te) Desculpa. (murmuras baixinho)
Harry- (ao ver o teu estado levanta-se e puxa-te para ele) Tem calma…
Vocês sentaram-se novamente e tu tomaste coragem e levantas a camisola fechando os olhos, pois não querias ver a reacção do Harry às tuas marcas deixas pelo Jack. Umas era recentes e outras nem por isso.
Harry- Oh meu Deus! (sussurra baixinho)
Tu- (abriste os olhos encarando-o) Não quero que tenhas pena de mim. Agora já sabes um dos meus segredos.
Preparavas-te para vestir novamente a camisola, mas o Harry impede-te deixando-te confusa. Ele levantou-se e foi buscar um creme qualquer a uma das gavetas da mesa. Regressou par junto de ti e fez com que te deitasses no sofá. O silêncio instalou-se entre vocês sendo apenas quebrado pelos teus pequenos soluços devido à situação.
Olhaste para o Harry e os olhos deles estavam vermelhos e parecia que ia chorar a qualquer momento. Não sabia muito bem como decifrar a expressão dele ao que tinha acabado de saber. Ele colocou um pouco de creme nas mãos e passou suavemente pelo teu corpo de maneira a não te magoar.
*P.O.V Harry ON*
Estou completamente chocado. Como é possível alguém a magoar desta maneira? Imagino à quanto tempo isto dura. Existem marcas recentes, mas algumas parecem mais antigas. Só de pensar no monstro que lhe fez isto fico com vontade de o esfolar vivo. Ela não merece nada disto. Arrepio-me ao imaginar as marcas que ela já não teve. Como é que nunca ninguém reparou nisto. Eu preciso de a ajudar. Aliás eu quero e tenho de a proteger. Não sei o que me atrai nela, mas este sentimento é uma coisa que nunca senti antes. É ainda mais forte do que o que sentia em relação à Kate. Seja o que for não vou deixar que voltem a fazer mal à Bia. À minha menina. Não vou mesmo. Ou não me chamo eu Harry.
*P.O.V. Harry OFF*
Quando ele terminou de passar o creme sentiste um arrepio e uma lágrima correu pelo teu rosto. Lágrima essa a que ele não foi indiferente.
Harry- Magoei-te? (pergunta com voz trémula e preocupado)
Tu- Não. (desvias o olhar)
Ele ajudou-te a levantar e vestiste de novo a camisola encostando-te ao sofá.
Harry- (pega na tua mão) Conta-me o que se passa?
Tu- Harry eu…
Harry- (interrompe) Bia por favor.
Tu- (olhas nos seus olhos e vês preocupação no seu pedido) O meu pai… (mordes o lábio para não chorar) Ele tem um amor obsessivo pela minha mãe e como não a pode ter descarrega em mim.
Harry- (vê as tuas lágrimas a cair e puxa-te mais para ele) Como assim?
Tu- Os meus pais eram um casal feliz e com uma filha linda, a Philippa. Ela tinha quatro anos quando morreu afogada na piscina lá de casa. Foi um acidente, mas nestes casos todos sabemos que basta um segundo de distracção. Ao fim de dois anos de depressão eles decidiram que em vez e terem um filho deles queriam adoptar uma criança. Essa criança que eles decidiram adoptar era eu. Tudo era muito bonito até ao dia em que a minha mãe me inscreveu na natação sem o consentimento dele. Eles culpam-se mutuamente pela morte da filha. As discussões começaram a ser mais acesas e no dia em que o meu pai levantou a mão à minha mãe, ela saiu de casa deixando-me com ele. Lembro-me de chorar pois mais uma vez eu sentia que tinha sido abandonada. (os teus soluços eram inevitáveis e o Harry abraça-te forte).
Harry- Não precisas de continuar… (diz mexendo nos teus cabelos enquanto te reconforta)
Tu- Mas eu quero contar. Acho que já está na altura de falar sobre isto. (ele assente continuando a abraçar-te) Depois dela ter saído de casa o amor obsessivo dele começou a vir ao de cima. E quando ela começou a namorar com o James ainda foi pior. Como não a consegue ter de volta ele descarrega em cima de mim a frustração. Tudo começou com um simples estalo que depois passou a empurrão e por aí fora. A situação deste fim de semana foi a mais grave. (suspiras devido ao choro)
Harry- À quanto tempo dura isto?
Tu- Cerca de um ano.
Harry- E porque nunca deram conta da situação? Pelo que percebi a tua mãe sabe. Porque não fez nada para te ajudar?
Tu- Ela só à pouco tempo soube devido a uma pisadura que tinha no braço. Ela no fundo só sabe dos gritos e dos estalos que ele me dá.
Harry- Aquela marca no teu braço aqui à dias foi ele?
Tu- Sim foi. (baixas o olhar)
Harry- Ei olha para mim. (tu olhas) Eu vou ajudar-te. Confia em mim. Ele não te vai voltar a tocar.
Tu- Como vais fazer isso? Eu vivo com ele.
Harry- Eu não vou permitir que alguém te magoe desta maneira.
Ele chega-se mais próximo de ti e o vosso abraço tornou-se num momento único. Pela primeira vez ao fim de um ano conseguiste desabafar sobre o que se estava a passar. Sentias que podias confiar no Harry e que ele não te iria deixar ficar mal nesta situação. Ele e o Zayn eram sem dúvida as pessoas em quem mais confiavas neste momento. Embora o teu sentimento por um fosse apenas fraternal por assim dizer e por outro era muito mais que isso.
Tu- Obrigada. (sussurraste)
Harry- (sorri para ti) Eu não te vou abandonar.
Aquelas palavras foram preciosas para ti. Aninhaste-te nos braços dele e ficaram assim em silêncio durante largos minutos.
Minutos esses em que ouviste o seu coração bater fortemente e isso fazia-te sentir bem e feliz por algum motivo.
Harry- (quebra o silêncio) Anda. (levanta-se e puxa-te) Hoje jantas comigo e com a minha família.
Tu- É melhor não. O meu pai está á minha espera.
Harry- Pois, mas hoje não te vou deixar voltar para aquele “inferno” por assim dizer.
Tu- Mas eu não quero incomodar.
Harry- Não vais incomodar. A minha mãe vai adorar conhecer-te e o meu pai vai querer que fiques. Afinal és a melhor aluna a Biologia. (ri-se com a última frase)
Tu- És tão parvo.
Harry- Também te amo.
Tu e Harry- Ahahahah
Harry- Então ficas? (pergunta com uma carinha irresistível)
Tu- Sim eu fico. (sorris)
Harry- Yeah. (pega em ti e enche-te de beijos na cara)
Tu- Deixa-me só enviar mensagem a avisar o meu pai. (pegas no telemóvel e envias mensagem)
Harry- (pega na tua mão) Vamos lá conhecer a minha mãe e dizer “olá” ao meu pai.
Saíram os dois do anexo em direcção a casa. Estavas receosa ao entrar e o Harry parece que leu os teus pensamentos.
Harry- Não precisas de estar nervosa. Os meus pais não te vão roubar nenhum pedaço. (ri-se)
Tu- Ahah… Eu sei, mas tenho receio que eles não achem correcto eu jantar.
Harry- Deixa de ser tola. Anda lá.
Lá entram em casa dele pela porta que dá para a cozinha. Assim que entram viste uma senhora em pé de frente para o balcão a preparar o jantar, que até tinha um cheiro delicioso.
Harry- Olá mãe. (dá-lhe um beijo na testa) Esta é a Beatriz… Bia esta é a minha mãe. A Anne.
Tu- Boa noite.
Anne- Boa noite Bia. Não te importas que te trate assim pois não?
Tu- Até prefiro. (sorris)
Harry- Mãe achas que podes fazer jantar a contar com a Bia?
Anne- Claro. Será um prazer tê-la para jantar connosco.
Harry- Obrigado. (diz enchendo-a de beijos)
Anne- Já chega. Vai mostrar a casa à Bia que depois eu chamo-vos quando o jantar estiver pronto. (sorri para vocês enquanto vos vê sair da cozinha)
Dirigiram-se à sala onde encontraram o pai do Harry a ler um livro.
Mr. Styles- Boa noite Harry. Vejo que trouxeste companhia. (pousa o livro na mesa)
Harry e Tu- Boa noite.
Harry- Hoje a Bia janta connosco.
Mr. Styles- É um enorme gosto.
Tu- Obrigada.
Mr. Styles- Então Bia e as explicações aí com o senhor refilão estão a correr bem? (olha para o Harry e ri-se)
Tu- (olhas para o Harry e depois para o pai dele) O Harry é um rapaz inteligente e aprende depressa.
Mr. Styles- Fico contente de o saber.
Harry- Não sei se sabem, mas eu estou aqui… (diz meio amuado)
Mr. Styles- Estou a ver que queres a Bia só para ti. (ri-se)
Harry- Pai!!!
Mr. Styles- Ahahah. Pronto já me calei.
Harry- Nós vamos para o meu quarto. A mãe diz que nos chama para jantar.
Mr. Styles- Vão lá então, mas juízo.
Harry- Não te preocupes que não lhe faço mal. (olha para ti e sorri)
Vocês vão até ao andar de cima e entram no quarto dele. Entram no quarto dele e sentes uma energia positiva. Talvez fosse devido aos tons vermelhos e pretos das paredes e tom branco da mobília.
Harry- Fica à vontade. Vou só tomar banho e já volto.
Tu- Ok. Eu espero. (trocam um sorriso)
Ele sai para tomar banho e tu ficas a admirar cada traço do seu quarto. Numa das paredes havia fotos deles com os amigos e com o irmão. Pareciam muito felizes e aquele sorriso dele fazia-te sorrir também.
Na secretária encontravam-se folhas com alguns textos que mais pareciam letras de músicas. Reparas que por cima está uma panfleto de inscrição para um concurso de música. Sorris imediatamente e ficaste muito curiosa para ouvir a voz do Harry a cantar. Ao lado do computador estava uma moldura que se destacava. Nela estava um foto do Harry com o Tomás, a Inês e uma rapariga que não sabias quem era, mas que era muito bonita. Os teus pensamentos foram interrompidas com a aproximação do Harry.Harry- Estou de volta.
Tu- (viras-te para ele) Podes cantar para mim? (pedes suavemente)
Harry- Bia eu prometi que não voltaria a cantar.
Tu- Nem sendo eu a pedir? (os teus olhos brilham)
Harry- (suspira) É melhor não. O meu pai se me ouvisse não iria gostar.
Tu- Porquê? Cantas assim tão mal?
Harry- Pelo que dizem até canto bem. Eu resolvi tirar medicina em nome do sonho do Thomas e do meu pai. O meu pai nunca achou piada em eu estar ligado à música. (o seu olhar fica triste)
Tu- (passas a mão pela sua cara suavemente) Não acho justo.
Harry- A vida é feita de injustiças.
Tu- E eu que o diga.
Harry- Prometo que se voltar a cantar vais ser a primeira a ouvir-me. (sorri)
Tu- Olha que vou cobrar isso… Posso fazer-te uma pergunta?
Harry- Claro.
Tu- Quem é ela? (perguntas ao olhar para a foto que te tinha chamado a atenção)
Harry- É a Inês. (engole em seco)
Tu- A Inês eu sei quem é. Estou a falar da outra rapariga.
Harry- É a Kate… Ela era uma pessoa importante para mim.
Tu- (ficas atordoada com resposta dele e baixas o olhar) Desculpa ter perguntado.
Harry- Não peças. A Kate foi minha namorada, mas faz parte do passado. Essa foto apenas aí está porque é a única que tenho em que está o Thomas e a Inês.
Tu- Porque é que vocês acabaram?
Harry- Traição. Ela traiu-me com um dos meus amigos na altura. Mas não vamos falar mais disso… Ainda tens dores? (pergunta passando a mão nas tuas costas)
Tu- Não. Apenas dói quando toco com mais pressão.
Harry- Promete que se ele te voltar a tocar fazes queixa dele.
Tu- Não te posso prometer isso. Ele é meu pai, mesmo que adoptivo.
Harry- Que espécie de pai faz isso a um filho? Ele não merecia ter filhos sequer.
Tu- Não digas isso. Ele já perdeu uma filha e não quero que ele sofra com a perda de mais uma.
Harry- (suspira) Pelo menos se ele te voltar a tocar conta-me.
Tu- Não te quero preocupar com este assunto.
Harry- És muito importante para mim e é claro que me preocupo. Se não me contares fico mesmo preocupado.
Tu- Harry…
Harry- Bia… (faz beicinho)
Tu- Pronto eu digo-te se voltar a acontecer. Melhor assim?
Harry- Muito melhor. (dá-te um beijo na testa)
Passado uns minutos a mãe do Harry vem chamar-mos para jantar. Conversaram bastante e riste como à muito não o fazias. No fim o Harry faz questão de te levar a casa.
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Hate and Love
Fanfiction"Compreendi que para ser feliz basta querer... Aprendi que o tempo cura, Que a mágoa passa, Que a decepção não mata, Compreendi que podemos chorar sem derramar lágrimas, Que os verdadeiros amigos permanecem, Que a dor fortalece, Que vencer engrandec...