Chapter 3/The Life

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Descí as escadas vagarosamente, não encontrei Debbie em lugar nunhum da cozinha. Pensei que ela já estava á caminho do seu trabalho, até que fui surpreendida ao vê-la sentada no sofá. Coisa que para mim é difícil ver, ela admirava o silêncio do vácuo. Meu semblante estava curioso, isso me entrigava. Ajoelhei-me em sua frente, apoiando minhas mãos nos seus joelhos.

— Mãe, você não vai trabalhar hoje?

Ela não me olhava, mordi o lábio tentando entender o motivo dela está sentada, encarando o nada. Torci o nariz em uma careta. Olhei meu lado direito, já estava arrumada para ir trabalhar, se eu chegasse atrasada seria só mais um motivo de muitos que Kristen têm contra mim. Mas não posso deixar minha mãe absurdamente estranha, como está agora.

As mechas finas de cabelo que estavam uma a cada lado do meu rosto balançaram quando maneei a cabeça afastando meus pensamentos que vinham contra meu bom-senso.

— Mãe? Olhe para mim, estou pedindo.— Levei minha mão até seu rosto, umedecí os lábios movimentando seu rosto com meus dedos para que ela me olhasse. A insentivei falar quando com um sorriso singelo fiz uma careta.

Minha mãe sorriu.

— Então dona Debbie, quer me falar o motivo de você ainda está aqui, e não no trabalho?

— Ontem encontrei um conhecido de muitos anos. Estava apenas lembrando a falta que ele me fez.

— Ele? Você sente falta de um homem? Como assim mamãe? — Falei entre risos que logo foram contidos, quando ela me olhou séria. Trazendo-me desconforto com minha atitude estupídamente infantil.— Desculpe, estava brincando. Você sabe que não falaria isso sério.

Ela voltou a admirar o vácuo, seus olhos estavam marejados, previa lágrimas quentes caírem por sua bochecha. E foi o que aconteceu.

Não consegui sorri, não consegui respirar. Minha mãe jamais chorou em minha frente. Ela foi forte com tudo aquilo que passou no passado. E agora está chorando. Descubri que odeio vê-la chorar.

Levantei e sentei ao seu lado no sofá, não sabia como tocar em minha mãe, não quando ela estava vulnerável. Minhas tentativas foram falhas, pois cada vez que meus dedos se aproximavam do seu corpo, não me sentia digna de tocá-la. Mas era a minha mãe, chorando, em minha frente

Finalmente, deitei sua cabeça em meu peito, acariciei seu cabelo. Assim como ela faria se eu estivesse chorando. Mas com seus lábios molhando minha testa em um beijo e dizendo "vai ficar tudo bem".

— M-mamãe, o que houve?

E de novo o silêncio foi a melhor resposta dada por Debbie. Deixei minha mão me guiar, senti seu coração transmitir batidas lentas. Minha expressão ainda era de preucupada. Aquele tormento acabou-se quando o toque do meu celular invadiu a sala. Fazendo com que minha mãe aproveitasse para soluçar. O que foi pior ainda, já que senti uma pontada no coração.

Seus soluços cessaram por frações de segundos. Mas logo vieram a tona.

— Vai ficar tudo bem, mamãe.— Sussurrei com a voz falha, esse não deveria ser o momento certo para abrir minha boca, e usar palavras que poderiam não fazer sentido agora, com sua reação.

— Vá trabalhar filha, você já está atrasada. Não quero nenhuma morena metida reclamando do seu atraso.— Ela riu fraco, fazendo com que toda aquela tensão se transformasse em alívio.

— Mas e você? Não posso lhe deixar sozinha. Desse jeito...

— Não se preucupe comigo, não tenho nada. E daqui a pouco vou para o hospital. Devem está precisando de mim.

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