Chapter 5/Father

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— Jade, eu não quero saber dele. Idaí se ele é meu pai, vinte anos atrás ele nem queria saber se tinha uma filha ou não, pra vinte anos depois ele querer vim saber como estou? Agora sou eu quem não quer saber dele.— Mastiguei a goma de mascar rápido. As ruas estavam movimentadas e o frio intenso, meu gorro esquentava minha cabeça e meu cachecol o pescoço. Jade não parava de tentar me fazer mudar de ideia. Que conhecer meu pai talvez fosse uma boa ideia — coisa que acredito não ser.

— Já pensou, se ele chega na sua casa cheio de presentes? — revirei os olhos teimando em suas ideias.

— Jade, não sou mais criança, e mesmo se eu fosse. Não acredito que ele seria tão rídiculo a ponto de fazer isso.— imaginei, se isso aconteceria se eu fosse uma criança.

— E desde quando precisamos ser crianças para ganhar presentes?

— Desde que eu falei.

— Perrie, para de ser cabeça dura e orgulhosa. Dá uma chance pro velho.

— Velho? Jade, eu não o conheço, nunca o ví nem por fotos. Não exagera.— desci as escadas segurando no corrimão. A estação de metrô continua o de sempre, pessoas esbarrando nas outras ou sendo mal educadas quando se pede uma ajuda.

— Ok, talvez eu possa ter ido longe de mais. Mas para pra pensar, ele pode está arrependido  — parei e olhei Jade. Suspirei colocando as mãos em meu sobretudo.— Ele é seu pai e merece ter uma chance.

— Merece? Está pensando antes de falar? Ou não lembra das vezes que lhe falei que fui abandonada? Chances são dadas a pessoas que realmente merecem, que foram legais, erraram e se arrependeram. No caso dele nem sei se arrependido está.— apertei sua bochecha e voltei a andar.

— Sua mãe só disse que ele queria saber de você, ela não disse mais nada além disso. Como pode achar que ele não está arrependido? Procurar você já é um começo.

— Isso mesmo Jed, minha mãe disse que ele quer me ver. E não que está arrependido, se tivesse, ela teria comentado.

— Perrie Louise Edwards, você vai falar com ele sim. Para de ser infantil.— saímos da estação de metrô e caminhamos pelas calçadas frias.

— Precisava falar meu nome completo? Desnecessário, e depois você é minha melhor amiga, nem minha mãe me obrigou.— mordi o lábio relembrando a conversa tensa que tive com Debbie, eu ás vezes sou estupída demais.

— Não vou ajudar em nada mesmo? — a olhei e suspirei, parada olhei meus pés cobertos pelas botas.— Pensa Perrie, e se você tivesse errado com ele? Gostaria de ter uma chance, não é? É o que ele quer agora, tenta. Eu sei que não é fácil, mas nada vai fluir se você não tentar.— olhei o lado direito e suspirei deixando que um ar branco e gelado saísse da minha boca.

— Se eu falar com ele, o que acontece?

— Você vai ganhar oportunidades de conhecê-lo, não é isso o que você queria?

— Tudo bem, eu vou tentar. Mas não prometo ser a garota mais doce que ele já viu. E eu só vou tentar por você e Debbie.

Jade sorriu e me abraçou, deu alguns pulinhos e riu.

— Tá bom Jade.

— Eu amo você.

— Eu sei.

— Credo. Bom saber sobre seus sentimentos.— revirei os olhos e ri.

— Sabe que amo você. Não sabe?

— Agora eu sei.

Rimos e entramos na livraria. Haviam poucas pessoas, todas concentradas em seus livros escolhidos ou procurando algum. Devia ter pessoas em seu segundo ou terceiro livro.

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