Chapter 14/Dougie?

81 12 25
                                    

— Dougie? — a surpresa era presente em minha face, e para piorar tudo, ainda estava presente em minha voz, de longe percebe-se isso, o modo que gaguejo até o último suspiro trêmulo.

Ele estava em minha frente, devo admitir que estava lindo. A jaqueta de couro preta, caira bem sobre seus definidos músculos. Marcados pelo tecido, mesmo que a roupa seja de pano grosso.

Seu olhar percorreu meu corpo por inteiro. A ansia de vômito veio até a garganta. Mas me segurei, com todas as forças para não vomitar. Ele tocou em outras, enquanto esteve comigo...

Minha barriga transmitia sons torturantes, como se estivesse com fome, coisa que com toda a certeza, não sinto. Já que tudo de bom se passou quando em minha frente este homem apareceu.

— Hum... Oi Perrie. — como ele pode sorrir?

Tentei fechar a porta, mais algo atrapalhou e sei que foi seu pé, quando baixei o olhar, pude ver seu pé entre a porta e o hall. Me aguentei para não explodir bem neste momento.

— Vai embora.

— Não antes de falar com você.

— Já está falando. Agora pode ir.

— Não Perrie. Eu vir pra falar com você e é isso que farei.

— Não me importo com nada que você veio falar. Só vai embora. Não estou com cabeça pra nada, se ainda não percebeu.

— Posso entrar?

— Não.

Seus bíceps me empurraram, sou tão pequena quanto Dougie, até sua voz me assusta. Mas nunca me dei por vencida e muito menos por medrosa. Dougie é tão inocente quanto um bebê recém-nascido — ou eu achava isso, até ele me trair.

Mas agora, ele não pode fazer mais nada. Ele está no meu espaço, na minha raiva e no meu ódio. Nada e nem ninguém me faria ser amiga de uma pessoa como essa, em que não podemos confiar para contar nossos segredos, mais íntimos ou até mesmo, os mais simples.

— Eu disse que não.

— E eu disse que não saio enquanto não falar com você. Então é melhor deixar eu falar, se quiseres que eu vá embora.

— E perder meu tempo com você? Muito obrigada, mais não quero.

— O que custa me ouvir?

— Custa muito. Você sabe que não vou ficar calada, em nenhuma palavra que você for falar.

— Sim, eu sei. Nós namoramos lembra?

— Namoramos? Nem lembro.

— Sua ironia não muda nunca.

— Sua safadeza também não.

— Então, estamos kits.

— Não estou de acordo com nada que você fale.

— Meu Deus! Você está pior do que antes.

— Isso não é da sua conta.

— Hmpf. Vai me ouvir?

— Você sabe que não. Então já pode ir, tenho mais o que fazer.

— Falar comigo é uma dessas coisas.

— Me concertando. Eu tenho coisas mais INTERESSANTES do que ouvir você falar, até lavar uma louça tem seus beneficios.

— Ah. E eu não?

— Está começando a entender. Garoto esperto.

— Sua mãe está?

— Oi? Você não ouviu o que eu acabei de falar? Eu disse pra você ir embora.

— Na verdade, não. Eu estava olhando pros seus seios. Eles estão maiores do que antes, dá até vontade de...

— É melhor você calar a boca, se não quiser que eu ligue pra polícia.

— E você vai falar o quê para eles? Que recebeu uma visita, não gostou e quer que me prendam? — Não ri, seu filho da mãe.

— Poderia ser, mais é muito simples isso. Acho que, falar que um homem estranho entrou em minha casa, sem a minha permissão, falou dos meus seios e que quase me agrediu com aquele empurrão, seria melhor.

Seu sorriso se desmanchou tão rápido, quanto uma mateiga derretendo em uma frigideira quente. Seu olhar percorreu a casa toda — a sala para ser exata —, Dougie sempre foi um cara inquieto, e sei que ele não descansaria enquanto não conseguir o que quer, nessa parte, somente nessa, somos parecidos. Como eu sei disso? Bem, ele já foi meu.

— Prefere mentir então?

— Se for pra mim me livrar de você, sim.

— Ai, Perrie.

— Vai embora!

— OK. Eu vou, mais eu volto.

Ele saiu pisando forte, sua raiva era instável em qualquer movimento, mais não era a raiva que sinto. Então o que ele tem não é nada, é simplesmente engano de arrependimento, ou sei lá, qualquer coisa que ele veio fazer aqui.

LightningOnde histórias criam vida. Descubra agora