Edson

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O Doutor Almir estava conversando com uma mulher que segurava uma criança no colo quando eu e a enfermeira chegamos, quando nos viu ele já sabia que tinha algo errado.

-Doutor, você poderia me acompanhar até a sala das encubadoras? - a enfermeira perguntou.

-Claro, com licença. - ele disse a mulher que ele estava conversando.

Durante o caminho até a sala que a Valentina estava a enfermeira disse vários termos técnicos para o médico que eu não entendi nada e quando chegamos na sala eu ia entrando junto com eles mas o médico não me deixou entrar.

- Não posso deixar que o pai entre. É melhor você ficar aqui.

Ele entrou com tanta pressa que nem deu tempo de explicar que eu não era o pai...

Quando olhei para o berço onde Valentina estava já não tinha mais ninguém nele e o médico e as enfermeiras estavam do outro lado da sala, todos em volta da Valentina.
De repente vi Flávia e Amanda vindo em minha direção. Amanda estava com o rosto abatido mas parecia feliz.

Ela chegou ao meu lado e olhou para o vidro.

-Onde está a minha filha?

Foi aí que eu entendi.

O médico e as enfermeiras tiraram a Valentina do berço porque ela não iria precisar mais do oxigênio. Se ela não ia precisar mais do oxigênio é porque ela não estava respirando, se ela não estava respirando é porque...

-Ai meu Deus aquela ali é a Valentina? Edson ela morreu? - Amanda me perguntou desesperada.

-Eu acho que... sim.

Eu abracei ela. As lágrimas dela manchou toda a minha camisa. As lágrimas dela eram desesperadoras. As lágrimas dela me fizeram chorar.

Flávia me abraçou e ficamos nós três assim, abraçados até o médico vir e confirmar nossas suspeitas.

Valentina tinha falecido por conta dos pulmões fracos que não conseguiam respirar o suficiente.

Amanda parecia ser de aço, entrou na sala e abraçou sua filinha.
Eu me senti impotente, despreparado, não sabia o que dizer só sabia o que sentir.

Meu professor dos olhos azuisOnde histórias criam vida. Descubra agora