Meu professor dos olhos azuis

Amanda

Os dias se passaram e estar de volta na casa do meu pai foi se tornando mais fácil.
O Augusto insistiu muito para que eu ficasse com ele no apartamento mas eu não tinha a menor condição psicológica pra isso, e olha que eu tentei, mas naquele dia depois do velório quando eu cheguei em casa e vi o quarto da Valentina vazio, meus seios vazando leite e o corte na barriga doendo, eu não aguentei. Liguei pro mei pai e pedi que me levasse dali. Ele e minha mãe me buscaram e eu agradeci muito porque ficar lá era tortura. Eu sei que eu tinha que ficar lá com o Augusto, meu "esposo" mas não dava, eu precisava ser consolada e aquele apartamento era o oposto do consolo que eu precisava.
Agora, doze dias seguidos na casa do meu pai eu estava começando a me sentir em casa de novo.
A Flávia me ligava todos os dias e me visitava dia sim dia não.
O Augusto vinha ficar comigo mas a gente não tinha assunto! Era constrangedor! Ele chegava, beijava minha bochecha e se sentava no sofá ao meu lado e ficavamos em silêncio até que ele arrumava uma desculpa e ia embora, confesso que me sentia muito bem quando ele ia porque ficar ao lado dele só me fazia sentir mais dor.
No décimo dia eu fui até o apartamento, arrumei todas as coisas da bebê e entreguei para a doação com o coração rasgado!
Foram dias difíceis...
Meu pai sendo o homem que era estava me tratando feito princesa, me disse que eu só voltaria a aula quando eu me sentisse a vontade, fazia tudo que eu pedia e me abraçava sempre que me via chorando pelos cantos da casa.
Minha mãe para minha surpresa veio ficar aqui comigo na casa do meu pai. Tirou umas férias e passou os últimos dias tomando sorvete e assistindo filmes de drama comigo.
A muito tempo eu não tinha a presença dos dois assim tão de perto. Pareciamos uma família de novo! Minha mãe até voltou a cozinhar!
Meu pai trabalhava o dia todo e a noite minha mãe preparava nosso jantar. Eu estava começando a perdoa-la por ter sido tão ausente.
Os dias maus estavam começando a passar e de repente me senti uma menininha de novo com meus pais juntos de novo. Sei que eles faziam isso pelo que havia acontecido mas pra mim isso não importava, eles me passavam aquela sensação de que tudo ia ficar bem.