DOIS//Drogas

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"As cicatrizes nos ajudam a lembrar que o passado foi real."
(Hannibal)

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Eu era um babaca cretino, isso era claro, mais parecia ainda mais idiota pensar o quanto eu era um filho da puta quando estava com você.

Eu queria te impressionar, porque era óbvio que você era boa demais para mim, até um imbecil que nem eu poderia saber disso.

Uma garota como você nunca se interessaria por um cara como eu, eu era um babaca qualquer que gostava de trepar com estranhas, beber até desmaiar, fumar pra caraio e falar muita merda, já você era tudo o que um cara poderia querer, você era o pacote completo, bonita, inteligente e única.

Havia tanta merda na minha vida.

E era óbvio que você não faria parte dela.

O dia que eu te vi pela primeira vez foi um dos mais idiotas da minha vida.

Acordei com o sol a me cegar, olho ao redor e percebo que não conheço onde estou, e vejo uma loira estranha nua abraçada a mim, o quarto que eu estava fedia a cerveja, vomito e porra, olho para baixo e noto que eu estou pelado também, e quando tento sair do abraço da loira eu quase caio emcima do meu amigo Scott que tava fodendo uma garota morena, que gemia como uma putinha gostosa...

(Desculpe Lexi, mais prometi contar tudo e ser sincero, então esse era eu.)

...sorri quando ele olhou por sobre o ombro dela na minha direção, encontrei minhas roupas e me vesti, sai quieto do quarto, a casa tava uma bagunça e eu nem conseguia me lembrar de quem era a festa da noite passada, havia gente bêbada desmaiada pela casa toda, um fedor ainda mais forte de urina e vomito dominava o lugar junto com o odor de cerveja estragada, desviei de toda a sujeira e dos bebum, sai da casa sem olhar para trás, peguei do bolso da minha calça meu maço e pego um cigarro, o assendo e dou uma tragada.

Cara, eu precisava de um banho.

Caminhei sem qualquer presa até que algo me chamou a atenção, era você é claro.

Estava sentada no topo de uma árvore com os fones altos no ouvido, alguém chamava você e você nem parecia notar, ou não queria ao que parecia, era um cara que gritava da janela, com os gritos insistente do cara eu descobri que seu nome era Alexis.

Você era incrivelmente linda, olhos castanhos quase cor de chocolate derretido, como eu poderia me afogar naqueles olhos e não me importar.
Sua pele parecia porcelana, foi quase uma das primeiras vezes que olhei para uma mulher sem ir direto olhar o seios e a bunda, você me fez apreciar seu rosto.

Te encarei por muito tempo até que você me olhou e franziu a testa, eu tirei o cigarro da minha boca e soltei a fumaça, sustentei o máximo que pude seu olhar, e naquele momento fizemos nossa primeira de muitas guerra de olhares, não desviei meu olhar, eu era orgulhoso demais para isso, você também era insistente e eu gostei disso em você, eu poderia passar o dia todo aqui, parado olhando pra você, disso eu tenho certeza, nosso contato visual foi quebrado quando um carro para bem na minha frente, era a loira que estava pelada comigo hoje quando acordei, ela foi para o banco do carona e eu entrei no carro, peguei o volante e antes de eu arrancar com o carro, você não estava mais lá.

Era incrível como sempre que estávamos perto alguma merda sempre rolava, inacreditável isso, mais eu sabia que logo te veria de novo.

É claro que eu não acreditava em destino e sina, isso tudo de muito piegas para mim.

Depois de trepar com a loira de novo, eu sai da cama e fui até a janela do quarto dela, acendi um cigarro e fiquei pensando em você.

Meu celular tocou, eu procuro minha calça e pego meu celular do bolso.

-Scott-digo.

-Tyler, e ai ta afim de ficar doidão?-ele pergunta.

Eu rio, não fazia nem 8 horas que ficamos chapados.

-Claro, mais eu preciso de carona.-eu precisava de uma desculpa pra fugi da Júlia?Jenna?

Me viro para olhar ela, ela levanta da cama nua vem até mim, e me beija, retribuo o beijo, em seguida a afasto gentilmente.

-Desculpe, tenho que ir.-digo.

Ela revira os olhos e sem dizer nada entra no banheiro e fecha a porta.

É claro que eu entendo a deixa, pego minhas coisas e saio da casa.

Eu vou andando até a frente da casa dela e me sento na calçada, esperando Scott chegar.

...

Lexi, eu nunca te contei sobre como conheci o Scott.

Na realidade não é nada tão especial.

Eu estava em uma festa e estava doidão (pra variar) e então eu acabei dando emcima de uma garota que o namorado dela era um cara bem barra pesada, mais aí aparece Scott e ele acabou me tirando de lá antes que eu apanhasse, ele me levou pra casa dele, e eu passei a noite lá, quando acordei ele me contou a merda que eu tava fazendo e acabamos rindo muito disso, Scott era traficante, não daqueles fodões, mais ele tinha de tudo no porão da casa dele.

E Scott e eu nos tornamos amigos assim, íamos a mesmas festas, acabavamos levando as garotas pra casa dele pra foder, ficávamos drogados.

(**é Claro que se você estivesse lendo isso agora iria dizer "uau, bela amizade essa".)

Lexi no final das contas não nos conhecemos tão diferente disso.

Você e Scott eram as duas pessoas que eu mais confiava no mundo.

E o que chega a ser engraçado que vocês dois no final das contas não eram bons pra mim.

Scott com suas drogas me viciaram, e tiraram o que foi normal na minha vida, me afastei das pessoas que eu amava, e acabei me tornando aquele babaca inútil que você conheceu.

E depois você, sempre fugindo de mim, você era mais viciante que qualquer droga que eu já experimentei, e depois você simplismente vai embora.

Você me deixou na ruína, Scott fodeu com minha vida tanto quanto você.

...

Depois de algum tempo Scott estacionou em frente a casa Júlia? Ou era Jenna? Não me lembro mais o nome da loira, que se dane, pensei, eu não a veria de novo.

Entro no carro e vamos para casa dele, Scott me oferece os brownie de maconha que ele fez, e eu como dois, depois fumamos um narguile e assistimos um desenho idiota que passava na tv, e rimos que nem dois otários.

E nesse momento eu pensei "que merda eu estou fazendo com minha vida?"

Doce VenenoOnde histórias criam vida. Descubra agora