CINCO//Você

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"Acho que a única razão de sermos tão apegados em memórias, é que elas não mudam, mesmo que as pessoas tenham mudado."
(Pretty Little Liars)

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Nossos dias eram sempre iguais, passávamos quase todos os dias trancados naquele galpão, comendo pipoca, vendo séries, eu fazendo perguntas sobre os livros que eu estava lendo, você dizendo que não daria spoiler, mais explicando com paciência o que eu não entendia.

Não nos importávamos de ficar apenas lá, nunca conversavamos sobre nós, nossas histórias, você sempre mudava de assunto, então nunca tentei falar disso.

Uma vez quando fomos pra fora do galpão, você se sentou no seu carro e eu fui me sentar ao seu lado, você acendeu um cigarro e se calou, eu não estava muito afim de fumar, não hoje.

-Por que no dia que você me salvou você tirou sua camisa?-eu decidi perguntar.-você não estava pensando em me estuprar estava?

Você me olhou e começou a rir, e foi aí que eu percebi como sua risada era agradável de se ouvir.

-Eu tirei a blusa porque eu estava suja com seu sangue, e estava com calor.-você diz entre uma gargalhada e outra.

Faz sentido.

A cada dia que eu passava ao seu lado mais eu gostava de você.

Você estava me encarando e eu não resisti ao impulso de beija-la.

Me aproximei, e em nenhum momento você recuou, eu colei meus lábios aos seus, e você retribuiu o beijo, nossos lábios se moviam em sincronia, como se já se conhecessem há muito tempo, sua língua brincava no céu da minha boca, me aproximei mais de você, e agarrei com firmeza sua cintura com uma mão e com a outra segurei sua nuca, você estava com as duas mãos nas minhas costas, eu não queria mais tirar meus lábios dos seus, você me afastou e mordeu meu lábio inferior, e como eu quis transar com você ali mesmo.

Mais me controlei, estávamos arfando, nossas cabeças ainda encostadas uma na outra, eu olhei pra você e pude notar tão de perto seus olhos que sempre me fascinaram.

E você simplismente sorriu, eu tentei gravar essa imagem em minha memória, esse era o tipo de sorriso que poderia ter feito meu coração parar de bater, se ele ainda me pertencesse, ali eu soube que nada mais seria igual.

Você era uma boa ladra, me roubou desde o primeiro olhar e eu só havia descoberto semanas depois.

Mais eu apenas tive certeza do que eu sentia, que meu coracao não mais me pertencia naquela tarde de 1 de setembro, eu cheguei no galpão como de custume, seu carro estava estacionado, mais eu não via você em lugar algum.

Você apareceu minutos depois e estava fantasiada de Belatriz, quando te vi realmente eu quis rir, mais me contive afinal você estava caracterizada à altura.

-O que é isso madame Lestranger?-eu pergunto.

Você segurou sua varinha e me encarou, e usando a varinha apontou para um papel emcima da mesa, eu fui até lá e avaliei o papel.

Haveria uma festa com o tema: Harry Potter, era uma convenção acho que era assim que se chamava de volta as aulas à Hogwarts, seria a semana toda, passando os filmes e uma debate sobre os livros.

-Eu não sabia, não tenho uma fantasia.-digo.

Você caminha até mim.

-Eu tenho a fantasia perfeita pra você.

Eu fui até sua cama e encontrei uma fantasia estranha, e eu demorei um pouco pra entender que minha fantasia era de Dobby.

-Tá de sacanagem comigo?

Doce VenenoOnde histórias criam vida. Descubra agora