NOVE//Brigas

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"A descoberta de algo inesperado é interessante. Mas, muitas vezes, a ausência inesperada de algo é ainda mais interessante."
(CSI Miami)

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Alexis, Alexis, Alexis.

Reescrevi seu nome em um pedaço de papel, com minha caligrafia tosca e vulgar.

Quem era você afinal? Eu nunca cheguei a te perguntar isso diretamente.

Você sempre foi um mistério que eu nunca fui capaz de desvendar.

Eu não sabia nada de você, apenas seu nome.

Até aquele momento eu não me importava com isso, mais pensar nisso não tinha uma forma de eu não notar o quanto eu não sei nada sobre você.

Virei a folha e lá estava o que eu sabia sobre você.

*Seu nome era Alexis Grayson
*Seu ex namorado babaca era Dylan
*Você tinha um taco de beisebol
*Tinha atitude
*Gostava de ler e fotografia
*Não tinha muitos amigos
*Passava a maior parte do tempo no galpão (Eu não sabia se você morava lá)
*Você gostava de fumar.
*Sempre andava com uma caneta no bolso
*Gostava de chiclete de menta.
*Tinha cheiro de baunilha

E era isso Lexi, tudo o que eu sabia sobre você.

Sei que tudo o que vivemos foi por um breve período, mais eu desfrutei cada segundo dele, e gostei realmente de poder ter descoberto poucas coisas sobre você.

Um dia que eu me lembro com muita frequência foi o dia em que conheci a sua mãe.

Não foi muito amistoso.

Mais com você nunca era.

Já fazia algumas semanas que estávamos juntos, eu não diria que estávamos namorando ou ficando, éramos você e eu e isso bastava.

Nesse dia por acaso você parecia tensa, passou grande parte da manhã socando sem descanso o velho saco de areia pendurado no teto do galpão, eu já havia me acostumado com seus súbitos momentos de raiva e então era bem comum ve-la assim, então logo depois de você estar mais relaxada eu te convidei pra dar uma volta na minha moto, e você aceitou sem nem protestar nem nada, o que sinceramente estranhei um pouco.

Enquanto andamos de moto sem destino algum, você me pediu para parar e me pediu para te deixar dirigir a moto, eu deixei, subi atrás de você na moto e abracei sua cintura, eu não fazia ideia de pra onde estávamos indo, mais estar com você era o que me importava.

Paramos em frente a uma mansão, eu não entendi o motivo disso, você estacionou a moto em um lugar escuro.

-Porque estamos aqui Lexi?-te pergunto.

Você não responde, apenas pega na minha mão e me conduz até uma das janelas que estavam abertas, e ai eu entendi você queria invadir a casa.

Eu realmente não sei porque mais eu entrei com você na casa, eu te seguiria até o inferno se fosse preciso.

Você me levou até um dos quartos de bacanas, e depois saiu, eu fiquei olhando as coisas, havia um quadro pavoroso na parede, parecia que alguém tinha sido baleado em uma tela em branco, eu nunca entendi porque gente cheia da grana gastava dinheiro com coisas idiotas.

Você logo voltou e trazia consigo um balde com gelo e champanhe e taças, eu devo admitir estava me divertindo muito.

Bebemos, e depois você tirou sua roupa, eu fiquei maravilhado com a perfeição do seu corpo, estava hipnotizado por sua beleza.

Você pigarreia alto e me lança um olhar malicioso.

-Vai ficar aí olhando tigrão?

Eu vou até você e te beijo, te jogo na cama, e fodemos ali mesmo, fodemos na banheira, na parede, no chão, na cama, e até na mesa que tinha no quarto, eu tava me cagando pra quem quer que seja os donos dessa casa, só queria você e isso me bastava.

Quando estávamos exaustos, você sai da cama e vai em algum lugar da casa, eu me levanto e vou ao banheiro, quando volto, minhas roupas e minhas coisas não estão mais no quarto, e estou olhando para um casal, e mulher grita ao me ver pelado, o marido vem logo querendo me bater, e quando vejo estou agora atrás das grades por invasão.

Você me abandonou na casa Lexi, e eu estava puto com você.

O delegado mandou me chamar, eu fui até a sala dele acompanhado de outros policiais, o casal donos da casa estavam lá, eu realmente não sabia o que dizer, me sentei diante do delegado e fiquei em silêncio, foi quando a porta é aberta e você entra lá, como se nada tivesse acontecido.

-Alexis-o delegado te cumprimenta.

Você se senta na cadeira vazia ao meu lado e eu apenas te observo.

-Tio David, desculpe a confusão, mais esse aqui.-Você aponta pra mim.-é meu namorado Tyler, e ele estava em casa comigo.

Namorado?? Casa??

Que porra que estava acontecendo aqui?

-Filha? Porque não disse? -a mulher perguntou.-E porque levou seu namorado pra transar no meu quarto?

Esse mulher era sua mãe?

-Só fiz o que você fez Mamãe, você não levou o Reinaldo seja la o nome, pra foder na cama do meu pai, e também veja que coincidência nem me avisou. Mamãe acho que temos um probleminha de comunicação.

Você sorri de uma maneira debochada pra sua mãe.

Perco metade da conversa afinal estou aqui pensando em maneiras de te matar Lexi, puta que pariu, me fez até sua casa pra se vingar da sua mãe, me fez ser preso pra dar uma lição na sua mãe, você não tinha limites.

Você Lexi era uma princesinha mimada, pra você isso não significou nada, mais pra mim sim, eu não queria te olhar eu estava muito puto pra isso, assim que o delegado me solta eu saio e pego minha moto, e dirijo até em casa, não quero ver ninguém, fecho meu quarto e me sento no chão.

E mesmo sem eu querer, as palavras do Dylan voltam a aparecer na minha cabeça.

"Fuja dela enquanto você pode. Ela vai fuder sua vida. Vai te deixar na merda."

Eu jogo meu criado mudo na parede, jogo qualquer coisa, não ligo mais pra porra nenhuma.

-Tyler, o que está acontecendo?-minha mãe grita do outro lado da porta.

Eu pego minha carteira e a chave da moto, eu não ia discutir com minha mãe, a única pessoa que tinha que ouvir era você.

Quando cheguei no galpão a luz estava acesa eu entro sem nem esperar um convite, você estava sentada no sofá encarando minha parede de frases com uma garrafa na mão.

Você me vê chegando e me observa, mais você não disse nada.

-Que merda você está fazendo? Achou que eu era um caipira idiota pra você ficar? Pra você fuder? Pensou que era assim, me usar pra se vingar da sua mãe? Vai se fuder Alexis, eu estou cansado das suas merdas, dos seus joguinhos, você é só a porra de uma garota mimada do caraio, garotas como você não andam com caras como eu, cansei dessa merda, não quero mais ver você, ache outro trouxa pra tuas merdas.

Saio de lá e nem olho pra trás dirijo até a casa do Scott que estava dando uma festa e fumo, bebo e acho uma desconhecida pra fuder, ela não era você, mais eu precisava te tirar da cabeça.

Doce VenenoOnde histórias criam vida. Descubra agora