Coral - A Filha de Coraline

O Outro Sacrifício e o Outro Fim

Leiam ao som de: https://www.youtube.com/watch?v=e8QTDnqWAEk

Espero que gostem, esse é o fim (Talvez).

                  

O chão tremeu-se e abriu, aquela mão imensa havia saído de dentro da terra, todos ficaram parados apenas imaginando o quanto estavam ferrados, os momentos de alegria que a pouco haviam vivido sumiram como se nunca tivesse existido. Coraline estava parada ao lado de Wybie que segurava Toby de uma forma protetora. As Amanda's estavam um pouco atrás junto com Balt e muitas crianças já estavam na clareira, estavam assustadas demais pra entender o quão grave era a situação. Lucio estava ao lado de seu filho Rudy que por sua vez segurava forte a mão de Coral. Ele não pretendia soltar aquela garota nunca mais.

O coração de Coral batia rápido demais, estava diferente, ela quase não conseguia respirar direito. A mão fumegante e em carne viva trazia com si um odor de pobre, de algo tão velho quanto o tempo e tão assustador quanto a morte.

— Elzarella... – Coral sussurrou, tinha certeza absoluta que ali era ela. Tinha acontecido o que todos temiam. Elzarella havia acordado.

A mão tremeu-se e então, tão rápido que ninguém conseguiu correr, ela se esticou e agarrou três crianças que estavam ali próximo e puxou para dentro do buraco. Todos gritaram, mas não conseguiram correr. Não tinha para onde correr. As portas que antes estavam ali, agora estavam bloqueadas por fumaças escuras e fedorentas.

Coral deduziu o óbvio, se aquela mão era tão grande que conseguiu pegar três crianças tranquilamente, a dona daquela mão era maior ainda, pois o braço não tinha aparecido completamente, apenas até o cotovelo. Coral imaginava a hora que aquela grande criatura sairia dali e o que ela teria feito com aquelas três crianças.

Gritos surgiram de dentro do buraco, e então, o silencio.

— Temos que sair daqui AGORA! – Coraline gritou, o medo estava em seus olhos, ela olhava para o marido e para seus filhos e não conseguia sentir nem um pouco de esperança.

— As portas estão bloqueadas. – Lucio foi até uma das entradas que estavam bloqueadas por a fumaça preta e foi repelido antes mesmo de encostar. – Não tem como sair.

"— Pra onde vocês pensam que vão?" Todos olharam para o buraco, a voz havia vindo de lá, era uma voz que parecia de uma velhinha gentil, mas ao mesmo tempo assustadora.

Então, uma pequena mão surgiu de dentro do buraco, se apoiando na terra ao redor, e aos poucos a pessoa começou a sair completamente.

A primeira coisa que Coral observou naquela mulher que agora estava parada diante de todos, é que agora ela era uma pessoa de tamanho normal, e a segunda coisa que ela notou quando a mulher levantou a cabeça para encarar todos, é que sua boca, pescoço e corpo estava completamente sujos de sangue vivo, como se ela tivesse acabado de tomar grandes baldes de sangue e tivesse deixado escorrer pelos lados da boca. Aquela mulher era bastante peculiar, não era tão alto e não era tão velha, era um tipo de vovó em boa forma, mas as marcas da velhice era evidente em todo o corpo que estava completamente nu. Os cabelos eram tão grandes que arrastavam no chão e eram brancos como algodão. Quando ela encarou a todos, Coral percebeu o quão esquisita era aquela mulher ao olhar seus olhos. Um olho era totalmente verde, igual os de Rudy e o outro olho não existia, no lugar que deveria estar o olho, estava um botão de rosa florescido.

— Ora, ora... Que bela recepção. – ela falou, sua voz era um gentil mascarado que dava para perceber de longe.

— Elzarella, por fav... – Lucio caminhou em sua direção, a expressão no rosto do homem que um dia foi um gato, era de súplica, mas ele não terminou a frase, aquela mulher o fez fechar a boca.