"Muito engraçado, Josh. Tô morrendo de rir."
"Não fui eu, Sarah!", falei assustado. É claro que ela não acreditaria em mim, não depois do que eu fiz! Mas era verdade! Eu realmente não havia mexido aquela porra de ponteiro!
"Não vou cair duas vezes na mesma brincadeira, palhaço!"
"Não fui eu, merda!", gritei pra ela. "Essa coisa mexeu sozinha."
"Tá bom, então!", ela se sentou na cama, colocando os dedos no ponteiro.
"Tira a mão dessa coisa, Sarah."
"Ué, Josh! Você não "invocou" o Joseph? Agora ele deve estar querendo brincar, não é mesmo?", o ponteiro se moveu para o "sim" mais uma vez. "Ai, meu Deus!", ela falou. "Josh... O que foi isso?", ela começou a ficar nervosa.
"Eu te disse que essa coisa mexeu sozinha!", eu me aproximei dela. "Vou levar isso embora daqui!", tentei pegar o tabuleiro, mas estava pesado demais, eu não conseguia levantá-lo.
"Josh!", Sarah ficou nervosa. "Eu não consigo tirar os dedos do ponteiro!"
"Como assim?", perguntei confuso.
"Eu não sei!", ela gritou, chorando. "Eu só não consigo!"
"Calma!", me sentei na frente dela.
Eu puxava com força a mão dela, mas de nada funcionava, parecia que ela estava colada no tabuleiro. Ela não parava de chorar.
"O que a gente vai fazer?", ela perguntou entre soluços.
Eu fiquei em silêncio. Estava tão assustado quanto ela. Nunca imaginei que aquilo fosse realmente acontecer.
"A gente joga."
"O quê?", ela falou com terror nos olhos. "Não, Josh! Não, por favor!!!"
"É o único jeito, Sarah!", eu gritei nervoso. "Acha que eu quero continuar com isso por vontade própria?"
Pus os dedos no ponteiro, fazendo a Sarah chorar mais ainda.
"Seu nome é mesmo Joseph?", perguntei meio que a contragosto.
O ponteiro se moveu até o "não".
"Quer... nos dizer seu nome?", novamente o ponteiro se voltou para o "não". "Tudo bem, não precisamos saber o seu nome, agora nos diga..."
"O que você quer?", Sarah me interrompeu aos berros. "Fala logo o que você quer e deixa a gente em paz."
"Calma, Sarah!"
"Faz isso parar, Josh! Por favor!"
"Eu tô tentando, tá bom? Fica calma!", sequei as lágrimas dela. Ela balançou a cabeça, se acalmando um pouco. "Okay... Você quer nos dizer alguma coisa?"
O ponteiro seguiu até a palavra "sim".
"E o que seria?", o ponteiro começou a se mover, mas dessa vez rápido.
"C-E-T", Sarah lia as letras em voz alta. "I-C-O", logo em seguida o ponteiro se arrastou até a extremidade onde a Sarah se encontrava.
"Cético?", fiquei confuso. "O que será que ele quer dizer com isso, Sarah?", olhei para ela, mas ela estava com cabeça abaixada e os olhos entreabertos. "Sarah?"
Ela novamente não respondeu.
"Sarah?", tirei as mãos do tabuleiro e sacudi ela.
Ela abriu os olhos, mas não olhava pra mim. Começou a resmungar algumas coisas, mas eu não conseguia entender, parecia ser outra língua.
"Sarah, o que tá fazendo?"
Ela arrastava com força o ponteiro pelo tabuleiro, formando o número 8 várias e várias vezes.
"Sarah, para com isso, tá me assustando."
Ela parou de falar e me olhou. Ela deu um sorriso, mas não era o sorriso que eu conhecia, não era o sorriso da Sarah. O sorriso que ela deu fez a minha espinha se arrepiar. Me afastei rápido dela.
"Você não queria jogar, Josh?", ela me perguntou ainda sorrindo. "Vamos jogar."
"Eu não quero jogar", respondi assustado. Eu sabia que não era a Sarah. "Não com você."
"Ah, Josh...", ela fez beicinho. "Vamos...", ela se inclinou na minha direção, lambendo de leve os meus lábios. "O que você acha... de um ménage?"
Mas que merda era aquela???
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Ouija
HorrorTodos sabem as consequências de brincar com o outro mundo, não é mesmo? Porém alguns desafiam os espíritos, deixam a curiosidade falar mais alto, se conectam com os mesmos e abrem portas que dificilmente são fechadas, quando são fechadas. Josh e Sar...