O INIMIGO DO MEU INIMIGO

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Antes de abrir os olhos e recobrar de vez a consciência, Athos pôde sentir o balançar de seu corpo, a dor em algumas partes dele e o gosto amargo de ferrugem e sal em sua boca, era sangue ele não tinha dúvidas. Ao analisar onde estava, observou o quanto escuro e sujo era o lugar. Existiam outras pessoas ali, todas estavam como ele, com os pés e as mãos algemadas, porém a única diferença é que Athos não usava um capuz em sua cabeça. Os homens acorrentados eram os soldados de Vincent, porém ele não localizou o general ali. Será que o mataram?

Sua cabeça latejava numa dor intensa, contudo ele sabia que estava mais ferrado do que já esteve em toda sua vida. Haviam sido capturados e estranhou por já não estarem mortos, como sabia que os soldados de Frantet fariam e pressentia que algo muito pior os esperava.

- Carlos. – chamou, mas o pigarro em sua garganta fez o som sair mais baixo que um murmúrio, tentou outra vez. – Carlos? – E para seu alívio uma das cabeças encapuzadas se moveu em sua direção. Os sons eram abafados, e Athos soube que seus amigos estavam amordaçados por baixo daqueles panos.

- Está tudo? Está ferido? – A tentativa de comunicação de Carlos não dizia ao certo se era sim ou não, ele parecia bem agitado. – Calma, estou bem, e parece que estamos num tipo de prisão. – explicou analisando em volta. Os soldados prestavam atenção no que o jovem Lorissiano falava. – Só possui uma janela, é bem pequena e fica bem alta. As paredes parecem de aço. Acho que estamos em algum transporte. – Athos analisou com mais calma o que seria aquilo, e pelo balançar chegou a uma conclusão. – Acho que estamos num navio.

Dois homens abriram a grande porta de ferro entrando, pelas fardas, possuíam patentes importantes. Em seguida Athos viu oito soldados entrarem e se enfileirarem lado a lado com armas apontadas em sua direção e de seus amigos.

- Bom dia, senhor Fagnaire. – Disse um dos homens com um sotaque tipicamente europeu, antigo continente de pessoas que foram salvas na era Puhacoty e agora faziam parte do reino de Lázarus.

Athos não respondeu, apenas observou o homem andar por entre os seus companheiros até onde ele se encontrava e abaixar a sua frente. Era capitão, Athos notou ao ver a patente em seu casaco pesado.

O homem analisou Athos minuciosamente e com uma leve presunção e interesse ao prestar atenção no jovem.

- É muita falta de cortesia não responder. – Disse segurando o rosto de Athos como se procurasse por algo em seu rosto. O soltou. – Você não me parece grande coisa, moleque. Não sei ao certo o do porque meu general manter você e esse bando de vermes desprezíveis vivos. – Athos cerrou os punhos que estavam mobilizados em suas costas, queria mais que tudo socar aquele homem. – Mas... Será muito interessante descobrir. – O sorriso psicopata deixava claro como ele estava se divertindo – A propósito, meu nome é Capitão Aleister Scar, senhor Athos Fagnaire. – o homem se levantou. – E você vem comigo. – avisou puxando Athos o colando de pé e o arrastando. Todos os soldados Lorissianos tentaram se soltar.

- Pra onde estamos indo? – Disse Athos protestando seus passos.

- Para onde você acha? – perguntou o homem retirando Athos daquela sala. – Para Frantet. Meu rei está ansioso para conhecer você.

- Lázarus? – Athos não conseguiu disfarçar a surpresa. – por quê?

Capitão Scar parou o fitando curioso.

- Bom, isso é algo que também quero descobrir. – O levando para outra sala próxima, aquela possuía um colchão velho e comida em um tipo de bacia. Era mais quente e limpa também. – Entre, não quero que você adoeça e chegue morto. – Explicou jogando Athos sobre o colchão. – Meu pai ficaria decepcionado por eu falhar nessa missão ridícula. – Athos estava mais confuso, ouviu corretamente? Aquele cara era filho de Lázarus?

O Clã dos ImortaisOnde histórias criam vida. Descubra agora