Acordei já era dia, conseguia perceber pelo sol que entrava pela janela, uma vez que a persiana estava corrida, não retirando nada da luminosidade no local, fazendo os meus olhos doerem, pelo que suspirei, gemendo de dor de pescoço e coluna, mal me conseguindo mexer, mas muito provavelmente seria por culpa do impacto do acidente.
Queria ir para casa, mas não sabia o que fazer, pelo que toquei na campainha, vendo uma enfermeira a entrar no quarto, encarando-me, o que eu achei estranho, pois eu apenas tinha desmaiado, não morrido, graças a aquele homem que eu não conhecia ainda, e provavelmente nunca iria conhecer.
A minha irmã estaria preocupadissima comigo, porque não era habito meu, passar tantas horas sem aparecer em casa, nem noites, sinceramente.
Procurei o meu telemóvel por todo o lado, vendo a enfermeira a aproximar-se de mim, mas eu tinha coisas mais importantes para tratar.- Boa tarde, como está? - parei de procurar o telemóvel, porque se mostrava uma busca infrutífera, assim, voltei-me para ela, não sabendo o que dizer, pois parecia tudo tao estranho na minha cabeça.
Estranho de mais.- Foi um acidente e tanto, eu vou chamar o médico, poderá falar com ele, se não puder falar comigo! - eu queria dizer que parasse, mas não me sentia capaz de falar nada.
Apenas uns minutos depois, a porta voltou a abrir e entrou um médico, mal olhando para mim, o que era realmente estranho.Eu estava num quarto de hospital, que não me parecia de todo público, o que me soava um incómodo, pois eu não tinha dinheiro para nada daquilo! Eles só poderiam se ter enganado!
- Boa tarde Lucy, como se sente? - olhei para o médico, querendo gritar que estava no local errado, que deveria estar em casa, com a minha irmã e a minha avó, e que tudo aquilo só poderia ser mentira.
- o que estou a fazer aqui? - deveria estar num hospital, onde existissem quatro pacientes por quarto, cheios de dores e a chamarem constantemente pelos médicos, não deixando ninguém deacansar. Mas ali estava eu, num quarto privado de hospital, tentando entender tudo o que estava a acontecer.
- Bateu com a cabeça fortemente no embate, mas está tudo bem, o seu cérebro não teve qualquer mazela e daqui a mais um dia de observação, poderá abandonar o hospital. Poderá sentir tonturas, nauseas, dores de cabeça fortes durante as primeiras horas, mas se os sintomas persistirem, teremos que efectuar novos exames para tentar entender o que se passa. - eu apenas acenei afirmativamente, sem saber o que dizer, pelo que recostei a cabeça na almofada, suspirando cansada, pois existia algo que estava bloqueado na minha mente e não conseguia saber a 100% o que seria.
- Tenho que ligar à minha avó, ela deve estar preocupada! Mas não tenho telemóvel, será que podem fazer esse favor? - olhei para o médico, sentindo um pouco de tonturas, mas isso provavelmente, passaria, pois eu já não me conseguia lembrar da última vez, em que eu tinha feito uma refeição.
- Já ligamos à sua familia. Daqui a pouco, será servido uma refeição e depois poderá descansar. Se necessitar de alguma coisa, toque à campainha, há uma enfermeira de serviço a toda a hora. Disponha! - Eu deveria ter chegado ao paraíso!
Queria poder abraçar o pequeno corpo quente de Emma e sentir que tudo estava bem, mas também queria descansar um pouco de toda aquela correria, o que eu estava a desfrutar um pouco, mas já sentia saudades da minha irmã pequena, ela era uma luz de eu adorava olhar.
A enfermeira trouxe um tabuleiro cheio de comida e eu não consegui evitar olhar para ele babando, pois a minha fome era imensa, já à um dia que eu não comia e o meu estômago andava às voltas, matando-me completamente.
- É a hora do jantar Lucy, espero que esteja do seu agrado. - acenei com a cabeça agarrando o tabuleiro com rapidez, pois estava esfomeada, podia não ser a melhor comida do mundo, mas com certeza, já tinha comido muito pior para que não faltasse nada para a Emma.
Eu senti desde o inicio um enorme senso de responsabilidade para com ela e sabia, que apesar de tudo o que aconteceu, ela não se lembrava de nada e permanecia aquela criança pura e feliz que eu sempre tinha criado.
Sim, criado, porque antes de morrerem, os meus pais já nos abandonavam às duas em casa, durante horas, como se fossemos algo descartável e nada importante, a não ser apenas o seu relacionamento. Se eu um dia tivesse algo com um homem e tivesse um bebé, eu sabia que iria sem duvida amá-lo como eu já amava a pequena Emma, com todo o meu coração.
- Olá Lucy, estava muito preocupada contigo! - eu apanhei o maior susto da minha vida, quando vi a minha avó e a Emma a entrarem ali, vendo a preocupação no olhar de ambas. Algo que eu nunca quis provocar, mas infelizmente o destino prega-nos destas partidas, em que nada que façamos, ou planeamos, numca saí como o queremos.
- Olá meu amor! Sinto muito, foi um acidente, agora vêm cá dar um beijo de melhoras e um xiu apertado! - ela sorriu quando me viu bem, saltanto para a cama, pelo que a abracei com rapidez, puxando a nossa avó para o abraço, pois sem dúvida, estávamos todos muito cansados e as tonturas felizmente já estavam a passar.
- Estou tão feliz que estejas bem, Lucy, eu não me conseguiria perdoar se algo te acontecesse! Por isso, eu estive a pensar e uma vez, que tu te andas a matar para criar a tua irmã, eu cheguei à conclusão, que quero que tu, vás viver para minha casa! Tenho 66 anos, ainda te posso ajudar muito, além disso, uma casa, é apenas o local onde a nossa familia se reúne, por favor Lucy, venham viver comigo, vocês são a unica familia que tenho e não me perdoarei se algo te acontecer e eu, não poder ajudar! - eu não queria sair de casa, mas ela estava correta, uma casa é apenas o sítio onde a famíliase junta, mas aquela casa, nunca tinha possuido qualquer tipo de valor para mim, pelo que talvez, fosse melhor, mudar-me e dar outro tipo de estabilidade à minha irmã, porque ambas andávamos num limbo, que não sabia de que forma, conseguiria aguentar mais.
- Sinto muito avó, eu não queria preocupar ninguém, mas para ser Sincera, estou farta de me sentir só naquela casa, eu aceito mudar-me, é a única familia que temos nesta vida e se eu não tivesse tão focada, eu perceberia o quanto a fiz sofrer por escolher aquele tipo de vida. Sinto muito, mas já ando à procura de trabalho. Prometo, não vou mais ser explorada em horas que não são pagas, nem compensadas. - beijei o seu rosto e suspirei calmamente, sentindo o calor da Emma encostada a mim, deixando-me tranquila, pois ela sem dúvida, mal tinha dormido, ela tinha medo que eu tivesse fugido, tal e qual como os nossos pais. - Sinto muito pequena, mas eu nunca te abandonarei, eu te amo minha princesa linda! - beijei a sua bochecha enquanto ela descansava calmamente, agarrando-se ao meu braço com força, sentindo as suas pequenas lágrimas a escorrer.
Eu nunca iria comseguir ultrapassar aquele trauma dela da rejeição e abandono, por muito que eu tivesse lutado para esconder isso dela, apesar de todas as crianças quererem o mimo dos pais, Emma, sempre soube, que só poderia contar consigo mesmo e comigo, que era a "mãgande"dela.
As lágrimas também escorriam pela minha face, vendo tudo o que se passava na pequena face dela, pelo que passei pequenas festinhas pelo seu cabelo e sussurrava palavras de carinho para ela, mostrando que ela não estava sozinha, vendo-a acalmar-se rapidamente, agarrando uma mexa de cabelo minha, como sempre fazia, quando ferrava no sono.
- Eu gostava de saber fazer isso, ela não dormiu a noite toda. Eu segurei a mão dela e puxei-a para a cama ao meu lado, calmamente, olhando para Emma e logo depois para a nossa unica parente neste inferno de mundo e ponderei se o que eu tinha a contar, era boa ideia ou não, mas bem, eu iria tentar, e se ela se acreditasse em mim, aí, poderia sempre contar com ela, e se não...
- Avó, está na hora de te contar uma história! - suspirei e continuei as festinhas nos cabelinhos loiros de Emma, que cheirava tão bem quanto um bebé.
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Já não sei à quantos anos não venho a esta história e nada do que diga vai fazer diferença, mas as coisas não têm sido mada fáceis!
Se alguém estiver desse lado, espero que tenham gostado.
Beijinhos
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Chefe Sem Limites
FanfictionEle era a pessoa mais arrogante e galã deste mundo e o que mais me irritava, mas infelizmente teria que dobrar a minha vontade, pois era meu chefe, e eu, sua empregada. Lucy Torn