Fazer mulher

12 3 1
                                    

Emma
Não esperei amanhacer e já estava em minha moto. Cheguei no nosso lugar ainda nas primeiras horas da manhã.  Sei que ele só chegaria no cair da tarde mas estava ansiosa para aquele encontro. Para minha surpresa ele me mandou uma mensagem.
   John:  Estará que horas no lugar?
Emma: Já cheguei faz algumas horas.
   John: Não posso ir agora mas me espere no almoço.
Emma: Espero.

Tudo na mimha vida tinha se tornado difícil mas nem toda dificuldade me atrapalha para passar ao menos um dia com ele.
Esperando ele chegar percebi o quão ocupados são as pessoas.  Elas correm para pegar o ônibus no horário,  ficam impacientes no trânsito,  sentam e levantam de bares e restaurantes,  comem e bebem, vendem e compram. Eles vivem, apesar das dificuldades,  eles sempre tem um motivo para levantar de suas camas e recomeçar um novo dia. O que me motiva a viver? Qual a razão de quem me criou,  de me fazer assim? Será que sou irracional?
Antes de responder todas essas perguntas o vejo subir, com uma grande bolsa e mochila nas costas. Seu jeito de andar, sua barba a fazer, seus olhos cor de mel, seu sorriso irradiante, como eu estava com saudades disso. Me levanto ao ver que se aproxima,  ele para na minha frente e larga a bolsa no chão,  antes que pudesse pensar o abracei e sinto seu corpo quente me envolvendo, sinto sua respiração no meu pescoço parecia que ele sorria e nessa altura do campeonato eu também sorria.
-Está cheirosa - sussurrou com uma voz rouca. Sinto meu corpo inteiro arrepiar e o abraço mais forte e sinto novamente que ele sorria. - Por mim ficaríamos neste abraço eternamente. Mas eu prefiro outra coisa agora.
Ele saiu do abraço e nossos  rostos estavam colados. Sua respiração batia em meu rosto me enlouquecendo. Lentamente ele me beija, era suave, intenso e saboroso. Realmente isso era melhor que abraços.
- Estava com saudades disso - ele diz me olhando nos olhos e sinto meu rosto corar. O que estava acontecendo?  - Não sabia que tinha ficado muda - sorriu me fazendo sorrir.
- Só não tenho o que dizer - digo me afastando.
- Não tem ou sabe como dizer? - me surpreendo com a forma firme que ele diz.
- Passou a ler mentes? - digo e ele sorri de canto.
- Está com fome?
Nos sentamos na grama e ele tira algumas comidas da bolsa. Ele disse que isso se chama piquenique, gostei da idéia!!
Passamos a tarde falando de coisas que para ele era normal como brincar no parque e até festas de aniversário.  Esse universo do qual eu nunca conheci.
O cair da tarde já estava próximo e o céu cada vez mais lindo. A luz que batia em nossa pele era diferente, o queme fez olha-lo e ver que seus olhos brilhavam na mesma intensidade,  as cores do céu estava em perfeita harmonia com a sua pele. Ele percebe que eu o observava e faz movimentos com a mão em meu rosto.
- Isso se chama afago ou carinho. - diz calmo - E isso - passou a mão pelo meu pescoço e fazendo pequenos "carinhos" em meu pescoço - o que sente?
- Arrepios - disse meio desnorteada e ele sorri. - É bom!
- Fica melhor assim - sua mão me puxa para sua direção e nos beijamos, era tão bom que sair daquela loucura era impossível.  A essa altura já estávamos deitados na grama e uma de suas mãos apertavam minha cintura. Mas sinto que por algum motivo ele quebra nossos beijos e rola para o lado oposto rindo e eu o abraço por trás,  será que fiz algo errado?
- Porque está rindo? O que foi isso? - ele se vira
- Você deve estar achando que fez algo errado mas não fez. Só não quero que seja aqui nossa primeira vez.
- Então é isso que sentimos? - sorrio, ele havia me explicado o que os casai sentem para ter uma relação,  ele disse que é incontrolável e uma explosão de sentimentos que eu só saberia quando acontecesse.
- Você é incrível!
- Esse foi o Doutor ou o John falando?
- Impossível  separar os dois - sorri - mas esse foi o John que quer te fazer mulher. Mas não aqui, sei que disse que o local não importa mas seria desconfortável - sorri
- Não sei o que é, nem o que senti mas sei que quero e quero que seja você! - eu já não tinha mais noção do que fazia ou doque falava mas essa é com certeza a melhor loucura que já fiz em minha vida! - Saltar de prédios, entrar em confronto com 15 homens,  nadar ao lado de jacarés não chega perto doque estou sentindo agora!

Criada para AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora