Minha menina

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John
Acordo com a cabeça latejando, tento me levantar mas a tontura era tanta que só via o chão mas ouvindo o choro de Emma junto minhas forças e chego até ela e a abraço.
- Acabou amor, acabou - sussurro em seu ouvido passando as mãos em seu cabelo. Ela só sabia chorar.
Depois de uns minutos ali reuni todas minhas forças e a peguei no colo, ainda tonto levei ela para um dos quartos, ela estava quente, não me respondia. Por uns minutos ela dormiu e eu fiquei sem entender o que fazer, como ajudar até que resolvi leva-la até ele, só ele sabe o que fazer com ela!
Chamei um táxi,  o motorista ao me ver com ela nos braços se assustou mas como minha cara de nervosismo me ajudava disse que ela estava desmaiada pois passou mau. Disse o endereço e ele foi o mais rápido possível.  Em todo caminho ela foi no meu colo e eu acaricando seu cabelo, o que está acontecendo ali dentro?
Chegamos e eu a tirei do carro, paguei e agradeci.  E entramos na clínica de repouso onde o pai dela está durante anos, só ele pode saber o que está acontecendo. Entrei ainda fazendo o desesperado e as enfermeiras me ajudaram com ela. Enquanto a levavam para a enfermaria fui até o quarto do Doutor, não tinha mais segurança então entrei sem fazer muito esforço.  Encontrei-o olhando na janela.
-Doutor?
-Que lindo dia não é mesmo John?
-Ainda se lembra de mim - disse se aproximando e sentando ao seu lado - o que está olhando?
-É tudo culpa minha, sim John eu me lembro. Durante anos me dopavam mas hoje não fizeram.
-Sobre o que está falando? - ele finalmente vira o rosto e vejo olhos de quem muito chorou esta manhã.
-Marco me fez uma visita, nem preciso de quem se respeita não é mesmo? - olhei para baixo e ele continua - Você não tem culpa, o maior culpado de tudo isso sou eu e agora minha menina já não está mais aqui...
-Vamos a um lugar.
-John respeite minha dor.
-Emma está viva, por enquanto.
-Como assim, Marco disse que...
-Ele tentou mais ainda tem uma chance de salvar sua menina.
-Onde?
-Aqui na enfermaria.
-Diga que conseguiu como leva-la ao hospital, nos encontrarmos ali - disse apontando para um portão desativado no meio do jardim que dava na rua de trás.
Assim fiz, chamei outro táxi, pedi que fosse até a outra rua e lá encontro o Doutor com pastas em suas mãos.  Ele entrou e disse o lugar para íamos.
-É um velho amigo, ele costumava ir me visitar mas parou.
Chegamos a um prédio não muito grande, com uns 4 andares, ele saiu e disse para espera-lo. Não demorou muito e voltou com homens de jaleco e uma maca, a tirei do carro e a coloquei na maca, segui-los até um gigantesco laboratório, li algo parecido com patologia na porta.
Os homens murmuravam olhando-a até que um homem não muito alto, cabelos grisalhos e pele mais branca que a neve chegou já dando ordens aos robôs de jaleco.
-Quero dados, pressão e batimentos cardíacos, tirem bolsas de soro V da geladeira e ponham um coberta bem quente na menina. - se aproximou do doutor - Meu amigo, como é bom reve-lo, este é o menino prodígio? - apontou para mim - Perfeito.
Ele falava mas não se dava tempo de respostas, parecia ser um homem solitário de poucas inimizades, bem humorado apesar de ter feito coisas inimagináveis.
Eu pouco sabia fazer, seu batimento cardíaco aumentava a cada vez que poucas gotas de soro entravam em sua veia. Fiquei cada vez mais aliviado foi quando me dei conta das dores que sentia, cambaleando fui até uma janela tentar respirar e só escuto a voz do doutor ecoar em meu ouvido.
-Obrigado por salvar minha menina.

Criada para AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora