HOPE

Capítulo XXXVIII

Sempre ouvi que cada fim é também um novo início, nós só não sabemos no momento. Espero que seja verdade.

E.P

Hope

Eu não podia contar a verdade a Spencer, ele enlouqueceria, meu pai era capaz de me prender dentro de casa. Eu não podia. Hotcher só descobriu porque ligaram para ele, afinal ele era o chefe.

— Você precisa falar para eles Hope.

E mais uma vez essa semana Hotcher tentava me convencer a contar a verdade, mas eu não queria, eu só queria seguir minha vida, ela estava tão bem, porque o passado vinha me importunar agora?

— Hotch se eu contar Spencer e meu pai vão enlouquecer, não me deixarão mais respirar.

Suspiro me sentando na cadeira de frente para sua mesa, Reid já estava desconfiado e eu sabia disso, eu estava escondendo isso a duas semanas e esconderia o máximo que eu pudesse.

— Claire fugiu Hope, ela odeia você e vai fazer de tudo para lhe destruir, ela é uma sociopata.

Eu sabia de tudo isso, eu sabia que ele era perigosa, mas eu não queria parar de viver, eu estava recomeçando minha vida. Passo as mãos pelos cabelos sem saber o que fazer, eu havia implorado ao meu pai que ela fosse colocada em um sanatório no lugar da prisão, depois que ela havia levado os tiros, todos achavam que ela morreria, porém ela conseguiu sobreviver e quando eu soube disso pedi ao meu pai que não a deixasse ir para uma cadeia de segurança máxima e nem tivesse pena de morte.

— Eu preciso pensar.

Aquilo tudo estava me sufocando, eu tinha medo não por mim, mas por Angel e Spencer.

— Você está grávida, você é uma presa fácil Hope, precisa pensar no bebê que você está carregando.

Passo a mão por minha pequena barriga, eu não podia permitir que ela fizesse mal ao meu bebê, a nenhum deles. Talvez Hotcher esteja certo e eu realmente precise contar, eu não posso lidar com isso sozinha, não no momento.

— Eu vou contar, vamos conversar com a equipe.

Me levanto pronta para contar a verdade, ou quase pronta.

— Você está fazendo o que é certo.

Só esperava que Hotcher estivesse certo.

— Queremos falar com todos na sala de reuniões.

Toda a equipe olha para Hotcher e já se levantam se encaminhando para a sala de reuniões, meu celular nesse momento começa a tocar, pego o mesmo prestes a desligar mais ao ver número desconhecido na tela um calafrio sobe por meu corpo.

— Alô.

A respiração do outro lado da linha é pesada.

— Olá irmãzinha.

Fecho os olhos ao escutar aquela voz que por um longo tempo assolou meus pesadelos.

— O que você quer?

Digo entre dentes, eu sabia que ela estava fazendo isso para me destabilizar.

— Eu nada, mas tenho alguém que quer falar com você.

Fico pensando quem seria, deveria ser algum tipo de brincadeira dela.

— Oi mamãe.

Ao ouvir a voz de Angel meu coração afunda em meu peito. Minha filha não.