Eu sempre gosto do cara errado

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Narrado pela Bianca.

O final de semana não aconteceu nada, sábado a tarde passei com o Lúcio assim como no domingo, fomos para o parque e nos divertimos, em alguns momentos pensei no José, cada dia estou pensando menos nele, só é difícil quando estou do lado dele, mas eu vou superar.
Agora era segunda feira, estava me arrumando para ir pro colégio, vestir o uniforme e desci, tomei meu café da manhã e meu pai me levou para o colégio, quando desço do carro vejo o José na esquina de mãos dadas com a Rose.
Ele me ver e da um sorriso torto e acena com a mão livre, sorriu de volto e entro no colégio, corro para a sala, alguns minutos depois o José chega e foi falar comigo.
- Por que você não atende ninguém? - Ele perguntou - eu e a Alice estávamos loucos para falar contigo.
- Passei o final de semana com o Lúcio - Respondi.
Ele ficou me encarando, ele ia falar algo, mas desistiu e ficou somente me encarando, estava ficando agoniada.
- Vai me falar o que aconteceu? - Eu perguntei.
- Você tranzou com o Lúcio? - Ele perguntou incrédulo.
- Não que seja da sua conta - Respondi - mas minha virgindade está intacta, agora me fala o que aconteceu para que vocês tenha ficado loucos para falar comigo.
- Deixa a Alice chegar que nós te contamos - Ele responde, o olhar dele me prendia, estava ficando sem ar.
- Eu odeio isso - Digo e levanto e saio sentindo o peso do olhar dele em minhas costas.
Vou para sala do Lúcio e ainda bem que ele está lá, ao me ver ele levanta e sorri, e o sorriso dele não chega nem perto do sorriso do José, era como comparar uma jóia e uma bijuteria, mas mesmo assim vou até ele.
Ele me beija, a um ano atrás tudo que eu queria e que ele me beijasse, hoje eu nem sinto mais o frio na barriga.
Ele me larga e senta e eu sento ao seu lado.
- Oi meu amor - Ele disse.
- Oi Lúcio - Eu falo friamente.
- Nada vou voltar para sala - Eu digo e me levanto.
Volto para sala e o José está conversando com o Marcos que esta de mão dadas com a Alice.
- Porque vocês dois estão de mãos dadas? - Pergunto quando chego perto deles.
- Estamos namorando - Marcos responde.
- Sério? - Pergunto surpresa - parabéns.
- Obrigado - Disse a Alice - agora deixa eu o José e o Marcos te contarmos o que aconteceu depois que vocês saíram do cemitério, já contamos para a Thais.
Ela me contou que apareceu uma menina, eles correram atrás dela e ela parou em um túmulo com o nome Rodrigo Carvalho.
- E tem mais - Disse o José - eu não contei para ninguém, mas quando eu cheguei em casa ela apareceu de novo para me lembrar de não ajudar o Fernando.
- Vocês já sabem quem é o Fernando? - Pergunto.
- Acho que é o antigo diretor daqui - Responde o Marcos - irmão da Marta.
- Será? - Perguntou a Alice.
- Tem lógica - Disse o José - a Marina tem algo haver com o colégio, então o Fernando e o Rodrigo tem algo haver também, precisamos voltar ao cemitério com a foto dos cinco de antigamente.
O sinal toca, a Thais entra e o professor César de matemática entra, a aula e chata como sempre, nasci para ser de humanas, odeio exatas.
Uma hora e meia que parece ser dez horas depois a aula acaba, José e Marcos desce para o bloco um.
Fico sentada na sala sozinha, pego meu caderno e começo a rabiscar e acabo fazendo um poema.

Sorriso

Quando o vejo enlouqueço
É como enxergar o paraíso
E não poder toca-lo
E não poder dizer que é meu

Eu não sou o motivo dele
E isso acaba comigo
por uma vez
Eu queria que ele fosse para mim

Pode ser torto
Pode ser desajeitado
Pode ser forçado
Mais seu sorriso sempre
será o mas belo.

Leio o poema que fiz diversas vezes, levanto e ouço o José conversando com o Marcos.
- Você está me dizendo que perdeu a virgindade com a Rose? - Pergunta o Marcos.
- Sim - José responde - foi muito bom, mas...
Não conseguir escutar a resposta toda, eu sair correndo e entrei no banheiro feminino, e chorei, não queria chorar mas não conseguir conter, eu o perdi, eu realmente o perdi, ele estava feliz com ela, agora o que me resta é ser feliz com o Lúcio e eu serei,  se eu não for, vou dar um jeito de ser, a partir de agora nunca mais vou pensar nele.

Série Cemitério: Cemitério Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora