resumo: Louis e Harry vão a exposição, mas quadros não são o que detêm a sua atenção; Harry encontra um jeito adorável de quebrar a rotina; Louis descobre da pior forma que há meios adoráveis de sair da zona de conforto.(Já deixo as minhas desculpas se o começo for meio parado. Mas a essa altura da fic, vocês já devem ter pegado a essência dela, né? <3)
Antes do Começo.
Às vezes, Harry era um estrangeiro em sua própria vida. Em seu primeiro ano longe de casa, trabalhou em bares, cafés e padarias, de segunda-feira a segunda-feira, para manter o padrão de bolsista por mérito na universidade, mas, acima de tudo, para ocupar a sua mente.
Ocasionalmente, a sua mãe e seu padrasto ofereciam ajuda, e até mesmo ofereceram um apartamento para ele, mas ele preferia viver sob as suas próprias asas, dividindo o apartamento cedido pela UB com Niall. Agora, caminhando para o segundo ano, ao deitar a cabeça em seu travesseiro, ainda sentia como se estivesse vivendo a vida de outra pessoa.
Era a terceira semana de aula, mais um mês de setembro chegando ao fim, o que significava que o equinócio de outono estava começando e também que até agora Harry não havia feito nada que pudesse se orgulhar. A rotina estava mastigando as suas entranhas e sugando-o para um mau humor irritante e, como se ainda não fosse o suficiente, a insônia voltara para assombrá-lo também.
Alertas como os de uma coruja, seus olhos abriram às cinco e vinte e três da manhã. O quarto estava escuro e silencioso demais, sem os habituais roncos de Niall. Rolando o corpo pela cama, seus olhos já se habituando à falta de luz, Harry conseguiu distinguir perfeitamente a cama de Niall vazia e intocada. Ao menos alguém estava seguindo o seus passos e fugindo da rotina cansativa (que, pelo amor de Michelangelo Meris, tenha sido com Zayn). Harry, em pessoa, estava sendo apenas covarde e hipócrita. Suspirando em derrota, ele se sentou na cama, passando as mãos pelos cachos e pelo seu rosto.
A verdade era que Harry não estava onde ele gostaria de estar, mas, desde o primeiro dia de aula, ele sabia que estava onde precisava estar. Harry nunca quisera tanto, tanto conhecer alguém e saber sobre os seus sonhos e sobre seus medos e sobre sua história e sobre tudo. Até aquele dia.
Harry nunca sentira tanto medo, também.
Tudo o que ele tocava, ruia.
– Ok. Hora de levantar, Harry Styles. – Harry disse para si mesmo numa tentativa de afastar os seus pensamentos barulhentos e levantou-se para tomar um banho.
Pela fresta da janela do banheiro, ele conseguia observar a particular recompensa que recebera pela noite insone. O céu ainda banhado por um mar cristalino e azul estava, vagarosamente, sendo sugado por por um campo de lavandas em derivados tons. A capacidade de mutação do universo sempre seria um fato fascinante para ele. Afinal, se não há metamorfose, não há borboletas, certo? Harry encarou o céu absolutamente perfeito como um prenúncio para o seu dia. Ele não iria a universidade.
Após se arrumar, ele fitou o seu reflexo no espelho atrás da porta do banheiro. Os cabelos de corte desalinhado estavam mais encharcados do que a ventania do outono recomendava, mas era algo facilmente resolvido com um casaco de capuz – e também, não era como se ele precisasse pensar muito sobre o seu visual. Calças jeans escuras, camisetas divertidas e casacos eram a sua pedida. Rapidamente, esgueirou-se para fora do banheiro e tateou o guarda-roupa, puxando um casaco grande e macio.
Harry se perguntou se a pele de Louis era como ele - suave, macia.
Porra, Harry.
Não eram nem sete horas da manhã e seus pensamentos sucumbiram aos charmes do pequeno pintor. Louis estava se espalhando pela sua mente e impregnando cada um de seus cinco sentidos. E, até agora, tudo o que Harry tinha era o seu talento escandaloso, suas respostas inteligentes e a sua admiração silenciosa.
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Tiptoe
Fanfic"Talvez depois de pintá-lo com todos os verdes de sua paleta e em todos os ângulos que conseguisse lembrar, sua mente se libertasse do feitiço. O que Louis não sabia, no entanto, é que pincéis não são varinhas mágicas. E Harry Styles não encantava...