resumo: Niall sabe demais; Harry não sabe de mais nada; Louis enfrenta o primeiro fim do termo; Dúvidas e inseguranças?; Olivia?
(Menos páginas, mas se atentem aos detalhes. Detalhes)
O ser humano é uma caixa de efemeridades e promessas valem tanto quanto os quadros de alguns artistas quando eram vivos: nada. A vida é efêmera. O mundo, o universo é transitório. Isso era o que Harry acreditava desde os seus treze anos de idade, quando, também, fizera a única promessa até aquele momento da sua vida: ele não faria promessas.
Era um completo paradoxo, talvez até tolice, mas Harry, particularmente, evitava o ato de reunir algumas palavras e colocar a expectativa no coração de uma pessoa porque isso lhe soava um pouco cruel; Era um pouco platônico também, mas, em sua cabeça ingênua o ato de ser genuíno dia após dia valia muito mais do que qualquer promessa.
A vida, no entanto, escapa-se pelos dedos todos os dias e até mesmo a única irônica promessa feita a si mesmo poderia virar uma vaga lembrança na caixinha de memórias de infância.
Ou uma grande dúvida pairando sobre a sua mente.
Naquela tarde no telhado da universidade, fabulizando o seu próprio verão e mergulhado no aroma de canela, Harry se sentiu o garotinho inocente e ingênuo de treze anos mais uma vez. Harry se sentiu tolo por que... O pequeno pintor não dissera a palavra. Ele não precisou pronunciá-la e apesar das tentativas de Harry de sequer pronunciá-las mentalmente, ela existiu.
Harry não sabia sobre Louis e os seus pensamentos e certezas, mas o Harry de vinte e um anos começava a acreditar que o Harry de treze anos sempre estivera errado.
A promissão não precisava ser anunciada. Ela simplesmente acontece e você sabe, mesmo tentando negá-la.
O Harry de vinte e um anos não era mais tão confiante quanto o de treze e quem poderia culpá-lo por se amedrontar? Quando se passa a vida inteira sendo descrente em promessas, você não aprende lidar com elas.
De repente, os seus pensamentos foram dissolvidos num estalo dolorido para seus ouvidos. Ouviu uma voz presunçosa ecoar sobre o estrondoso deslizar da porta de ferro e um sorrisinho esticou o canto dos seus lábios, enquanto tentava acalmar os seus batimentos cardíacos. Ele não precisava vê-lo para saber a quem pertencia à voz.
– Eu sabia que ia te achar aqui.
– Sabia, elfe? – Harry girou na cadeira, tentando esconder o sorriso esperto na direção do seu melhor amigo.
Ele estava escorado à porta, em toda a sua glória vestindo roupas limpas, usando os cabelos molhados em um topete e com os óculos de armação arredondada e preta. Niall havia arrumado os cabelos. Harry subiu e desceu o olhar duas vezes e o loiro limpou a garganta.
– Yep. – Niall deu de ombros, arqueando uma sobrancelha. – Aqui é o seu esconderijo secreto para fugir dos problemas.
Harry abriu a boca para respondê-lo, mas ele não encontrou palavras na língua inglesa que pudessem explicar a sensação quente e apertada começando em seu peito e se espalhando pela sua garganta. Pela primeira vez em incalculáveis meses, ele não estava ali para fugir.
A risada de Niall invadiu o loft juntamente com o seu traseiro sujo e enquanto ele se jogava no amontoado de cobertores na cama, Harry girou na cadeira, minimizou a página em que estava trabalhando e calmamente abaixou a tampa do notebook.

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Tiptoe
Fanfic"Talvez depois de pintá-lo com todos os verdes de sua paleta e em todos os ângulos que conseguisse lembrar, sua mente se libertasse do feitiço. O que Louis não sabia, no entanto, é que pincéis não são varinhas mágicas. E Harry Styles não encantava...