Oito.

104 11 3
                                        

Entrei em casa, não conseguia pronunciar palavra que fosse, então fui tomar um duche, rápido e prático, não um daqueles banhos de horas em que eu fico horas em posição vetal, a ver as minhas lágrimas misturarem-se com a água a escaldar com que era habitual encher a banheira...
Vesti-me, simples e sem muito arranjo, como sempre, calças bordô e uma tshirt preta...
Caminhei até à sala, abri uma garrafa de Grants que se encontrava algures no meio das mil garrafas de vinho do meu pai, que mais uma vez não estava em casa, nem ele nem ninguém, passam a vida deles em passeios, momentos, romance e coisas parecidas, não fazem mal de todo, afinal o tempo não para por ninguém.
Bebi cerca de metade da garrafa, tinha a noção do meu bafo enorme a álcool, mas mesmo assim, atravessei a rua, dirijo-me à casa de Danniel, antes de bater, obeservo uma foto dele do livro anual do secundário e passo-lhe o polegar pelo rosto, quase na expectativa que dali emane um certo calor. Respiro fundo.
Toquei... Ele não estava. Respirei fundo vinte vezes para nada, mas enfim, dirijo-me a casa e deito-me no chão, desta vez não havia Grants, mas umas garrafas de licor de qualquer coisa, não sei, não liguei sequer ao sabor, eu só precisava de álcool...
Fiquei ali horas, já mal abria os olhos ou sabia onde estava, quando o meu telemóvel ilumina, acho que era uma mensagem, não me esforço minimamente para ver quem a enviou, ou do que se tratava, afinal , se fosse algo grave teriam ligado...

Not Me. (Não Terminado) Onde histórias criam vida. Descubra agora