Not Me. (Não Terminado)

Sete.

...Fechei o livro, começou a chover, acendi outro cigarro, mesmo sanendo o quanto é difícil à chuva... Fiquei alí a observar a agitação do mar enquanto sentia as gotas de chuva intensificarem a sua queda... E senti, parecia um sonho, mais um efeito da minha mente perturbada, senti o cheiro de Danniel, a mão dele no meu ombro, Não podia, Não era... Mas era, era Danniel, e estava sentado ao meu lado, pronto para dizer alguma coisa, eu queria falar, perguntar o porquê de ele estar alí, não tinha ele orgulho? Ou teria ele o posto de lado? Será que aquele beijo foi sentindo? Tantas perguntas para a minha mente tão pequena... Mas não tive tempo de articular qualquer palavra e ele disse, aquelas palavras que não me saiem dos neurônios uma décima de segundo que seja: "Desisto. Eu acho que, ás vezes, seria mais produtivo perseguir pombos no parque Central... Mas não vim aqui para piadas, vim dizer que, apesar de esse tua maneira de Iceberg, eu acho-te um rapaz incrível, tu és o melhor ser humano entre os piores que conheci... Ou o pior entre os melhores... Não sei, sei que inexplicavelmente estou na tua e tu sabes disso. É claro que não me vou importar se tu ficares na tua. Claro que eu sempre quis que me ligasses para aturares a minha voz rouca a falar pelos cotovelos sobre coisas que tu nem deves saber que existem, mas tu és o Andrew, o nerd da cena, o deprimente da vida, aquele que nunca ninguém viu sorrir, por isso deve ser difícil para ti dar atenção a alguém..."
Chorei... "Estou na tua" (?) Só me apetecia beija-lo, agarra-lo, te-lo, mas ele tem razão, eu sou Andrew, o deprimente da vida... E é difícil para mim, então não disse nada, eu sei que ele estava à espera que eu disse-se algo, mas eu não consegui, sim tenho um nojo ifinito de mim mesmo por isso, mas eu já tinha referido que não sei articular quando estou a menos de 300 metros de Danniel...
Ele olhou para mim com os seus olhos verdes brilhantes, lacrimejantes ainda, levantou-se, caminhou e desapareceu entre as gotas de chuva, Gritei, Gritei de raiva, gritei de nojo de mim mesmo, mas também gritei de amor... Levei tempo a acalmar-me, cravei com o meu canivete de bolso "Também estou na tua..."
Assinei no fim...
Levantei-me e caminhei, já deveriam ser umas 17 da tarde, estive mais de 4 horas alí, nem me lembrei do ponto que tinha aulas e que tantas faltas não iriam ser bem recebias em casa, mas é irrelevante... Ele estava na minha, mas a minha vontade de morrer estava cá, Ainda não se movera o pouco que fosse... E a raiva aumentara...