Capítulo 26

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Eu estava tomando o caminho para fora da casa dos meus pais. Minha irmã havia conseguido descobrir o lugar onde eu poderia encontrar Jake e eu estava correndo contra o tempo para ir atrás dele. Minha mãe e meu pai não ficaram muito felizes com minha saída repentina. Mas eu prometi para eles que voltaria para visitá-los sempre que eu pudesse... Ainda mais agora que eu e meu pai tínhamos feito às pazes. Definitivamente, este foi o melhor presente que eu poderia receber em meu aniversário.

— Obrigada. – agradeci ao taxista que havia me trazido até o local que eu tinha pedido.

Quando ele arrancou com o carro pela estrada, me deixando sozinha na calçada. Eu engoli em seco e virei para trás. Havia um enorme prédio na minha frente. E assim que meus olhos subiram até o topo dele, um arrepio deslizou pela minha espinha, deixando-me congelada. Expirei fundo, e comecei a me dirigir ao meu destino. Parte do meu corpo estava por um fio, prestes a explodir. Eu estava a um passo de encontrar Jake e isso estava me deixando com medo. Porque eu não sabia como ele reagiria ao me ver depois da semana que passamos longe um do outro.

Entrei no elevador, tremendo e suando frio. Meus olhos não desprenderam do painel que fazia a contagem dos andares. Estava perto. E eu já podia sentir uma onda de adrenalina percorrendo em minhas veias. Mas foi quando as portas se abriram, que meu mundo quase venho abaixo. Deus! Agora só tinha uma escadaria me separando dele. Apertei meus lábios enquanto subia degrau por degrau com bastante cuidado para não cair já que minhas pernas estavam bambas.

E quando coloquei meus pés no terraço, meus olhos brilharam diante do cenário maravilhoso. O céu azul estonteante em cima de mim. A bola de fogo lançando raios solares, capazes de queimar minha pele. Eu deveria ter aplicado protetor solar nas partes expostas do meu corpo. Mas ainda bem que tinha uma brisa fresca e suave soprando meu rosto. Dei alguns passos para frente. E estacionei imediatamente assim que eu o vi. Sentado no banquinho de concreto, onde nós havíamos dado o nosso primeiro beijo. Sorri, ao me lembrar do quão bom foi experimentar os lábios dele.

Ele estava de costas para mim. E com seu rosto afundado entre as mãos. Umedeci meus lábios enquanto eu ia me aproximando, lentamente e silenciosamente. Mas quando parei ao lado dele, Jake pressentiu a minha presença. Ele rapidamente ergueu a cabeça e olhou-me com seus olhos arregalados. Ficamos nos olhando fixamente sem dizer nada um para o outro. Até ele passar a mão pelo rosto.

— Como me encontrou aqui? – perguntou ele, franzindo o cenho.

— Minha irmã me ajudou. – confessei, eu poderia inventar qualquer desculpa. Mas eu não podia resolver essa situação com mentiras.

— Sua irmã? – cuspiu ele. — Pelo jeito vocês andaram conversando sobre mim.

Oh.
Engoli em seco, com força.
— Bem... Não foi exatamente sobre você. Foi mais sobre a relação que vocês tinham. – expliquei, escolhendo as palavras cautelosamente.

— Dá no mesmo. – ele agitou os ombros. — Mas em fim. O que a trouxe aqui?

Oh.
Meus olhos tornaram a piscar rápido de mais.
— Você realmente vai desistir disso aqui? – abri meus braços. E relanceei meus olhos pelos arredores. — Quando minha irmã contou-me sobre seus planos, eu fiquei muito triste. Porque eu sabia que esse lugar significava tanto para você. – declarei, sustentando seu olhar vazio.

— De qualquer forma não importa mais. Eu aprendi que nem sempre podemos ter tudo que queremos. E como eu consegui superar a perda do meu avô, ainda que forçadamente, eu vou superar a dor de perder esse terraço também.

Oh.
Apertei meus olhos para não deixar as lágrimas chegarem. Porque ele estava agindo assim? Tão duro consigo mesmo?

— Você não pode desistir assim. Porque não quis continuar com o plano de casar com minha irmã? Estava tão perto de tudo se resolver. – minha voz saiu num tom de preocupação. Ele baixou os olhos para o chão.

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