Na manhã seguinte.
Fizemos como tínhamos combinado. Jake me deixou na casa de Kendy, enquanto ele seguia para seu trabalho. Nos despedimos com longos beijos, antes de nos afastarmos, ainda que resistentemente. E quando eu subi para o apartamento da minha amiga, ela ficou surpresa quando atendeu à porta para me receber. E assim que entrei em sua casa, nós não perdemos tempo em colocar as fofocas em dia.Kendy ficou feliz em saber que a felicidade tinha voltado a brilhar em meu rosto. Preparamos um chá de frutas vermelhas para bebericarmos enquanto conversarmos, em volta da mesa na cozinha. Eu aproveitei para convidá-la para ser madrinha do meu casamento junto com meu amigo Prince, caso ele aceitasse e tivesse condições de deixar sua mãe sozinha para ele ir até a igreja. Kendy ficou animada com meu convite, gritou e vibrou com bastante emoção.
E quando ela voltou a se acalmar. Pousando as mãos em seu peito enquanto regularizava sua respiração. Eu aproveitei para liquidar com todo meu chá. Doce e saboroso. E assim que a xícara ficou vazia, eu a larguei em cima da mesa.
— Porque não foi a aula? – perguntei para ela, embora eu também não tivesse ido. Eu estava tão cansada que não consegui levantar da cama. Além do belo companheiro que me mantinha prisioneira em suas garras.
Ela apoiou os cotovelos sobre a mesa. E descansou sua cabeça entre as mãos.
— Você sabe que eu não gosto de faltar, mas eu precisava ficar por aqui. – seu tom de voz foi diminuindo. — Prince avisou que estava vindo para cá. – avisou ela, preocupada.
Meus olhos arregalaram.
— O que aconteceu com ele? – perguntei, sentindo uma onda de aflição invadir meu coração.Senhor!
A mãe dele não poderia ter piorado. Ela cobriu o rosto por um longo segundo, antes de voltar a revelar ele.— Parece que é alguma coisa com sua mãe.
Oh.
Meu peito se apertou.
— Deus queira que nada de ruim tenha acontecido. Droga! Eu não tive nem tempo de ligar para ele. Nem agradeci o buquê que ele havia me mandado ontem pelo meu aniversário. – suspirei frustada.Kendy deixou seus braços caírem sobre a mesa, e expirou fundo antes de falar:
— Você vai ter a oportunidade de agradecer pessoalmente. Até porque ele queria falar com você também. Eu iria mandar um torpedo pedindo para que você viesse para cá mais tarde. Mas no final das contas, você adiantou os planos.Suspirei.
E meus dentes afundaram em meu lábio inferior, assim que a preocupação começou a ficar me deixar momentaneamente nervosa.{...}
Quando escutamos alguns barulhos vindos da porta, Kendy e eu nos levantamos rapidamente da cadeira e fomos atendê-la. Era Prince. E ele estava cabisbaixo.
— Oh. Prince. O que houve? – perguntei, puxando suas mãos trazendo-o para dentro da sala. Minha amiga fechou a porta. E voltou a se juntar à nos.
Ele não disse nada, apenas respirava pesadamente. Eu o levei até o sofá. E sentei-me ao se lado. Pousando minhas mãos em sua perna. Incentivando-o a falar o que estava acontecendo. Kendy sentou na mesinha em nossa frente. Olhando para ele tão aflita como eu. Prince levou as mãos até o rosto, cobrindo-o para esconder sua expressão triste.
— Conte-nos o que aconteceu, Prins. – eu disse apertando sua perna com minhas mãos.
O peito dele subia e descia. E todo esse silêncio duro, estava começando a me deixar terrivelmente assustada.
— Sua mãe... Ela... Hã... – Kendy tentou concluir alguma coisa. Mas as palavras não saíram exatamente como ela queria.
E então, Prince tirou suas mãos do rosto e olhou para nós com lágrimas no canto dos seus olhos.
— Eu preciso da ajuda de vocês. É a única saída. – disse ela, apenas.
Meu coração disparou, e as palavras saíram rapidamente:
— Que tipo de ajuda? Faremos o possível para ajudá-lo.Ele pigarreou.
— É uma ajuda muito importante. E eu não tenho para quem pedir. Só tenho vocês duas. E eu sei que pode ser complicado. Mas... – ele apertou os lábios trancando o resto das palavras dentro da sua boca.Kendy e eu nos entreolhamos.
— Não conseguimos um doador compatível. – revelou ele. — Mas o médico disse que as esperanças ainda não estavam perdidas. E que com isso, a única forma da minha mãe se salvar ou pelo menos da doença se estancar. Seria se eu tivesse um filho.
Minhas sobrancelhas voaram para testa ao mesmo tempo que os olhos da minha amiga se agigantaram.
— Um filho? – perguntou Kendy.Ele expirou fundo com dificuldade se preparando para explicar:
— Preciso de um cordão umbilical para salvar minha mãe. E as chances de melhora são noventa e cinco por cento. Se o filho for meu. Entendem?Assenti, um pouco confusa.
— Que tipo de ajuda nós podemos fazer para que você tenha esse filho? – questionou Kendy olhando intrigada para mim.
— Preciso que uma de vocês seja minha barriga de aluguel.
Quê?
Engasguei.
Kendy soltou um gritinho, exasperado.— Eu sei que é um tipo de ajuda bastante complicado. Mas eu estou disposto a tudo para salvar minha mãe. Como não tenho namorada. Não posso conceber um filho do modo natural. – disse ele tentando manter sua respiração sobre controle.
— E então você pretende implantar seu sémen em uma de nós? – perguntei, ficando cada vez mais entorpecida.
Kendy cobriu a boca, horrorizada.
— O bebê não será de vocês. Eu irei coletar dados de uma mulher aleatória no banco de fertilizações. Não tenho muito tempo. Para procurar uma barriga de aluguel por aí. – acrescentou ele.
Senhor!
Afastei minhas mãos da perna dele. E cobri meu rosto. Tentado entender tudo que estava acontecendo nessa pequena sala.— Eu não posso Prince. – começou Kendy, deslizei minhas mãos e olhei atônita para ela.
— Porque? – perguntei.
Ela engoliu em seco, e cruzou os braços em cima do seu colo.
— Eu... – ela olhou para sua barriga. — Eu não consigo segurar um bebê. – confessou ela, arrancando um suspiro profundo de mim.
— Como assim? Porque nunca me contou isso? – indaguei, estarrecida.
Ela fechou e abriu os olhos.
— Nunca havíamos comentado sobre isso. Então eu não queria voltar a pensar sobre minha incapacidade de segurar uma criança. Eu já tive três abortos na adolescência. Eu sei, foi horrível. Mas quando minha mãe me levou ao médico. Eu descobri que isso acontecia espontaneamente.— Kendy... Sinto muito. – meus olhos encheram-se de lágrimas.
Prince tomou as mãos dela e as apartou firmemente.
— Não se preocupe. Você vai conseguir um dia. Talvez se fizer tratamento. – disse ele para ele.Céus!
Agora só tinha sobrado eu.
E eu não tinha problema algum para engravidar.
Mas...— Bom... Você pode fazer isso por mim Grace? – perguntou ele me olhando.
Engoli em seco.
Como eu iria gerar uma criança? Uma criança que não seria minha? Deus! O que Jake pensaria disso?— Nove meses. Carregando um filho seu... – murmurei ainda absorvendo o que ele havia me pedido.
Eu ficaria grávida.
Teria que abandonar o curso por um tempo. E meu corpo mudaria completamente.— Você pode pensar. Mas eu preciso de uma resposta urgente. Preciso coletar meus dados. Preciso encontrar uma mãe para meu filho. E minha mãe precisa disso mais do que tudo. – continuou ele.
Oh.
O futuro da mãe dele estava nas minhas mãos. Era isso?
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Estranho Desejo
RomanceGrace Austen não tinha uma vida fácil, enquanto morava com a família em Detroit. Por muito tempo ela precisou lidar com as criticas que recebia do seu pai, pelo simples fato dela não ser a filha que ele sempre desejou que ela fosse. E o que mais ma...