4 • Hora de Aventura!

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Elsa

Não sabia dizer se eu estava acordada ou dormindo. Ainda me sentia horrivelmente fraca, meus olhos estavam pesados e havia gelo por toda parte.

Gelo...?!

Quando finalmente consegui abrir minhas pálpebras, tive certeza de que não era um sonho. Parecia um quarto escuro e grande, mas dava para enxergar. Quando tentei chegar na outra extremidade do quarto, dei de cara com grades bem finas feitas de gelo, muito resistentes. Eu nunca conseguiria fazer um gelo tão forte quanto esse. Isso é obra de alguém com muitos anos de experiência. Mas quem?

Preparei minha mão afim de destruí-las, mas... tinha alguma coisa na minhas mãos. Um feitiço? Uma espécie de campo de força que me impedia de usar meus poderes! Mas como?! Eu quero sair daqui!!

- EEEII!!! - gritei, sacudindo a grade. - ME DEIXEM SAIR!!

Nada.

Fiquei gritando por alguns minutos até me cansar, e me ajoelhar no chão, sem fôlego.

- Por favor – sussurrei. - Eu preciso sair daqui...

- Fique calma, querida - disse o estranho, adentrando no quarto. - Não gosto de esposas barulhentas.

- Quem é você? Quem você pensa que é para me trancar aqui?!

O estranho chegou mais perto, mas ainda estava escuro demais para vê-lo.

- Ora, eu sou seu noivo, querida.

- Noivo? – questionei. - Espera! VOCÊ é o Jack Frost?!

- Quem? Quem é esse?! Você já está me traindo?!?!

- Não é nada disso! - exclamei, repugnada. - Eu já sou noiva de outra pessoa. E independente de quem você seja, eu nunca irei me casar com você!

Eu estava ficando cada vez mais irritada, mas nenhum sinal dos meus poderes retornarem. Quem poderia ser aquela pessoa? Eu tinha que achar um jeito de sair dali.

Quando o estranho bateu palmas, uma luz (na qual não fazia a menor ideia de onde vinha, já que não avistei nenhuma lâmpada, vela, nem nada do tipo) incidiu o quarto. Foi então que vi o brilho da coroa que repousava sobre sua cabeça. O estranho, que agora eu podia ver nitidamente, chegou mais perto.

- Preste atenção, querida. Eu sou o Rei Gelado, e você vai se casar comigo, querendo ou não.



Jack

Depois de termos certeza de que Elsa não estava mais em Arendelle, juntamos 100 guardas e mais o pessoal que se ofereceu para procurá-la (eu era um deles) e seguimos as ordens do chefe da guarda do reino e da Princesa Jujuba.

25 iriam para o norte, para San Fransokyo. Acredito que seria pouco provável a encontrarem lá, mas nunca se sabe.

21 iriam procurar pelos reinos mais próximos, no oeste e sudeste.

50 guardas iriam para as Ilhas do Sul, reino onde governa a família do tal príncipe Hans. Anna disse que Arendelle estava em guerra com esse reino há uns tempos atrás. Os dois reis fizeram um juramento de paz, mas Hans poderia muito bem ter mandado sequestrar Elsa como forma de vingança por Anna ter dado um pé na bunda dele. Sério? Vingança por causa disso? Que otário. Depois de passarem por lá, iriam para o leste, e se juntariam com o meu grupo.

Eu, Hiro, Finn, Jake, Baymax, GoGo, BMO e mais 4 guardas iríamos para o leste, em direção ao Reino Doce. Lá, recrutaríamos quantos guardas-bananas fossem necessários e iríamos para o sul, nos encontrar com os 50 guardas e pegar o caminho mais rápido em direção ao Reino Gelado, onde a princesa Jujuba sugeriu que Elsa estivesse.

- Tomem muito cuidado - disse ela. - Apesar de ser um idiota, o Rei Gelado é muito poderoso.

- Fica tranquila, Jujubinha. Eu conheço cada canto de Ooo - disse Finn, dando tapinhas no seu ombro afim de acalmá-la.

Ooo é um país composto por tantos reinos que até hoje não memorizei o nome de todos. Arendelle não faz parte desse país, mas como fica bem perto, muita gente pensa que sim.

BMO nos mostrou o mapa enquanto Jake pegava suprimentos para a viagem e Finn nos explicava o caminho. O Reino Doce não ficava longe, então não teríamos dificuldade para chegar lá e não iria levar muito tempo.

Depois, seguiríamos para o sul, passando pelo Castelo Lemongrab. A princesa disse que poderia já estar anoitecendo quando chegássemos lá, mas que era melhor não pedirmos para passar a noite lá.

- Ou melhor. Nem entrem no castelo! Passem direto, e se algum Lemongrab os convidar para entrar, simplesmente ignorem! - disse ela, dando ênfase ao "ignorem".

Em seguida, montaríamos acampamento, há poucos quilômetros do Reino de Fogo, e partiríamos rumo à floresta de manhã, depois de nos juntarmos com o grupo de 50 guardas. Saindo da floresta, chegaríamos ao nosso principal destino. É um longo caminho, mas nada que seja tão difícil. Além do mais, teríamos mais de 50 guardas conosco, sem contar os guardas-bananas que recrutaríamos no caminho.

Um dos que iriam para as Ilhas do Sul era meu irmão Christian, seis anos mais velho. Quando me despedi dele, percebi que os outros grupos já tinham partido.

- Se cuida hein, Jack - disse ele, exibindo seu típico sorriso. - Vê se não morre antes de se casar.

- Ha, ha, ha, muito engraçado. Acho melhor você tomar cuidado para não morrer - entrei na brincadeira.

- Eu?! Ha, ha, até parece! Eu sou o cara mais forte que você conhece! E olha que você conhece muita gente - respondeu ele, segurando minha cabeça e bagunçando meu cabelo.

- Ah, não! Paraaa! Demorei horas para arrumar essa juba!!

Christian enfim me soltou, mas não parou de rir.

- Ih! Está virando metrossexual agora?

- Não, a mamãe que me obrigou, dizendo "filho meu não se casa com cabelo bagunçado" - respondi, tentando imitar a voz de nossa mãe.

Rimos juntos da minha péssima imitação.

- Daqui a pouco ela vai te obrigar a pintar o cabelo de castanho e fazer bronzeamento de pele para se parecer mais com um Frost - riu ele.

Daquela vez eu não ri. Hoje em dia, eu gosto da minha aparência, mas quando eu era criança eu odiava e me perguntava sempre por que eu era diferente dos meus irmãos. Christian costumava implicar comigo dizendo que eu era adotado, mas só depois que completei dez anos que entendi que eu era diferente por causa dos meus poderes. Eu gosto de ser diferente. Será que Elsa também pensa assim?

Não fiquei chateado e nem bravo com meu irmão. Ele costumava passar dos limites sem perceber quando ficava brincalhão. Além do mais, ele é meu amigo. O silêncio foi quebrado quando Alice veio se despedir. Eu me lembro que, até meus 5 anos, achei que seria o caçula da família para sempre, até que Alice chegou, para completar a família de nove filhos.

- Pode ficar tranquilo, Chris - disse Hiro, entrando na conversa. - vou cuidar bem do Sr. Frost.

- Tome conta direitinho, e cuidado para ele não se perder na floresta.

Os dois riram da minha cara. "Por que eu sou amigo deles, mesmo?" pensei, de cara emburrada. Mas confesso que era até divertido. Além do mais, canso de zoar eles também.

- Bom, agora tenho que ir. Vejo vocês amanhã de manhã. Tchau Jack, tchau Alice, se cuida. Tchau, BayMax e Hiro-kun! - se despediu Christian, dando um abraço animado em cada um.

"Hiro-kun" era como ele chamava o Hiro, devido a sua nacionalidade japonesa. Antes de atravessar os portões do castelo, meu irmão se virou e gritou:

- Ei, maninho! Juízo, hein!

Acenei, rindo. Apesar de ser implicante às vezes, eu amava meu irmão. Assim como ele me amava também.

Enquanto eu saída de Arendelle a cavalo com o resto do grupo, muitas pessoas vieram se despedir e desejar boa sorte. Muitas delas eu nem conhecia. Passando pelas ruas do reino, os moradores gritavam meu nome, o nome de Elsa, o nome do rei e "Arendelle" enquanto erguiam o braço, como forma de desejar coragem. Enquanto passava por aquelas pessoas se despedindo, eu só dizia uma coisa à cada uma delas: Isso não é um adeus.

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