Kristoff
Os dias nunca foram tão escuros em Arendelle. As pessoas pareciam tristes, apreensivas, com medo, dentro e fora do castelo.
"Será que a princesa vai voltar? Será que o rei vai continuar vivo até o casamento? Será que a princesa ainda está viva? Será que o príncipe Frost abandonou a viagem e Elsa nunca mais vai voltar? Será que vão vir nos atacar?" Eram algumas das milhares de perguntas que sussurravam por aí. Não entendo de onde vem tanta criatividade para imaginar tragédias, da pior forma possível.
Só faziam dois dias desde que o povo finalmente conheceu seu futuro rei, e já o chamavam de "príncipe". Talvez ele seja. Além do mais, é noivo de uma princesa. Mas... de qualquer forma, não consigo vê-lo como um príncipe.
Veja só, ele é estranho, usa roupas estranhas, tem costumes estranhos e come comidas estranhas. Viajei para San Fransokyo uma vez com Anna e comemos hambúrguer pela primeira vez. Odiei! Já minha acompanhante, passou a querer comer toda semana.
Diferente de Anna, eu provavelmente nunca me adaptaria ao clima de uma cidade grande como a do Frost. Pessoas estressadas, barulho para todo lado, poluição (muita poluição!) e.... hambúrgueres! Aagh!!
Sempre penso em falar para ela "pare de comer isso! Eles engordam e vão te deixar doente", mas não quero magoá-la. Ela fica tão feliz.
Essa foi a primeira vez que implorei que ela comesse um, depois das minhas inúmeras tentativas de reanimá-la terem falhado.
-Por favor, Anna – pedi. - só uma mordida.
- Já disse que não quero, Kristoff! Só me deixa em paz. Quero ficar sozinha...
Ver uma pessoa tão alegre e feliz naquele estado... espero que Jack chegue logo.
As criadas trouxeram um vestido que elas acabaram de costurar, esperando que ele pudesse animá-la. Mas, como esperado, não funcionou. O rei entrou logo depois numa cadeira de rodas, junto com seu filho caçula Olaf, de dez anos. Fiz uma reverência, e baguncei gentilmente o cabelo do caçulinha da família, algo eu fazia toda vez que nos víamos. O principezinho sorriu, enquanto tentava escapar da minha mão, mas suas olheiras de preocupação eram visíveis. É lamentável ver uma criança ter esse tipo de olheiras.
O rei segurou a mão da filha, que já estava de pé. Depois de um longo olhar entre os dois, ela desatou a chorar. Olaf se juntou a eles e compartilharam sua dor com um silencioso e confortável abraço coletivo. Sem querer atrapalhá-los, saí do quarto, deixando-os à sós. Era assunto de família, e eu não fazia parte dela. Não ainda.
Anna só tem 16 anos, e eu 17, mas quando ela fizer 18, a primeira coisa que farei é pedi-la em casamento. Eu amo demais aquela garota. Não me importo que ela seja uma princesa ou não, eu só quero tê-la ao meu lado para o resto da vida. Ok, ok, Kristoff. Isso não importa agora.
Passei em frente a um quadro de Anna junto a sua família, e me peguei pensando em algo que sempre questionei. O rei tem cabelo castanho, a rainha era ruiva, Anna é ruiva, Olaf também... Por que só Elsa é diferente? Talvez ela prefira ser loira e descolore frequentemente, mas mesmo assim... Não me lembro de ter visto a raiz dela crescer de outra cor. E o povo? Eles (nós, na verdade) não ficariam irritados em saber que a princesa prefere não se parecer com ao resto da família real? Será que é por isso que a mesma fica isolada sempre? Talvez eu nunca vá entender as mulheres, mas acho que a questão não é só essa.
Passando pelo corredor, vi a Princesa Jujuba sozinha na sala de estar, terminando de fechar o envelope de uma carta.
- Recebeu cartas do seu reino, alteza? – perguntei.
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Finding You
FanfictionElsa mal podia esperar. Os dias corriam rápido, e faltavam-se poucas horas para se tornar rainha de Arendelle. Mas antes, teria que se casar com um estranho no qual seu pai a prometeu. Um estranho no qual apenas se sabe o nome "Jack Frost". Ape...