Capítulo 07

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Viola

— A senhorita Taylor está aqui! – a morena atrás do balcão do andar, disse ao telefone.

Eu estava impressionada com a estrutura do andar. Assim como o prédio era imponente por fora, por dentro era magnífico. O hall de entrada, por onde passei assim que entrei, era todo pintado de branco com meia parede em mogno. As quatro colunas que sustentavam a estrutura do prédio, eram largas e cobertas por mármore de cor creme. O piso era espelhado com um enorme tape escrito "Seja bem-vindo", cobrindo a extensão da entrada, que contava com três pares de portas duplas.

O andar em que eu estava era o da diretoria e era tão grande quanto o hall lá de baixo. Os elevadores deixam em frente a portas enormes de vidro transparente. Passando as portas é possível ver um corredor largo com três portas de madeira, que naquele momento estavam fechadas. Os janelões davam para uma vista lindíssima e encostada a eles, havia algumas poltronas que eu acreditava ser uma sala de espera. O hall largo contava com um balcão de recepção à direita e á esquerda outra sala com porta de madeira. Essa estava aberta e eu podia ver que era muito espaçosa. A mesa larga de madeira era o que chamava mais a atenção. Ela ficava de frente para a porta e de costas para as janelas que seguiam o mesmo padrão do corredor de fora.

— Venha comigo! – a garota disse, enquanto saía de trás do balcão para me conduzir pelo corredor até uma das salas. – Aguarde aqui, por favor! Gostaria de um café?

— Não, obrigada!

A garota assentiu e então saiu fechando a porta atrás de si. Enquanto aguardava fiquei observando a enorme sala de reuniões.

As janelas eram as mesmas da outra sala. De dentro era possível ver tudo do lado de fora, mas eu duvidava que alguém pudesse ver alguma coisa lá dentro por causa do espelhado do vidro. No centro da sala havia uma mesa oval de madeira com, pelo menos, doze cadeiras. A sala era bem arejada e decorada com pinturas de autores conhecidos. Uma delas chamou minha atenção e fui caminhando até ficar em uma boa distância para ver a obra melhor.

Na parede, ao lado oposto do painel de slides, havia um quadro onde uma bailarina vestida de negro estava no palco se apresentando. Ela estava curvada sobre uma das pernas em um movimento elegante. As mãos estavam cruzadas sobre o tornozelo e o rosto escondido entre elas. Era como se ela fizesse uma reverência à plateia. Franzi a testa ao me aproximar ainda mais, pois conhecia aquela pintura. Fiquei chocada quando vi quem era a pintora. No canto direito, a grafia elegante de Melanie Taylor saltava na tela. Eu fiquei encarando a assinatura da minha tia com a boca aberta. Como aquela pintura foi parar naquela sala?

— Adoro essa pintura!

Me virei assustada ao reconhecer a voz e encarei os olhos azuis de Mike. Ele estava vestido em uma calça social negra com uma camisa social verde. As mangas estavam enroladas até os cotovelos exibindo parte do braço bem torneado e a pele morena. Ambos os braços estavam tatuados com desenhos coloridos até os pulsos. No pulso direito havia uma grossa pulseira dourada. A camisa estava com os dois primeiros botões abertos mostrando parte do peito e uma corrente dourada fina, que pendia em seu pescoço. O cabelo curto estava penteado para trás e a barba benfeita emoldurava o rosto quadrado, destacando a cicatriz.

Caramba! Michael Willians se tornara um homem maravilhoso!

— Tudo bem, você já pode fechar a boca e parar de babar. – o ouvi dizer com ar divertido. – Caso contrário, terei de pedir um pano para secar o chão.

E muito, muito arrogante!

Balancei a cabeça com pesar.

— O que está fazendo aqui? – perguntei, tentando me recompor da surpresa e caminhei de volta para onde estava antes. – E o que o meu retrato faz nesta sala?

Serie Destinos - Livro 04 - Quando eu voltar (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora