Dia 2

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"eu amo-te. Pelo menos eu acho que sim. Acho que é o teu toque que eu anseio, o teu beijo que quero. Acho que és tu. Acho que és tu que me fazes tremer e sentir as tão faladas, borboletas na barriga.
Eu amo-te. Pelo menos eu talvez sinta a tua falta. Talvez eu sinta o teu corpo colado ao meu de maneira diferente. Talvez eu sinta que és tu o tal que me faz agir de maneira diferente.
Eu amo-te. Levaste-me ao extremo outra vez. Deixaste-me sem existir e na incógnita mais uma vez. Levaste-me ao extremo da exaustão e ao extremo da felicidade.
Eu amo-te. Deixaste-me no auge da minha existência. Lembraste-me que afinal ainda existe mais algo do que o meu grande pequeno mundo. Encontrei-me contigo no auge do prazer e trouxeste-me o auge da felicidade, outra vez.
Eu amo-te. O teu toque tão prazeroso na minha pele ficou como uma tatuagem demasiado bem feita, e os meus lábios ficaram com a sensação de que os teus continuam colados a eles.
Eu amo-te e talvez devia ter-to dito mais vezes. Devia ter dito que já não era o café que me aquecia mas sim ti. Devia ter te dito que o teu cheiro ficou agarrado ao meu nariz e que não consigo respirar sem me lembrar de ti. Devia ter-te dito que eras tu quem eu queria, e que não era o álcool a queimar na minha garganta, mas sim a tristeza de saber que não poderias estar comigo. Devia ter te explicado que não sou de palavras. Que a escrita não é a minha grande paixão mas sim tu.
Eu amo-te. Ou pelo menos achava que sim. Até perceber que me amavas pelo meu corpo pequeno e pelo meu amor por conversas inteligentes.
Eu odeio-te. Odeio o facto de o cheiro das tuas sweats que continuam no meu quarto. Odeio o novo tóxico que puseste na minha grande pequena alma, e odeio o facto de me teres trocado.
Eu amo-te, e acredita meu amor, que a tua falta me mata. Mas também me matas a pela tua presença."
E foi assim, que em lágrimas encontrei a carta que ia dar ao Harry, no mesmo dia em que soube da sua relação com a rapariga com a qual partilho casa.

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