Passeio no parque

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Gustavo

Já passava das onze da noite quando eu e Lívia fomos nos deitar. Chegamos da nossa tarde de passeios e resolvemos jogar Super Mario Word. Ela era péssima no vídeogame, mas muito persistente, tentava de todo jeito passar as fases, mas morria facinho, facinho e eu morria de rir da cara de raiva que ela fazia toda vez que perdia a fase. Ela no jogo só prestava pra descer o caminho até a fase mais fácil, e pegar vida para jogarmos a mais difícil. Mas mesmo ela morrendo toda vez que tentava jogar a fase difícil, ela aplaudia quando eu ganhava e ficava feliz de seguir para a próxima fase comigo. Que figura!

E com isso ficamos das seis horas até as onze jogando, rindo, conversando, comendo bobeiras e ela brigando comigo todas as vezes que eu ria quando ela morria... Pobre Luigi! Sem falar do pobre do Yoshi, que ela sempre perdia pelo caminho. Eu claro que era o Mário. Eu sempre que jogava esse jogo com alguém, eu sempre era o Mário, no jogo como na vida eu nunca aceitei ser coadjuvante, ou seja, Luigi nem pensar. A noite passou repleta de risadas. Ah tempos não me divertia tanto e todo aquele estranhismo que tinha ficado entre nós no primeiro dia, com certeza já não existia mais.

Acordei já era quase dez horas de terça e ainda estava com sono, mas o cheiro de café estava me chamando a acordar. Com certeza Lívia já estava acordada. Levantei, tomei um banho e segui para a sala. Quando cheguei à mesa, foi a vez dela me receber com um café da manhã delicioso, maravilhoso que a tempos eu não tinha.

— Me fala que eu não estou vendo um bolo de fubá!

— Tcharam, você esta vendo sim!

— Lívia, porque você não veio antes morar aqui? Agora sim, eu fiquei feliz que você esteja nessa casa. — Ela sorria para mim.

— Vem seu interesseiro, senta pra comer que está quentinho, acabei de tirar do forno. Lembrei que você gostava e fiz. Sabecomé né, tenho que te agradar se não eu viro uma sem teto. Fiz café fresquinho também. — Meu Deus como eu amo bolo de fubá.

— Te amo Lívia. — Sentei a mesa e comi quase metade do bolo com manteiga, ainda bem que me jogo três horas por semana nas aulas de jiu jitsu ou já teria assumido a pancinha do Homer Simpson de tanto que sou esfomeado. Mas que se foda! Esse bolo está muito bom e tem gosto de infância.

— E aí, ta de pé a continuação do nosso passeio turístico hoje Gu?

— Sim, podemos sair daqui à uma hora, só vou fazer uns telefonemas e adiantar a resposta de uns e mails e podemos ir.

— Não quero te atrapalhar, fique a vontade para fazer suas coisas eu me viro por aí.

— Imagina, estou me divertindo fazendo o guia turístico. Fica sossegada que semana que vem começa sua loucura e quase não teremos tempo juntos. Então me aproveite o quanto puder.

— Ok, aproveitarei então. — Ela sorriu para mim.

Terminei tudo o que eu tinha pra fazer rapidinho e me aprontei para sair. Eu nunca imaginei que estaria empolgado para ser guia turístico da minha prima, mas é que o dia e a noite de ontem foram tão divertidos, tanto que nem tive tempo de ligar para a Bruna, nem pensei nela na verdade. E ela também nem me ligou.

Saímos de casa já passava do meio dia, então decidimos almoçar primeiro. Seguimos para um restaurante que tinha como base a culinária caipira. Lívia reclamou que iria virar uma baleia enquanto morasse comigo, já que em dois dias ingerimos calorias de um mês.

— Aiiii, estou muito cheia. Por que as coisas que engordam tem que ser as mais gostosas?

— Verdade! Também queria saber. Mas o importante é ser feliz.

DEGUSTAÇÃO Um anjo em meu destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora