Difícil assumir

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Capítulo doze

Gustavo

Acordei e mais uma vez me deparei com a minha prima na minha cama, mas dessa vez era diferente, dessa eu vez eu me lembrava de tudo, mesmo estando bem alcoolizado na noite anterior não tinha como esquecer. Foi perfeito demais para que eu esquecesse.

Estou com um sorriso no rosto olhando para ela e pensando o que vamos fazer a partir desse ponto que estamos agora. Na noite anterior o álcool e o tesão que estava sentindo por ela não permitiu que eu pensasse na real situação que estamos vivendo. O que aconteceria se meus tios e meus pais soubessem o que esta acontecendo. E pensar nisso tira de vez o sorriso do meu rosto. Levanto da cama com cuidado para não acorda-la e me permito olhar mais uma vez o quanto ela é linda. Está deitada de lado com o edredom cobrindo parcialmente seu corpo, os cabelos estão jogados pelo travesseiro. Olhar para ela de repente me faz reviver a noite de ontem novamente e é impossível não sentir um arrepio pelo corpo todo. Fecho meus olhos e solto um suspiro. O que esta acontecendo com a minha vida? Preciso de um banho.

Peguei meu celular, minha toalha e fui para o banho. Com Bruno Mars cantando It will rain como se soubesse da minha vida, deixo a água cair e enquanto ela escorre pelo meu corpo penso no que vou fazer depois dessa noite. Afastarmo-nos e tentar cada um viver sua vida seria o certo, mas já tentamos e não deu certo, então só posso pensar que poderíamos ser mais que primos até acabar com esse tesão que temos entre nós e ninguém precisa ficar sabendo. Ninguém da nossa família, porque os amigos, quero que todos saibam começando pelo João. Ri. Ele vai ficar puto! Mas nem to, ele que aprenda a perder. A garota agora é minha. E como já tinha decidido que se dane tudo, ela vai continuar sendo minha. Latch tocou a seguir e não pude deixar de dar um sorriso quando me lembrei dela dançando na Angels... Tão linda!

Saí do banheiro depois de pelo menos meia hora de banho (Precisava pensar) me enxuguei e voltei para o quarto enrolado na toalha. Lívia não estava na cama e um sentimento de perda passou pelo meu corpo. Troquei de roupa, fui para sala e não vi nem sinal dela, procurei na cozinha, na sala de jogos e fui até o banheiro e ele estava como se ela tivesse acabado de sair do banho. Bom, ela deve estar trocando de roupa.

Fiz café, tomei o café esperei, esperei e esperei e nada da Lívia aparecer, pensei que ela devia estar se trocando, mas já fazia tempo suficiente para ela experimentar o guarda roupa inteiro, então decidi ir procura-la. Isso tinha jeito de fuga.

Bati na porta do quarto dela e ela não abriu e nem me respondeu. Decidi entrar assim mesmo. Abri a porta e coloquei a cabeça para dentro do quarto e a encontrei sentada na cama com as costas encostadas na cabeceira, os braços abraçando os joelhos e ela estava chorando.

— Lili? — Perguntei devagar, não queria assusta-la, mas ela não respondeu, então entrei e me sentei ao lado dela.

— Fala comigo Lili, o que está acontecendo? — Pensar que ela estivesse chateada acabou comigo, ou melhor pensar que ela estivesse arrependida acabou comigo.

Ela ergueu os olhos em minha direção e em seguida me abraçou.

— O que estamos fazendo Gu?

— Estamos tentando ser feliz.

— E isso está certo? — Ainda estávamos abraçados, fiquei em silêncio por um minuto e pensei e não cheguei a conclusão alguma. Então por fim fiz a pergunta que estava com medo de ouvir a resposta.

— Você esta arrependida ou não gostou do que fizemos? — Ela se separou de mim e me olhou nos olhos.

— Nem por um minuto. Amei cada segundo de ontem. Realmente você tinha razão é muito melhor que Coca com chocolate. — Sorri largamente para a resposta dela e enxuguei uma lágrima que escorria em sua bochecha. Ela era tão linda.

DEGUSTAÇÃO Um anjo em meu destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora