Capítulo IX - Parte 2

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No outro dia, acordamos pelas nove horas, algo raro em Dipertionis. Ed não está em minha cama, deve ter acordado e retornado ao ser quarto, para que ninguém suspeitasse de nós. Como eu previ. Eu chamo uma criada, que traz o bolo que pedi que fizessem na noite passada. Quero fazer uma surpresa para Edgar.

– De morango, e chocolate branco, certo? – Confirmo com a mulher.

– Sim, Vossa Alteza! O Príncipe Edgar ainda não chamou seu lacaio, então está dormindo.

– Muito obrigada, senhorita.

É um bolo redondo, pequeno, como ordenei. Eu adentro o quarto de Ed, as paredes são azuis e fora isso não é muito diferente do meu. Ele dorme como um anjo, em cima das cobertas. Eu beijo seu nariz e digo seu nome. Na terceira vez que o faço, seus olhos se abrem

– Acordou, preguiçoso? Parabéns, meu amor!

Um sorriso surge em seu rosto e seus olhos descem para o bolo.

– Bolo! É do que?!

Eu cerro meus olhos, fingindo estar zangado e reclamo:

– Venho lhe parabenizar com um bolo e só olha para ele?

– Ah, meu bem, com bolo ou sem, esse será meu melhor aniversário se estiver com você todo o tempo.

Ele diz isso sorrindo, se espreguiça com os olhos fechados. E me abraça, depois que deixo o bolo na cômoda e sussurra no meu ouvido "obrigada por tudo, meu bem".

– Então, quer comer o bolo aqui? Posso buscar talheres e dois pratos. Ninguém repreenderá nossa deselegância mesmo.

– Sim! Enquanto isso, vou ao banheiro.

Eu corto o bolo quando os talheres e pratos chegam, e logo Ed vêm. Nos sentamos na cama, comendo.

– Hm... Está uma delícia, Celine! Eu adoro essa cozinheira!

– De fato...

Comemos mais um pedaço e eu pergunto:

– Bom, e o que o aniversariante quer fazer hoje?

– Eu planejei um passeio para hoje... E é em um\ cachoeira!

– Não creio! Eu jamais vi uma cachoeira!

– Sim, meu bem. Eu sabia que adoraria ir a uma cachoeira!

Saltei na cama e segurei sua mão.

– O que está aguardando?! Nos adiantamos no almoço para que podemos ir passear! São dez horas agora!

– Mas acabamos de comer bolo!

– Vamos logo!

Pedimos para que o almoço seja adiantado. Enquanto isso eu me arrumo para ir a cachoeira, um vestido simples, de um tecido leve. Sem muitas joias ou penteado. Demora mais meia hora pra que o almoço esteja pronto. Nos alimentamos e eu me encarrego na ceia e boto nela mais que chocolates, além de pegar uma toalha e almofadas. Ordenamos que o cocheiro regresse em quatro horas, desejamos estar sozinhos e sossegados. O lugar também não é muito longe do castelo.

E a cachoeira... Perco o fôlego ao contemplá-la. A água tem um tom esverdeado, e sua queda não é alta, contudo é divina! É oculta por árvores que tampam o sol forte, como se tivéssemos achado outro esconderijo.

– É um paraíso!

Eu grito e peço que Edgar desamarre meu espartilho.

– Olhe quem está mais solta! – Ele ri.

Estávamos embriagados pela felicidade. Nós nadamos e atiramos água um no outro outra vez. Ficar debaixo da queda de água era muito divertido. Era uma sensação viciante, estar com meu amado, naquele dia quente e ensolarado, nadando naquela água transparente e gelada. Comemos e nos vestimos, esperamos nossas roupas e cabelos secarem e o cocheiro nos transporta a Aemujaloux. Foi um tempo muito gostoso.

O Céu de CelineOnde histórias criam vida. Descubra agora