No outro dia, acordamos pelas nove horas, algo raro em Dipertionis. Ed não está em minha cama, deve ter acordado e retornado ao ser quarto, para que ninguém suspeitasse de nós. Como eu previ. Eu chamo uma criada, que traz o bolo que pedi que fizessem na noite passada. Quero fazer uma surpresa para Edgar.
– De morango, e chocolate branco, certo? – Confirmo com a mulher.
– Sim, Vossa Alteza! O Príncipe Edgar ainda não chamou seu lacaio, então está dormindo.
– Muito obrigada, senhorita.
É um bolo redondo, pequeno, como ordenei. Eu adentro o quarto de Ed, as paredes são azuis e fora isso não é muito diferente do meu. Ele dorme como um anjo, em cima das cobertas. Eu beijo seu nariz e digo seu nome. Na terceira vez que o faço, seus olhos se abrem
– Acordou, preguiçoso? Parabéns, meu amor!
Um sorriso surge em seu rosto e seus olhos descem para o bolo.
– Bolo! É do que?!
Eu cerro meus olhos, fingindo estar zangado e reclamo:
– Venho lhe parabenizar com um bolo e só olha para ele?
– Ah, meu bem, com bolo ou sem, esse será meu melhor aniversário se estiver com você todo o tempo.
Ele diz isso sorrindo, se espreguiça com os olhos fechados. E me abraça, depois que deixo o bolo na cômoda e sussurra no meu ouvido "obrigada por tudo, meu bem".
– Então, quer comer o bolo aqui? Posso buscar talheres e dois pratos. Ninguém repreenderá nossa deselegância mesmo.
– Sim! Enquanto isso, vou ao banheiro.
Eu corto o bolo quando os talheres e pratos chegam, e logo Ed vêm. Nos sentamos na cama, comendo.
– Hm... Está uma delícia, Celine! Eu adoro essa cozinheira!
– De fato...
Comemos mais um pedaço e eu pergunto:
– Bom, e o que o aniversariante quer fazer hoje?
– Eu planejei um passeio para hoje... E é em um\ cachoeira!
– Não creio! Eu jamais vi uma cachoeira!
– Sim, meu bem. Eu sabia que adoraria ir a uma cachoeira!
Saltei na cama e segurei sua mão.
– O que está aguardando?! Nos adiantamos no almoço para que podemos ir passear! São dez horas agora!
– Mas acabamos de comer bolo!
– Vamos logo!
Pedimos para que o almoço seja adiantado. Enquanto isso eu me arrumo para ir a cachoeira, um vestido simples, de um tecido leve. Sem muitas joias ou penteado. Demora mais meia hora pra que o almoço esteja pronto. Nos alimentamos e eu me encarrego na ceia e boto nela mais que chocolates, além de pegar uma toalha e almofadas. Ordenamos que o cocheiro regresse em quatro horas, desejamos estar sozinhos e sossegados. O lugar também não é muito longe do castelo.
E a cachoeira... Perco o fôlego ao contemplá-la. A água tem um tom esverdeado, e sua queda não é alta, contudo é divina! É oculta por árvores que tampam o sol forte, como se tivéssemos achado outro esconderijo.
– É um paraíso!
Eu grito e peço que Edgar desamarre meu espartilho.
– Olhe quem está mais solta! – Ele ri.
Estávamos embriagados pela felicidade. Nós nadamos e atiramos água um no outro outra vez. Ficar debaixo da queda de água era muito divertido. Era uma sensação viciante, estar com meu amado, naquele dia quente e ensolarado, nadando naquela água transparente e gelada. Comemos e nos vestimos, esperamos nossas roupas e cabelos secarem e o cocheiro nos transporta a Aemujaloux. Foi um tempo muito gostoso.
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O Céu de Celine
Roman d'amourCeline era uma jovem solitária, filha do rei e da rainha de Amagiqué, e fantasiava com seu baile de apresentação (quando escolheria seu futuro marido) e com seu casamento, como fuga de sua grande tristeza. Faltavam três meses para que ela pudesse co...