Capítulo XIII - Parte 2

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  Eu demoro para proferir algo. Meu sonho era casar-me, com um homem que apreciasse minha companhia, que me apreciasse, fosse carinhoso. Que estivesse apaixonado por mim. Teríamos filhos num castelo majestoso e eu os ensinaria a tocar o piano. Meu jardim seria o mais belo de todo o reino. É isso o que teria se escolhesse ficar. Mas não é mais meu sonho.

– Obrigada Fernando... Muito obrigada. Vossa mercê também é uma boa pessoa e é encantador... É sua vez de me questionar! – Espero que ele faça logo a sua questão, pois me inquieta não poder retribuir a intensidade de seu sentimento.

– Deixe-me pensar... – Ele dá uma mordida em um doce de maça, antes de indagar. – Gostas do seu irmão? Vejo que são íntimos.

Desconcertada pela pergunta, o estudo para ver se tem segundas intenções em perguntar sobre isso. Está sorridente e em seus olhos não tem desconfiança.

– Sim... De fato nós nos tornamos muito íntimos nos últimos meses. Eu sentirei a falta dele imensamente. E vossa mercê, possui algum irmão?

– Sim, sim! Tenho três irmãs e dois irmãos. Todos eles virão para o casamento, os conhecerá.

– Quantos irmãos! São mais novos que você?

– Todos são, menos um dos meus irmãos. É três anos mais velhos.

– Eu gostaria de crescer numa casa animada, como a sua deve ter sido.

– Tem seus males, devo dizer – ele comenta com o riso, como quem relembra alguma situação. – Contudo, há muitas vantagens. Eles me apoiam e me ajudam muito.

Não há como se identificar com Fernando. Ao ouvi-lo falar de uma realidade totalmente diferente da minha, sinto saudade de Edgar.

– Mas conte-me, como era Dipertionis na sua infância?

Não desejo lhe contar como era realmente minha infância. Um relacionamento com ele seria estranho. Ed sabe por tudo o que passei e me entende.

– Era um lugar calmo... Tive muitas aulas, compromissos e baile, era muito ocupada.

Ele continua a fazer algumas perguntas, enquanto penso em onde Edgar está. Quando nosso pequeno encontro chega ao fim, nos despedimos com um abraço.

– Podemos continuar nosso jogo de perguntas amanhã, Celine?

– Sim, claro. Adorei essa tarde!

Caço Ed primeiro em seu quarto e em seu esconderijo. Eles estão vazios Questiono os criados se o Príncipe Edgar está tendo aulas e eles negam. Penso em que outro lugar poderia estar, já que não tem nenhum compromisso. Por fim, numa última tentativa e sem muita esperança, vou ao meu esconderijo, há algum tempo esquecido. Para minha surpresa ele está lá, com a cabeça encostada na madeira e sorri feliz quando me vê. Puxa-me para seu colo e sussurra, ajeitando uma mecha do meu cabelo:

– Eu estava com saudades.

– Não creio que iremos fazer isso, Ed.

– Acho que eu te seguiria a qualquer lugar.

Pousando minhas mãos em seu peito, o beijo. Ele deve ter encontrado Blair e eu encontrei meu noivo nessa tarde, contudo, ignoramos essa parte.

– Estás muito ansioso, meu amor?

– Ah... Aquela sensação estranha não sai de minha barriga, sinto que vou tremer por vezes. Na minha mente se passam diversas situações sobre nossa fuga. Eu tenho receio, de que vossa mercê mude de ideia, e um desespero tão grande me atinge quando penso nele. Indago-me o que eu faria. Não poderia viver aqui... Eu só... Fico muito, muito aliviado, quando está em meus braços e eu posso sentir o seu amor, dirigido a mim e não a mais ninguém.

O Céu de CelineOnde histórias criam vida. Descubra agora