— Ei, senhor, por favor, me ajude! — Tento segurá-lo, mas ele me ignora.
— Ajudar, garoto? Não percebeu que o navio está afundando? — Antes dele ir para as escadas, tomo uma medida drástica, pressiono-o na parede e digo:
— Agora você vai me ouvir, tem um bebê trancado em um desses quartos e se você não me ajudar ele vai morrer afogado — falo com um tom sério e urgente para intimidá-lo, mas com meus olhos com lagrimas, meu corpo parecia agir por conta própria. Meu corpo que sair daqui, mas o meu consciente vence.
— O.K, então vamos logo antes que afundemos, onde é esse quarto? — O faxineiro pergunta com raiva.
— Quarto 264 — respondo, e corremos até ele. O faxineiro pega o seu cartão e abre a porta.
— Muito obrigado! — Entro no quarto, quando o navio todo treme. A energia cai e a porta se fecha, prendendo-me. Tento chamar o faxineiro, mas ele já havia se afastado.
— Merda. — xinguei me levantando. — Se controla Cody! Merda comecei a falar sozinho, isso quer dizer que já estou enlouquecendo.
Olho para o lindo quarto, uma suíte presidencial. Nem o Nathan, filho do dono do Poseidon, tinha um quarto assim. Em cima do rack, uma foto da família. Eles parecem felizes. O homem é o mesmo que ajudou aquela garota das mãos do Nathan, e junto a ele, uma linda mulher de cabelos curtos e castanhos, segurando um bebê, certamente Jacob. Ele é lindo, loiro, os olhos azuis iguais aos do pai.
Ouço um barulho. É Jacob, de pé em seu berço, trajando um macacão azul com seu nome gravado. Em meio ao caos, ele abre um sorriso. Um sorriso tão doce e inocente.
— Ei, rapaz, prazer em te conhecer. — Pego ele no colo. Continua sorrindo, com a inocência de quem não tem ideia do risco que corre. — Vem, vou tirar você daqui.
Ao lado da porta tem uma placa onde se lê: "Caro passageiro, se o cartão não funcionar, acione a senha de emergência, número 10-01-1998-18".
Eu me acalmo ao ler a placa. Pelo menos conseguirei sair do quarto. Digito a senha, mas não funciona. Repito mais devagar, mas continua dando erro. O que farei?
— Ei, garoto, fica aí que eu já volto. — Coloco-o novamente no berço, e dou o ursinho para ele se distrair.
Vou até o quarto do casal procurar por um cartão reserva. Olho no armário e na estante, sem sucesso. Vou ao convés, mas chove muito. Ótimo, logo agora que o navio está afundando vem uma tempestade.
O que farei? Será que o Nathan tem razão e eu sou idiota em querer salvar o garoto, se agora nós dois morreremos? Mas ninguém sentirá minha falta mesmo. Meu pai, se souber que morri aqui, provavelmente vai morrer de rir. O Nathan e o Josh vão ter que procurar outro fantoche. Praticamente toda a minha vida vivi em uma bosta completa, então acho que é até melhor que ela acabe mesmo. Sinto pena mesmo é do garoto. Nasceu em uma família feliz que o ama, e perderá uma grande vida pela frente.
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Vidas entrelaçadas - Uma luz diante das trevas Ato 1
General FictionChristian e Ana Blake brigam constantemente e temem ver seu casamento ruir, então decidem embarcar em um "cruzeiro de reconciliação". Nesse mesmo cruzeiro está Cody, um jovem que fugiu de casa depois de ser agredido pelo próprio pai. Emília é irmã d...