— Ei, Cody, dormiu aí mesmo? — Quando abro meus olhos, mal consigo enxergar por causa da forte luz do Sol, até que Christian e Jacob se colocam à minha frente, fazendo sombra.
— Por que você sempre me acorda? — Eu me espreguiço e bocejo, em seguida beijo as bochechas rosadas de Jacob. — Bom dia, garoto.
— Ei, eu também estou aqui. — disse Christian.
— Quer beijinho também? Vem aqui. — Chego perto dele fazendo uns beicinhos.
— Não, mas aceito um bom dia.
— Bom dia, Christian, dormiu bem? — pergunto pegando o Jacob no colo, e começo a brincar de aviãozinho com ele.
— Dormi muito bem, há dias que não durmo tão bem, e você, por que não dormiu no bote? Ah, já entendi, quis ficar um pouco sozinho, né? Eu entendo, nessa idade...
— Ei, não, eu só queria ver as estrelas e acabei dormindo aqui mesmo, nada demais. — respondo rapidamente, sentindo o meu rosto esquentar de vergonha.
— Já que está segurando o Jacob, alimente-o, ainda temos bananas e papaias de ontem. Não irei muito longe, vou andar pela praia. — E ele se vira e começa a caminhar pela praia.
— Vamos, Jacob, é gostoso. — Tento dar a papaia para Jacob, sem sucesso. Pego um coco vazio e cortado e coloco duas bananas e pedaços cortados da papaia e amasso com minhas próprias mãos. Uma papinha de bebê, embora um pouco nojenta.
— Vamos lá, olha o aviãozinho. — Pego com a minha mão mesmo, já que não tínhamos talheres, e ele enfim aceita. Agora é a minha vez, coloco Jacob no berço, que estava na sombra, e limpo minha mão no mar, toda suja com a papinha e a baba da criança.
Sento no tronco ao lado do berço. Jacob brinca com o Uni, seu ursinho de pelúcia encardido. Ele adora aquele urso. Pego uma banana, quando Christian chega.
— Levanta, Cody, vamos para a cachoeira, tome isso se acontecer algo, você precisa se defender. — Christian me entrega uma machadinha.
— Mas eu nem tomei o meu café da manhã, é a refeição mais importante do dia. — retruquei.
— Você consegue comer enquanto anda, e você e o Jacob precisam urgente de um banho. — Ontem Christian disse que tinha entrado na cachoeira, isso explica o porquê de estar molhado, e eu por um segundo achei que fosse suor, ninguém sua daquele jeito. Bom, tinha um garoto na escola que suava demais, parecia ele próprio uma cachoeira de suor. Qual o nome dele mesmo? Lembrei!
— Matheus Duarte! — falei alto, Christian olha para mim sem entender.
— Quem? — ele pergunta colocando o facão na cintura.
— Pensei em voz alta. Vamos. — O Christian deve achar que eu sou maluco, e talvez tenha uma certa razão. — São quantos minutos até a cachoeira? — Bem, agora tenho pelo menos dois motivos para evitar a cachoeira. Primeiro, que entrar na mata não deve ser seguro, pode ter animais selvagens famintos, e segundo que tenho preguiça de andar, isso que dá ser sedentário.
— Mais ou menos cinco minutos de caminhada. Pode levar o berço do Jacob? — Ah, não, além de andar ainda tenho que levar o berço, mas não serei idiota em responder que não.
— Claro — respondo com desânimo.
— Então vamos. — Christian pega o Jacob no colo e coloca as garrafas de água vazias no berço, provavelmente para enchê-las.
Adentramos a ilha. A vegetação é densa, Christian disse para ter cuidado, pois o ecossistema da ilha sustenta javalis selvagens, aranhas venenosas, jiboias de três metros e muitos mosquitos. De dia faz um calor dos infernos e à noite um frio insuportável.
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Vidas entrelaçadas - Uma luz diante das trevas Ato 1
General FictionChristian e Ana Blake brigam constantemente e temem ver seu casamento ruir, então decidem embarcar em um "cruzeiro de reconciliação". Nesse mesmo cruzeiro está Cody, um jovem que fugiu de casa depois de ser agredido pelo próprio pai. Emília é irmã d...