Ato II Emília- A despedida

86 18 8
                                    

                                   Esse capitulo é dedicado a dois amigos escritores que admiro muito.


27/09/2003 / 30/01/2004. 14:30

27/09/2003 - 30/01/2004. 14h:30min

Patrick o pressiona na parede, Arthur sua frio, com medo e trauma de uma noite de terror, que marcou a vida dos Boynes e Clarkes. Eu sonho até hoje com aquela noite, lembro de cada detalhe, aquele sorriso do Patrick, seu pai chorando de raiva pelo simples motivo do seu filho ter um amor proibido. Um amor não aceito pela sociedade, um amor tão puro como qualquer outro. Todos os dias me envergonho por não ter feito nada para impedir aquela cena brutal e desumana. Não posso deixar aquilo acontecer novamente, não conseguiria viver com o mesmo fardo pela segunda vez.

– Patrick, solte seu irmão! – grito, segurando nos seus braços. – Olha para mim.

Ele se vira e olha para mim. Me aproximo dos seus ouvidos e sussurro.

– Se não soltar seu irmão e sair dessa loja comigo, nunca mais olhará para mim. – Saio de perto dele e vou em direção à saída da loja.

– Emília, espera. – Ele me chamou, soltando Arthur. – Emília, não vá, ainda precisa comprar o presente do Jacob.

Me viro e olho para o Arthur, não consegui ouvir o que ele disse, mas vi os movimentos de seus lábios, e nele se formava um "obrigado". Saio da loja com meu corpo leve e tranquilo, não aconteceu nada de grave com ele, e tudo isso por ser mais corajosa que uma menina de quinze anos.

– Emília, eu o deixei, olhe para mim. – Ele colocou suas mãos em meus braços, me parando em frente à loja. – Olha para mim, por favor.

Suspiro e olho para ele.

– Eu vou pegar um taxi e depois conversamos! – Faço sinal para o taxi, que para e eu entro nele.

– Eu te levo lá, Emí. – Ele fala por trás do vidro.

– Onde é o destino, moça? – O taxista pergunta, ligando o carro.

– Emília? – Sofia pergunta, batendo no vidro do carro, me despertando das minhas lembranças.

Eles abrem a porta do carro e colocam o Enzo na cadeirinha, enquanto Joey guarda o presente no porta-malas. Enzo parece estar um pouco enjoado.

– Ele está bem? – pergunto, acariciando suas bochechas rosadas.

– Não sei, talvez esteja um pouco enjoadinho. – Sofia fala, colocando sua mão na testa de seu filho. – Com febre ele não está! Mas acho melhor levarmos ele ao médico onde está Ana, depois iremos vê-la.

– É melhor fazerem isso mesmo – falo enquanto Joey liga o carro.

Eu não aguentava de curiosidade sobre o Arthur. Eu o ajudei há alguns meses, mas nunca me interessei em saber o que exatamente aconteceu com ele depois daquilo. Patrick, como é dono de todas as empresas com o nome Boyne, pode muito bem ter mandado ele para o olho da rua. Se ele fez isso, vai entrar para a lista para eu terminar o mais rápido possível com ele.

– Sofia? – Eu chamo e ela olha para mim. – Sabe me dizer se viu algum funcionário... Para ser mais específica, um gerente de porte mediano, de pele clara, cabelos escuros e olhos castanhos?

– Está falando se seu namorado estava lá, Emília? – Joey ri. – Porque com essas características parece o Patrick!

– Na verdade... é o irmão dele! – explico.

Vidas entrelaçadas - Uma luz diante das trevas Ato 1Onde histórias criam vida. Descubra agora