Adeus
— Eu... a matei? — Cody gagueja ao falar, ele está visivelmente nervoso.
— Não, eu a matei. Ei, garoto, olha para mim. — Coloco minhas mãos em seu rosto e prossigo. — Você salvou a minha vida. É uma questão de escolha. Você fez a escolha certa e chegou na hora exata.
Dou-lhe um forte abraço. Ele ainda treme muito, a respiração ofegante, o coração a mil. Sei o que ele sente, tirar uma vida é difícil, mas às vezes é necessário. Aprendi isso da pior maneira.
— Jacob! Onde ele está? Ele está bem?
— Ele sim, você nem tanto. — Cody pega sua camisa e enrola no meu ferimento. — Você matou todos eles?
— Não, faltam dois ainda. — Levanto e pego a M-416 de Sarah.
— Então isso é o fim? — Cody pergunta.
— Não diria o fim, e sim um novo começo. — Olho para as rosas. — É a hora de darmos adeus para essa maldita ilha.
— Então é um adeus. — Cody insiste.
— Sim, é um adeus, mas por enquanto fique com o Jacob, isso não vai...
— Não, vamos terminar isso juntos. — Cody me interrompe com um sorriso largo.
Assenti. Como ele mudou nesses dez meses, está bem mais maduro. Cody, você é um grande homem. Andamos juntos até a praia. Cody me ajuda a andar. Eu me apeguei tanto a ele, que não sei qual será a minha reação se ele decidir ficar aqui. Talvez bata em sua cabeça e o coloque no barco, mas não, não farei isso novamente. Chegando na praia, nos escondemos atrás de uma árvore frondosa e de tronco suficientemente grosso para nós dois ficarmos ocultos.
— Um homem armado saiu da floresta e atirou em vocês. Claro que acredito, o coelhinho da Páscoa no trenó do Papai Noel passou aqui e me deu esse delicioso cachorro-quente. — Bob dá uma mordida.
— Eu não estou mentindo, se você não acredita venha ver, a Sarah provavelmente já o matou.
— Cody, me passe a pistola e fique aqui, isso será rápido. — Pego a pistola e começo a atirar. Primeiro acerto em Bob, um tiro certeiro em sua cabeça, e depois despacho Daniel com dois tiros no abdome.
— Cody, pode sair.
— Quem são eles? — ele pergunta.
— Eu não sei direito, mas eles estavam atrás das rosas do Éden, eles fazem parte de uma...
— Uma?
Acho melhor ele não saber, isso aqui é muito perigoso. Talvez uma ameaça internacional. Uma facção criminosa, que afundou um navio daquele porte.
— Christian, você está bem? — Ele coloca a mão em meu ombro.
— É melhor não saber. Aquele notebook pode explicar algumas coisas. — Pego o notebook na mesa da tenda.
— Nossa, esse barco é muito grande, você sabe navegar? — Cody se aproxima da beira do mar para ver o iate de perto.
— Sei sim, o namorado da minha cunhada tem um desses, já naveguei uma vez em Malibu.
Cody olha para baixo, parece feliz, fico contente que ele tenha mudado de ideia a respeito de ficar sozinho na ilha. Ele solta um suspiro e pergunta.
— Aquilo que você falou é verdade? Que eu posso morar com você e o Jacob? — Cody pergunta, com os olhos de uma criança cheia de esperança.
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Vidas entrelaçadas - Uma luz diante das trevas Ato 1
Ficción GeneralChristian e Ana Blake brigam constantemente e temem ver seu casamento ruir, então decidem embarcar em um "cruzeiro de reconciliação". Nesse mesmo cruzeiro está Cody, um jovem que fugiu de casa depois de ser agredido pelo próprio pai. Emília é irmã d...