Engravidei do fracasso essa noite;
seu esperma de conformismo corre por todo o meu corpo. Entre órgãos e ossos e cartilagens;Entre erros e incapacidades e medos e mediocridade;
escorre por entre meus dias que abrem bem as pernas para suas desistências.Alguns acertos por esses longos anos ao menos ainda doam suspiros de amor real (mas este também não é para sempre) e quando meu único gole de água fresca secar, eu partirei pra longe dessa atmosfera;
Talvez fique para sempre dentro de algum sonho. Eles são melhores. Sou feliz longe desse mundo.
Nesse momento a única coisa que me aquece é a minha total falta de visão sobre um suposto futuro carregado de boas canções;
Sou toda feita de morbidez. Estou deliciosamente morta.
Por que deliciosamente? Bem, se não conseguisse sentir o apreço pela perda de Deus seria insuportável continuar ouvindo o coração bater;Então quando o universo me enfia seu pau de decepções e dor, eu me arregaço inteira para receber com prazer tudo que de ruim se infiltrar em minha alma decrépita;
Ah, sim, meu emocional já está todo ferrado e agora quero deteriorar a urgência um pouco mais.
É porque eu conheço a falsidade dessa "sorte" que vêm me deixando de quatro;
É uma puta mentirosa que rasteja em busca de otários(as) (como eu), e depois que destrói todo o muro de concreto (que demora anos para ser aperfeiçoado) ela simplesmente retoca o rímel e quebra a escada de plástico que estava sendo subida;
E aí fala baixinho:
É, foi quase. De novo, quase.Depois disso sempre se promete à vida que nunca mais será permitido a reaproximação dela para que nos foda como bem queira, mas a verdade, caro leitor(a), é que ela sempre volta para gozar em cima do nosso sangue mais uma vez.
Ela sempre volta e fode e depois retoca o rímel e depois ri. E ri.
Preciso me drogar.
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(In)expressiva & Insólita
RandomÀs vezes estagnada, às vezes quente e fria. Ou faminta e lasciva. Ou morta e brilhando. Aqui irei expurgar demônios e mastigar o infinito.