Um Novo Mundo

88 2 3
                                    

- O que está acontecendo? Onde estou? - Se perguntou, mentalmente, o garoto de cabelos grisalhos à flutuar em um vácuo sombrio. Ele não tremulava, também não se mexia, não aparentava sentir nada... Apenas estava vagando, se perguntando onde estava. Logo, uma visão veio à tona. Ele estava parado, haviam construções de madeira quebradas em sua volta. Fogo, muito fogo, o cercava. Ele parecia mais novo que o convencional, tinha mãos menores quando as olhava, sim, aquele não era a mão de um garoto de 17 anos. Ele então se levantou. Queria saber onde estava, o porquê de estar ali. Ele não se lembrava de nada.
Logo, ele escutou uma voz:
"Acorde, garoto"... Cada vez que ele se mexia, ela ficava com um tom mais alto. Ecoava de um jeito mais forte próximo a ele. E quanto mais andava, mais forte ficava. Ele logo começara a correr, sentia necessidade de ver o que o chamava. Foi daí, que de tanto procurar esse algo, ele acabou caindo. Não no chão, ou qualquer superfície. Na verdade, ele ainda estava caindo, mais e mais... Até que:
- ACORDA GAROTO! VOCÊ TEM QUE SAIR DA BALSA! - Gritara um homem com tom de voz grosso à chamar, o adolescente que lá estava deitado. Provavelmente, aquilo teria sido um sonho. Mas, o olhar daquele jovem adulto na cadeira, não era o de alguém que havia tido um sonho e sim de alguém que viu um fantasma. Ou talvez, uma parte de si mesmo que ele não queria ver.
- Desculpe-me, senhor. Acabei tendo um cochilo mais longo do que o necessário pra viagem. - disse ele ao capitão, que logo respondeu com um tom mais calmo ao ver a expressão do Garoto.
- Tudo bem, filho. Atrasar um pouco não matou ninguém. Agora, pode ir. Se você veio até essa escola, você deve ser importante pro mundo, então, vá lá e faça o futuro que nós não temos há anos voltar. - Falou, enquanto observava o garoto sair da balsa.
Logo após uma caminhada, ele se depara com o então logo de destino. Uma escola. Na verdade, nem parecia uma escola. A única coisa que era possível ser vista, era um prédio, de quase 40 andares e dezenas de garotos envolta, que, assim como ele, haviam acabado de chegar. Mas, logo quando foi se juntar a eles, uma mão segura seu ombro.
- Olá. - disse a figura ao olhar o jovem.
O garoto estava observando, uma silhueta de cabelos longos, uma mulher, pra ser mais exato. Tinha uma cara jovem. Diria que 25 a 30 anos no máximo. Após analisar a pessoa que o havia puxado, ele responde seu cumprimento:
- Olá. Quem séria você? - Diz, tentando parecer educado, mas, ficava na cara que estava forçando, por causa de sua expressão vazia, como a de alguém que estivesse desinteressado, porém, enquanto isso, ela já voltara a responder:
- Eu sou a diretora da escola, me chamo Aiko. Okazaki Aiko. Prazer em conhecê-lo. - Diz, enquanto extende a mão.
Logo, o jovem gela, ele não achava que a primeira pessoa a interagir seria a diretora do colégio, muito menos que ela seria tão jovem. Porém, tentando ignorar isso, ele aperta sua mão, para responder ao cumprimento dizendo:
- Prazer, Sra. Aiko. Sou Raymond. Raymond Alexander II. - Enquanto falava, logo foi interrompido pela mesma.
- Não precisa se apresentar - disse - Eu sei quem é você, afinal, foi um pedido de seu pai, para que você viesse pra cá. E eu não poderia recusar pagar um dos favores que devo pra ele, por isso, senti a necessidade de vir te receber eu mesma. Principalmente, quando temos assuntos à tratar. Como o motivo de você estar no meu colégio... - Assim que terminara de falar sua frase, o clima de recepção positiva que havia sido criado, tinha sido cortado. Raymond, estava agora sério, olhando para a moça de longos cabelos negros com o qual falava.
- Eu sei meu objetivo aqui, professora. Na verdade, meus objetivos... Eu tenho de treinar para acabar o meu treinamento para Mago Supremo... E cuidar da princesa Elizabeth, que também está aqui na escola. - Ao terminar a frase, ele estava com um olhar sério e convicto. Parecia que aquele garoto com um sorriso no rosto ao ser cumprimentado pela diretora, havia acabado de desaparecer e tinha surgido outra pessoa totalmente diferente. Como se fosse um adulto à falar.
Após o término desse pequeno diálogo, a diretora logo começou a andar, fazendo um chamado com as mãos, para que ele pudesse acompanhá-la. Logo, ele a seguiu até a sala principal, enquanto mostrava algumas partes da escola, como o Hall Principal, a praça de alimentação, a quadra e os campos de treinamento, onde eles estavam testando armas tecnológicas que usavam como base o elemento Divinium, um elemento que era como a composição básica, não só da magia, como de tudo que existia, para melhorar seus funcionamentos. Ao chegar na sala, ambos sentaram-se. E então a diretora começou a explicar, retirando deus óculos escuros, que antes estavam tampando a visão de Raymond, de seus profundos olhos azuis claros. Que faziam-se como uma antítese para os olhos verdes-azulados escuros de Ray. Logo, seus olhares se cruzaram. Raymond por 4 segundos já pode notar certos detalhes da estatura da diretora, que antes não eram possíveis por causa do clima tenso que havia se levantado no momento. Percebeu os lábios carnudos dela, seu nariz um pouco torto e a uma visão parcial do corpo, que era de tamanho médio, nem tão gorda, nem tão magra, com coxas largas e sua altura, que era um pouco desconfortável para Raymond, que tinha costume de ser o mais alto de todos que conhecia por ter 1,86 de altura. Suas vestimentas pretas como um casaco preto de couro e uma saia com meia calça. Raymond tinha costume de detalhar bem as pessoas que conhecia, era um costume dele. Ele achava estranho um uniforme tão padronizado para uma membra elite da escola, sendo ela o eixo principal. E os jovens podendo ter liberdade na questão de vestimenta, como Ray, que estava com apenas uma calça jeans azul escura, uma blusa preta e um casaco preto de zíper, com capuz. Ao fim desse momento de análise, a diretora começou a falar:
- Acho que você sabe qual a situação atual do mundo. Mas, eu vou te explicar novamente, para você não ficar perdido. 20 anos atrás, no ano de 2030, um desastre aconteceu. Um portal supradimensional foi aberto na crosta da terra. Portal esse que levava à um reino de muito tempo atrás, perdido na história, o qual foi denominado pelos greco-romanos como Agartha, o reino oculto. Lá residia o elemento(se referindo aos elementos fundamentais, não a elementos naturais) Divinium. Que antes era conhecido pelos humanos como "magia". Um poder não entendido. Isso fez com que a magia voltasse ao mundo, fazendo os humanos desenvolverem os "Cores", que são núcleos de Divinium em forma física que se encontram nos corações de todos os seres humanos. Junto deles e do portal de Agartha, abriram-se outros portais, um para o reino do paraíso, auto-denominado de Aether e um para o reino do Void, também conhecido como o inferno. Eles começaram a lutar nessa área. Apenas em 2032 descobrimos a razão da guerra entre eles. Eles queriam dominar o Reino de Luminia, no caso a terra e partir para o Reino de Agartha, que possuía o poder absoluto da magia e poderia transformar os seres de ambos os mundos, no caso classificados como anjos e demônios pela mitologia, em criaturas ainda mais poderosas, o que os permitiria dominar os 3 mundos. Porém, a humanidade não perdeu tempo e tentou combater ambos, para garantirem seu local de existência. Então que alguns de nós fizeram pactos com seres antigos, tão antigos quanto anjos e demônios, os dragões, também conhecidos como "Draigs", que um pacto para trocar seu "Core" ou Núcleo, por poder dos Dragões, que garantiam danos mais eficazes contra tanto anjos quanto demônios. Mas, os anjos eram inimigos mortais dos Draigs e a raça que recentemente havia se revelado como protetora de Luminia, tornou-se, nossa adversária também. Mesmo com isso, em 2037, um humano aprendeu o significado da existência do "Core", ele era um núcleo de magia que permitia a nós sua manipulação, por meios de sacrifício de parte de nossa energia vital. Quem descobriu tal coisa, foi ninguém mais que Giovanni Arthur. O Rei da Inglaterra. Que lutou sozinho contra os exércitos de anjos e demônios, durante meses. Após expulsar grande parte deles, ele ensinou ao resto da humanidade como usar isso. Então, as nações restantes se uniram e criaram pesquisas para melhorar ainda mais os "Cores". Mas, em 2048, o Rei Giovanni foi morto em um ataque, deixando sua filha, Elizabeth como sua sucessora como mago supremo, título no qual recebeu por ser o mais poderoso mago, que são os usuários de Core. Agora, com as melhorarias tecnológicas adicionadas aos "Cores", os demônios voltaram a atacar, com mais força, porém apenas em busca dos Cores. Pra aumentar seu poder sem precisar ir pra Agartha. Por isso criamos a nova geração de magos, que estão sendo treinados nessa escola para combater os demônios, com um poder maior que o de antes e também estamos em busca de um Mago Supremo, para substituir o Rei Giovanni, que era o melhor usuário de magia e também possuía a armadura criada pelos "Cores" mais forte, sendo esta um tipo específico e único, o tipo "Almighty". Já que a função dos Cores que manipulam magia é montar uma armadura que te permite um nível de  manipulação impossível de ser alçando em forma humana para combater qualquer ameaça, a armadura mais forte vai significar ter mais poder mágico, porém consequentemente, menos energia vital. Recentemente a princesa Elizabeth foi mandada para nossa escola. Seu trabalho, como você já disse é protegê-la e ajudá-la a se tornar uma candidata a maga suprema.
Alguma pergunta antes de continuarmos? - Disse, porém, não havia percebido que no meio da explicação, Raymond havia dormido, então logo retrucou.
- SR. RAYMOND!

E com o grito, ele logo se espantou e caiu da cadeira.
- Desculpa, Diretora, mas você só repetiu a mesma história que eu já ouvi 700 vezes só hoje. Uma hora enjoa. Eu sei qual a situação atual, mas pra que repetir isso a cada 5 minutos? -
Responde ao grito e logo vê a diretora com expressão de raiva, então ela responde:
- Bem, você já sabe o que tem que fazer. Certo?

- Sim, Sra. Aiko.

- Então vá para aula, os testes para decidir o seu Rank e suas matérias serão em 1 hora. Não se atrase. - Diz.

- Sim, claro. - Responde.

- Ah, Sr. Raymond...

- O que foi, Sra. Aiko?

- Se dormir enquanto eu falo de novo... Eu vou te matar 100 vezes.- após o término da frase, ela joga um livro de sua mesa em Raymond, que congela e acaba tomando o golpe na cara... Mas logo se toca que esqueceu de perguntar algo importante e se levanta...

- Sra. Aiko...

- Sim?

- Meu irmão... Não está aqui, está? - Diz com uma expressão um pouco triste, como se não tivesse certeza do que pensar... E logo a Diretora responde:

- Hoje não... Mas ele voltará amanhã para o colégio de sua missão na fronteira. - Ao falar isso, Raymond pareceu ficar mais feliz, mas continuou com o tom de incerteza na sua expressão facial, porém ela logo o interrompeu. - Mas lembre-se, ele é um candidato a Mago Supremo como você. Então, ele é seu rival.

- Eu sei, mas, ele continua sendo meu irmão... - Diz isso enquanto sai da sala da diretora e vai em direção à sala onde irão acontecer os testes.

DIVINIUM - O PODER DOS DEUSESWhere stories live. Discover now